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A política e o Covid 19: parte II

Na foto: Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, à esquerda, e Donald Trump à direita (Crédito: Jornal O Globo)

Escrevi dois artigos (para o Goiânia Empresas) para este importante espaço democrático analisando a pandemia que abateu todos os países.

Analisei a questão da dicotomia entre economia e saúde alegando que não havia nenhuma dicotomia, defendi que a saúde estava em primeiro lugar, sem saúde, não haveria economia.

Depois analisei a questão da importância da participação do Estado com o objetivo de amenizar os Impactos da economia, defendendo maiores gastos do governo, tanto para ajudar as pessoas mais carentes e mais afetadas, como para ajudar a economia através de políticas econômicas mais progressivas. Defendi ainda um plano econômico para após pandemia.

Agora, o meu ponto de análise, passados 10 a 11 meses do início da pandemia é analisar a relação desta com a política novamente, porém, agora sobre os efeitos dos resultados oriundos das ações tomadas pelos governantes.

Neste período ficou marcado a posição de alguns presidentes de países em relação ao COVID-19, dentre os mais importantes, os presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro.

Eles agiram em consonância como se tivessem combinados, talvez até tenham mesmo, e no primeiro momento simplesmente eles negaram a gravidade da pandemia. Tal atitude dos dois foi no sentido de evitar problemas econômicos e esses afetarem os seus governos e, em consequência, suas reeleições.

Eles não pararam por aí, foram contra todas as recomendações da OMS, contra o isolamento, a favor da aglomeração, contra o uso da máscara e agora recentemente, um deles (Bolsonaro), contra a vacinação. Em seus discursos faziam questão de dizer que muitas mortes ocorreriam, que era inevitável. Nenhum discurso foi ouvido dos dois sobre a importância do isolamento para evitar um caos na rede de saúde como ocorrido na Itália e evitar um número de mortes maior, para ambos a situação transcorria com normalidade.

Observado o histórico dos dois presidentes nesse período que vivemos da pandemia, os resultados das atitudes deles começam a aparecer: Donald Trump foi derrotado na sua reeleição para o presidente John Biden.

John Biden teve a maior votação para um presidente em toda história dos Estados Unidos da América. Esta derrota, dentre outros fatores, deveu-se pela forma como Trump administrou a pandemia. Logo após a vitória, o presidente eleito proclamou que no início da semana criará um comitê de médicos especialistas norte-americanos para um plano de emergência no combate ao vírus. Os números atuais apontam mais de 132 mil novos casos por dia (06/11/2020) nos EUA com curva ascendente desde dia 08 de setembro de 2020, lembrando que o pico anterior de casos diários foi no dia 16 de julho de 2020 com 76 mil. No discurso da nova vice presidente dos EUA,  Kamala Harris, ela sintetizou o que deve ser o novo governo em contraste com o governo que se finda, “vocês (americanos) escolheram esperança, ciência e verdade”.

Por fim, refletindo sobre o nosso Brasil, resta-nos uma pergunta, o “efeito orloff” acontecerá com o presidente Bolsonaro?        

Este que lhe escreve aposta que sim, os atos de genocídio praticados por estes governos não ficarão impunes. As pesquisas de intenções de votos para as prefeituras no Brasil no próximo 15 de novembro já sinalizam uma objeção aos candidatos do presidente Bolsonaro, como nas duas maiores cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro, este último reduto político do presidente.

Marcos Freitas

Sócio da WAM Brasil

Natural de São Paulo, Marcos Freitas Pereira acumula mais de 25 anos de experiência de mercado. Doze destes anos foram como administrador em cargos de comando na Pousada do Rio Quente Resorts.

Exerceu as funções de Gerente de Orçamento e Finanças, Controller, Diretor Estatutário Administrativo Financeiro e Diretor de Relações com o Mercado. Além disso, dois anos como Diretor Superintendente, principal executivo da empresa.

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