A Trombose Venosa Profunda (TVP), também conhecida como “TVP”, é um risco inerente a cada paciente, podendo ocorrer devido a inúmeros fatores relacionados à situação individual de cada pessoa. O esclarecimento é do presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica/Regional Goiás (SBCP/GO), médico cirurgião plástico Fabiano Calixto Fortes de Arruda e do chefe do serviço de Cirurgia Vascular do HC/UFG, Kalley Santos Cavalcante.
Eles observam que essa condição não está vinculada a algum tipo específico de cirurgia plástica, como por vezes pode ser sugerido por informações leigas e matérias sensacionalistas no assunto, o que faz com que a TVP se torne um dos receios associados às cirurgias plásticas.
“É essencial compreender que essa condição é complexa e não deve ser exclusivamente associada a complicações de procedimentos cirúrgicos estéticos, sendo uma comorbidade ligada à individualidade de cada paciente e que deve ser avaliada durante a consulta médica podendo ser está realizada por um cirurgião vascular”, diz o chefe do serviço de Cirurgia Vascular do HC/UFG.
A trombose está relacionada à combinação de alterações ligadas à estase sanguínea (parada ou diminuição do fluxo sanguíneo nas veias), lesão do endotélio (camada que reveste a parede interna dos vasos sanguíneos) e fatores genéticos e pessoais. Portanto, o problema pode surgir em qualquer momento da vida, seja após qualquer intervenção cirúrgica, internações prolongadas, longos períodos sentado e até mesmo em viagens demoradas, quando os passageiros permanecem na mesma posição por muito tempo em aviões ou carros ou mesmo durante uma caminhada, por exemplo.
É possível prevenir e tratar a TVP, sendo fundamental buscar atendimento médico rápido ao suspeitar dessa condição, caracterizada pela formação de coágulos sanguíneos nos vasos profundos, principalmente nas pernas, comprometendo a circulação adequada do fluido. “Importante ressaltar que, em casos de suspeita, é recomendado dirigir-se imediatamente a um pronto-socorro para iniciar os cuidados e a investigação, comunicando o cirurgião posteriormente, já que o tempo de início do tratamento é crucial”, alerta Fabiano Calixto Fortes de Arruda.
O perigo aumenta caso o coágulo se desloque da parede do vaso sanguíneo e migre para os pulmões, resultando em uma embolia pulmonar. Essa condição pode ser fatal. Portanto, caso tenha realizado algum procedimento cirúrgico, passado por uma viagem prolongada ou apresente sintomas, como dor no peito ou tosse com sangue, é necessário procurar imediatamente um pronto-socorro para iniciar a investigação e o tratamento.
Fabiano Calixto Fortes de Arruda observa que é essencial estar atento aos sinais de alerta da trombose, como inchaço na região das pernas, vermelhidão, dor, alteração na cor da pele, endurecimento da área e aumento da temperatura no local. Na embolia, podem aparecer dor torácica, falta de ar e tosse com sangue. Caso ocorra algum destes sintomas, procure imediatamente um pronto-socorro.
Prevenção
O presidente da SBCP-GO explica que, durante a preparação para a cirurgia plástica, o médico investiga esses aspectos para avaliar os cuidados para reduzir os riscos de TVP e prescrever medidas preventivas, realizando diversos exames pré-operatórios para verificar o estado de saúde completo do paciente. “É por isso que as pacientes utilizam meias antitrombose, medicamentos e aparelhos de compressão intermitente, visando à prevenção, pois não é possível determinar com exatidão quem pode ou não evoluir com a TVP”, afirma.
A prevenção ocorre durante e após a cirurgia. Os cirurgiões também ficam atentos para que as operações não sejam excessivamente longas, e após a anestesia, os pacientes são incentivados a se movimentarem com caminhadas leves para prevenir a formação de coágulos e facilitar a circulação nas áreas tratadas, essencial para o processo de cicatrização. Os cuidados continuam em casa, com o uso de meias de compressão e medicamentos antitrombóticos.
Seguir esses protocolos, desde a primeira consulta até a completa alta após a recuperação, pode reduzir o risco de trombose. É fundamental que o paciente não omita qualquer informação ao cirurgião e ao anestesista, desde possíveis complicações prévias, presença de sintomas e uso de medicações e suplementos.
“Portanto, não deixe que o receio da TVP impeça a sua cirurgia plástica. Converse com o seu médico, informe-se e cuide-se, pois a segurança do paciente é sempre a prioridade dos cirurgiões plásticos”, destaca o presidente da SBCP-GO.
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