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A crise da geração “nem-nem” no Brasil: reflexões necessárias

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Por Leo Moreira

Os dados recentes do Ministério do Trabalho são alarmantes: no primeiro trimestre de 2024, 5,4 milhões de jovens brasileiros entre 14 e 24 anos não estudavam, não trabalhavam e nem procuravam emprego, coloca em foco um problema social e econômico de proporções preocupantes. Publicação recente da revista Carta Capital no último dia 28/04/2024 diz que o número de jovens que não estudam, não trabalha e nem procuram emprego chega a 5,4 milhões

Essa geração “nem-nem” é majoritariamente composta por mulheres (60%), muitas delas com filhos pequenos, e uma expressiva parcela de 68% são jovens negros. Esses dados revelam uma interseção crítica entre gênero, raça e acesso a oportunidades. A pandemia de COVID-19, além de seus impactos sanitários e econômicos, expôs e aprofundou vulnerabilidades já existentes, dificultando ainda mais a vida desses jovens.

Para as jovens mães, a falta de suporte, como creches acessíveis e políticas de trabalho flexíveis, significa que muitas se veem forçadas a abdicar de oportunidades educacionais e profissionais. Já para os jovens negros, as barreiras no mercado de trabalho, muitas vezes enraizadas em discriminação e preconceito, limitam ainda mais suas possibilidades.

A Informalidade como reflexo da precariedade, onde quase metade dos jovens ocupados (45%) está na informalidade, o que reflete uma precarização do trabalho juvenil no Brasil. Esse cenário de insegurança laboral e falta de direitos trabalhistas agrava a vulnerabilidade econômica dessa faixa etária, que se vê sem perspectivas de melhoria a curto prazo.

Entendendo que iniciativas devem ser tomadas e desafios superadores, o programa Pé-de-Meia, lançado pelo governo federal, surge como uma tentativa de reverter essa tendência. Ao oferecer incentivos financeiros para que jovens de baixa renda completem o ensino médio e participem do ENEM, a iniciativa visa reduzir o abandono escolar e aumentar a qualificação profissional. No entanto, os efeitos desse programa ainda são incertos e dependerão de uma implementação eficaz e de uma abordagem que contemple as múltiplas dimensões do problema. Mais informações sobre este programa, estão no site da achei no site da ACHEIUSA.

O aumento da geração “nem-nem” no Brasil é um reflexo das profundas desigualdades sociais e econômicas que ainda persistem no país. Investir na educação e criar políticas inclusivas que atendam às necessidades específicas de jovens mulheres e negros são passos essenciais para reverter essa tendência. Mais do que programas pontuais, é necessário um compromisso amplo e sustentado com a justiça social e a equidade.

Os números são um chamado à ação. O futuro de milhões de jovens está em jogo, e a sociedade como um todo deve se mobilizar para garantir que esses jovens não sejam abandonados.

Leo Moreira

Empresário e professor, mestre em Gestão de RH e inteligência de Negócios, MBA em controladoria e finanças, MBA em Gestão Empresarial, MBA em Gestão Empresarial e Serviços. Cursou técnicas de negociação na Harvard University (EUA) e Gestão de riscos e tomadas de decisões na Chicago University (EUA). Diretor e 1º vice presidente do Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação e Serviços Terceirizados de Goiás – SEAC-GO.

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