A Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial) representou Goiás e o Brasil no 13º Fórum Global de Direitos Humanos e Empresas, realizado em Genebra, Suíça, no final de novembro. Durante o evento, o empresário e presidente do Conselho da entidade, Zé Garrote, celebrou um marco histórico ao formalizar a adesão da Adial ao Pacto Global da ONU. Paralelamente, o presidente executivo da entidade, Edwal Portilho, o Tchequinho, participou do painel “Cadeias de Valor Global: Implementando Direitos Humanos e Fomentando o Trabalho Decente”, reforçando o papel do estado no cenário global.
A adesão ao pacto fortalece o compromisso da Adial com os pilares de ESG (Ambiental, Social e Governança), tema que Zé Garrote já havia destacado em seu discurso de posse há três anos, enfatizando a necessidade de uma abordagem responsável e visionária nesses eixos. Durante sua participação no fórum, Garrote reafirmou o engajamento da Adial na promoção dos direitos humanos e no desenvolvimento econômico e social das comunidades.
“Na Adial, buscamos ser um espaço de diálogo e construção coletiva. Desde que assumi a presidência, nosso foco tem sido avançar na colaboração, na aprendizagem e em ações efetivas”, afirmou. Ele ressaltou ainda a importância de um olhar atento para questões sociais, como a fome, destacando que este é um desafio central para garantir oportunidades de melhoria. “Precisamos estar atentos aos direitos humanos e, em especial, à fome. Sem superá-la, não há avanço possível para as comunidades mais vulneráveis.”
Garrote também destacou a necessidade de promover uma agricultura sustentável e acessível. “Alimentos caros se tornam inacessíveis para as populações vulneráveis. Nosso papel é aumentar a oferta, melhorar a produtividade e garantir que a comida chegue a quem mais precisa”, afirmou. Finalizando sua fala, agradeceu a parceria com o Pacto Global da ONU e reafirmou o compromisso da Adial com uma agenda de impacto global. “Estamos comprometidos com um mundo mais igualitário e com o aprendizado contínuo, contribuindo de forma significativa para Goiás e além”, concluiu.
No painel
Edwal Portilho, por sua vez, destacou o potencial industrial de Goiás, que ocupa a sétima posição no ranking nacional, atrás apenas dos estados do Sul e Sudeste. Ele apontou o expressivo crescimento industrial do estado desde o final dos anos 1990: entre 1996 e 2021, a indústria goiana cresceu 165%, contra 16% no estado de São Paulo, tradicional referência nacional.
Segundo Portilho, a diversificação dos segmentos industriais em Goiás tem impulsionado a economia local e gerado oportunidades. Ele mencionou iniciativas como o programa Café Seguro – TRT, o projeto Adial Talentos e o Protege – Fundo de Proteção Social, que evidenciam o compromisso da entidade com a inclusão social e a melhoria das condições de trabalho. “Essas ações reforçam nosso papel no fortalecimento das comunidades locais e na construção de um futuro mais justo”, afirmou.
O presidente executivo também destacou o aumento dos investimentos em tecnologia no campo e nas agroindústrias, que resultaram em maior produtividade, mas trouxe à tona um paradoxo: o crescimento do número de vagas de trabalho sem preenchimento. “Entre as 150 empresas associadas, temos mais de 6 mil vagas abertas. Precisamos compreender melhor essa realidade e buscar soluções”, observou.
Portilho citou ainda o impacto da mecanização da colheita de cana-de-açúcar, que realocou trabalhadores para outras atividades, como o cultivo de seringueiras, tornando Goiás o segundo maior produtor de látex do Brasil. Apesar desses avanços, ele ressaltou a necessidade de aprofundar a compreensão dos desafios do mercado de trabalho local.
Finalizando sua fala, Portilho convidou os participantes a conhecerem Goiás. “O Cerrado tem uma realidade única, que alcança resultados impressionantes. Goiás tem avançado acima da média nacional, inclusive na redução das desigualdades em municípios que abraçaram a modernização”, destacou.
A participação da Adial na delegação brasileira, composta por cerca de 50 representantes de empresas, governo, academia e sociedade civil, reforça a relevância do estado nos debates sobre sustentabilidade e práticas empresariais responsáveis no contexto global.
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