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BNDES ajudou 1,6 mil empresas de Mato Grosso do Sul na pandemia

Crédito da imagem: Freepik/wayhomestudio

Campo Grande Empresas (MS) – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ofereceu garantia a 1.666 empresas de Mato Grosso do Sul no decorrer de 2020, via Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC). 

Segundo informações divulgadas pela instituição financeira ao Correio do Estado, os empréstimos totalizaram R$ 1,052 bilhão e foram destinados especialmente aos micro e pequenos empresários, que receberam 88,1% deste montante. 

Essas operações de crédito foram encerradas no último dia do ano passado, mas, conforme o BNDES, o programa foi considerado um sucesso para socorrer os empresários do Estado.

Para o doutor em Economia Mateus Abrita, o crédito é um elemento crucial para a sobrevivência das empresas, especialmente das micro e pequenas, uma vez que, diferentemente das grandes companhias, com maiores probabilidades de terem recursos em caixa e ficarem ativas mesmo em momentos de crise, os pequenos são mais vuneráveis à falência.

“O problema é que caso você deixe as empresas quebrarem, depois a economia leva muito mais tempo e esforço em termos de recursos para reaquecer novamente. Ou seja, se você permitir uma quebradeira geral, isso pode sair ainda mais caro depois, em termos de prejuízos econômicos, em relação aos custos de um socorro financeiro aos pequenos empresários, por exemplo”, explicou à equipe de reportagem.

Dessa forma, é fundamental que haja essa retomada na concessão de créditos, especialmente para este público nesta nova onda de aumentos de casos da Covid-19, quando fechamentos temporários dos estabelecimentos são frequentes.

OUTROS NÚMEROS

A instituição financeira elevou em quase 20% o volume de dinheiro aplicado no setor privado sul-mato-grossense via financiamentos, se comparado aos anos de 2020, quando foi desembolsado R$ 1,587 bilhão para o segmento empresarial, e 2019, com desembolso total de R$ 1,327 bilhão ao mesmo setor. 

Foram beneficiados tanto empresários como produtores rurais em operações intermediadas por bancos públicos e privados, agências de fomento, cooperativas de crédito e bancos de montadoras credenciados pelo próprio BNDES, que analisavam o risco e aprovavam ou não os empréstimos a quem os havia solicitado.

Com relação aos setores econômicos, o setor de infraestrutura foi um dos campeões em financiamentos pela instituição financeira, já que elevou em 269,5% o montante de verbas recebidas via operações de crédito.

Já as áreas de comércio e serviços tiveram uma ampliação de 61,5% e a agropecuária, 9,1%. Abrita também destaca que os investimentos que viabilizem projetos na esfera pública também são fundamentais para garantir uma recuperação econômica.

Isso porque o setor privado tende a se retrair diante de situações de recessão e da incerteza gerada pela queda na demanda. Dessa forma, os investimentos do setor público ajudam a segurar as pontas, gerando emprego e renda.

O governo dos Estados Unidos, cita Abrita, lançou recentemente um pacote trilionário para reaquecer a economia, especialmente com investimentos na área de infraestrutura. O doutor em economia completa dizendo que é fundamental para o Brasil que o poder público também consiga levantar investimentos desse tipo.

“Normalmente, a literatura aponta que o setor privado tende a se retrair diante de situações de recessões, porque há queda na demanda e isso gera muitas incertezas, fazendo com que ele se retraia. Enquanto isso, os investimentos que partem do setor público ajudam a segurar, gerando emprego e renda”, disse à equipe de reportagem.

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