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Aliansce Sonae avalia fusão com brMalls e contrata BTG

Em Goiânia, a Aliansce administra o Passeio das Águas Shopping e a brMalls é responsável pelo Goiânia Shopping e o Araguaia Shopping (Reprodução)

Goiânia Empresas (GO) – Em fato relevante, a Aliansce Sonae (ALSO3) informou nesta quarta-feira (29) que que iniciou conversas preliminares com a brMalls (BRML3) sobre uma potencial combinação de negócios. Entretanto, afirmou “que não existe acordo, oferta ou proposta acerca da referida potencial transação”.

Ontem (28), o portal Brazil Journal noticiou que a Aliansce Sonae contratou o BTG Pactual para avaliar uma aquisição ou fusão com a brMalls. A Aliansce Sonae possui, atualmente, 27 shoppings e administra outros 11. A empresa vale R$ 5 bilhões na bolsa. A brMalls tem 31 shoppings e vale R$ 7 bilhões. Em Goiânia, a Aliansce administra o Passeio das Águas Shopping e a brMalls é responsável pelo Goiânia Shopping e o Araguaia Shopping.

Na abertura dos negócios, às 10h50, as ações da Aliansce subiam 2,93%, cotadas a R$ 21,82, enquanto as da BrMalls avançavam 2,83%, a R$ 8,35.

Avaliação

Para o Bradesco BBI, apesar da falta de detalhes sobre os termos das negociações, a possível operação tende a ser um operação de ganha-ganha para as empresas, “com muito senso estratégico”.

Segundo os especialistas, o viés construtivo decorre da combinação de ganhos de escala das operações, o que é cada vez mais importante no segmento de shoppings físicos, em meio à tendência ao omnichannel intensificadas pós-pandemia de Covid.

Além disso, apontam os especialistas, pode ocorrer uma diluição do risco de iniciativas de capital de risco na integração digital (por exemplo, descontinuidade do Centro de Entrega da BrMalls.

No mais, há potenciais sinergias em custos, como nas despesas gerais e administrativas, e de receita (alavancagem comercial com varejistas).

Adicionalmente, já há uma percepção positiva sobre os padrões atuais de governança de ambas empresas, com controle descentralizado e acordo de acionistas já estabelecido, principalmente do lado da Aliansce, o que “pode preparar o terreno para uma empresa mais forte”.

Em relação à liquidez das ações, a expectativa é de que haja uma melhora significativa aos detentores de ALSO3. “Vemos isso como uma das principais razões para a ALSO negociar com um desconto de avaliação significativo para os pares”, acrescentaram.

A possível fusão entre as administradoras de shoppings Aliansce Sonae e brMalls ajudaria bastante na evolução das duas empresas, cujas estratégias não são tão divergentes assim. A análise é do sócio-diretor da Gouvêa Malls, Luiz Alberto Marinho, especialista em shopping centers e colunista da Mercado&Consumo.

“Caso essa tentativa seja real e se efetive, pode ajudar bastante na evolução das duas empresas, cujas estratégias não são tão divergentes assim. A quantidade de bons shoppings e a capilaridade das duas redes somadas seriam fantásticas”, analisa.

Luiz Alberto Marinho analisa que, no novo modelo de negócios para onde caminham os shoppings, escala e alcance fazem muita diferença. “Imagine um database com clientes de norte a sul do país, um programa de fidelidade verdadeiramente nacional, uma oferta de mídia diversificada e por aí vai. A atratividade para lojistas e anunciantes seria muito grande. Ou seja, se for verdade, faz muito sentido.”

Cenário concorrencial com Aliansce e BrMalls

Mesmo sendo duas das maiores operadoras de shoppings do Brasil em área bruta locável (ABL), os analistas do Bradesco BBI não enxergam riscos significativos contra a fusão, por parte dos órgãos de defesa da concorrência.

“Apesar de serem dois dos maiores players do Brasil, só vemos questões de antitruste mais altas em três cidades de médio porte: Vila Velha-ES, Londrina-PR e Uberlândia-MG, nenhuma delas impondo barreira ao negócio”, informaram.

Adicionalmente, destacaram que o mercado em cidades maiores, como o Rio de Janeiro (onde ambas empresas têm exposição relevante), tende a ser mais fragmentado, com um maior número de concorrentes compartilhando os consumidores e ABL da cidade.

“Esta não é a primeira vez que as empresas estão analisando uma joint venture, mas desta vez pode acontecer, com ambas as ações perto de pandemias baixas – o que pode ajudar nas contas para pagar as contas.”

Comunicação à CVM

A manifestação vem por conta de notícias publicadas no Pipeline Valor e Brazil Journal de que as duas companhias iniciaram conversas para uma fusão.

Segundo a Aliansce Sonae, a empresa foi formada por meio de desenvolvimentos de shopping centers e combinações de negócios, incluindo a bem sucedida fusão entre Aliansce Shopping Centers e Sonae Sierra Brasil, em 2019.

“A estratégia da Companhia é seguir buscando oportunidades de crescimento, fortalecendo seu portfólio com ativos complementares, por meio de combinações de negócios e aquisições de shoppings líderes em suas regiões de atuação”, acrescentou.

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