Por Alberto Pereira Nunes
Pode se dizer que essa evolução recente nos desafia a cuidar de gargalos que não foram corrigidos no caminho. A maior produtividade levou à expansão dos negócios e à abertura de novos mercados, mas sem acompanhar a oferta de mão-de-obra qualificada.
Com o avanço da tecnologia, as fábricas exigem trabalhadores com habilidades específicas para operar as novas tecnologias e para gerenciar os processos produtivos de forma eficiente. A escassez de trabalhadores qualificados é atualmente uma barreira para novos investimentos em fábricas goianas.
O custo da operação sobe muito com a falta de mão de obra qualificada. Com isso, todo esforço feito por décadas para tornar o produto goiano competitivo é anulado. Alcançar um nível elevado de competitividade envolve não apenas dar eficiência ao que ocorre dentro da empresa, mas o que a cerca.
É preciso a união de forças, setores público e privado, para minimizar este impacto. Investir em Educação é essencial, assim como priorizar a qualificação técnica. As fábricas goianas, cada vez mais modernas, já buscam profissionais em outras cidades, Estados e até países, oferecendo salários mais altos e benefícios. São oportunidades de empregos mais qualificados e valorizados, que poderiam (deveriam) ser ocupados por profissionais locais.
A lição que fica destes anos de evolução da produtividade é que as empresas e os trabalhadores locais precisam avançar juntos, valorizando e gerando riquezas para sua região. Quando se começa a importar mão de obra é sinal de que essa equação não funcionou e precisa ser corrigida – mas que ainda há tempo.
Alberto Pereira Nunes Neto
Empresário, vice-presidente da Acieg e Presidente do Grupo Planalto Indústria (@planaltoindustria)