Hong Kong: Oportunidades comerciais no coração da Ásia

Por Anna Bastos

Hong Kong ocupa uma posição única no cenário econômico global. Reconhecida por sua economia aberta, baixa tributação e mínima intervenção governamental, a cidade-estado é hoje a 7ª maior economia comercial do mundo, tendo a China continental como seu principal parceiro e mantendo fortes conexões com toda a região Ásia-Pacífico.

Essa combinação de liberdade econômica, infraestrutura de ponta e integração internacional faz de Hong Kong um destino estratégico para empresas brasileiras que buscam expandir sua presença na Ásia e não apenas no mercado chinês.

Em 2023, 93,5% do PIB de Hong Kong veio do setor de serviços, consolidando-a como uma das economias mais orientadas para serviços no mundo. Esse perfil, aliado à sua posição logística privilegiada, explica seu destaque no comércio global: segundo a OMC, Hong Kong foi o 8º maior exportador de mercadorias em 2024.

Além de um hub de exportação e importação, a cidade é um centro financeiro e de investimentos sem igual. O World Investment Report 2025 da UNCTAD mostra que Hong Kong foi o 3º maior destino global de Investimento Estrangeiro Direto (IED) e o 5º maior emissor de IED em 2024, evidenciando seu papel de canal de capital e negócios em escala mundial.

Nesse sentido, Hong Kong se consolidou como o maior centro de compensação offshore de RMB (yuan), processando 78,3% dos pagamentos mundiais na moeda chinesa em abril de 2025. Essa posição reforça sua relevância como elo entre mercados internacionais e a economia chinesa.

No mercado de capitais, o desempenho é igualmente impressionante: 5º maior da Ásia e 8º do mundo em capitalização (US$ 4,3 trilhões), e 4º lugar global em captação de recursos via IPO em 2024. O Global Financial Centres Index classificou Hong Kong como o 3º principal centro financeiro global.

Além dos aspectos econômicos e financeiros, a conectividade por meio aéreo e marítimo é um dos trunfos mais valiosos de Hong Kong. No comércio exterior, o transporte aéreo tem papel expressivo: em 2024, 37,6% das exportações e 52,7% das importações passaram pelo modal aéreo. O Aeroporto Internacional de Hong Kong foi o mais movimentado do mundo em carga aérea internacional no ano.No transporte marítimo, o porto de Hong Kong mantém sua força, figurando como o 4º maior centro marítimo internacional segundo o International Shipping Centre Development Index.

Além do comércio e das finanças, Hong Kong está se transformando rapidamente em um polo de inovação. Com universidades de classe mundial, forte capacidade de pesquisa e desenvolvimento e integração com a China continental, a cidade alcançou o 18º lugar no ranking global de inovação da OMPI em 2024.

E por que Hong Kong importa para o Brasil? É importatne as empresas brasileiras conhecerem os benefícios de fazer negócios com Hong Kong pois oferecem: (i) acesso privilegiado ao mercado chinês e a outros países asiáticos; (ii) infraestrutura logística que agiliza operações internacionais; (iii) ambiente regulatório e fiscal favorável para investimentos e transações; (iv) mercado financeiro sofisticado, ideal para captação de recursos e gestão internacional de capitais.

O cenário econômico global está cada vez mais dinâmico, com cadeias de suprimentos se redesenhando e novas oportunidades surgindo fora dos mercados tradicionais. Apostar em Hong Kong significa não apenas acessar um dos centros mais competitivos do mundo, mas também diversificar parcerias, reduzir riscos e ampliar a presença internacional.

Em um momento de transformações geopolíticas e comerciais, empresas que ampliam seu leque de mercados estão mais preparadas para crescer e prosperar. E Hong Kong, com sua vocação global, pode ser um ponto de partida estratégico nessa jornada.

No dia 19 de agosto às 9h da manhã, a Acieg realiza o quarto evento preparatório para a Feira Internacional do Comércio Exterior do Brasil Central (Ficomex) com a palestra do Sr. Renato Oliveira, gerente do Hong Kong trade Development Council. As inscrições são gratuitas estão disponíveis nas redes sociais da Acieg.

Anna Bastos

Sócia Fundadora e CEO do BTN Advogados.