Por Leo Moreira
O Brasil, com seu mercado interno robusto e vastos recursos naturais, continua a ser percebido como uma terra de oportunidades. No entanto, os desafios estruturais enfrentados pelo país tornam o ambiente de negócios mais complexo, especialmente para empreendedores e investidores. Entre os principais entraves estão a alta do dólar, a fragmentação política, o custo elevado da máquina estatal, a carga tributária excessiva e as dificuldades de acesso a crédito devido à alta da taxa Selic.
A alta do dólar nos últimos anos tem gerado impactos significativos na economia brasileira. Apesar de favorecer exportadores, esse cenário aumenta os custos de importação, encarecendo insumos e produtos essenciais para diversas indústrias. Além disso, pressiona a inflação, reduzindo o poder de compra da população e dificultando a estabilidade econômica.
Outro fator que afeta o ambiente de negócios é o cenário político fragmentado. A falta de consenso e os interesses divergentes no Congresso Nacional dificultam a aprovação de reformas essenciais, como as tributária e administrativa, que poderiam melhorar a competitividade e a eficiência do Estado. Essa instabilidade política gera incertezas e compromete a confiança de investidores, que buscam ambientes mais previsíveis para alocar recursos.
As contas públicas brasileiras, pressionadas por uma máquina estatal inchada, representam um desafio adicional. O alto custo de manutenção do setor público limita os investimentos em áreas estratégicas, como infraestrutura, educação e saúde. Isso perpetua problemas estruturais que dificultam o desenvolvimento sustentável e a redução da desigualdade social.
A carga tributária no Brasil, uma das mais altas e complexas do mundo, é um dos maiores entraves para o empreendedorismo. Empresas e cidadãos enfrentam um sistema burocrático e oneroso, que desestimula investimentos e reduz a competitividade das empresas no mercado interno e externo.
No âmbito do crédito, a alta taxa Selic, utilizada para conter a inflação, tem encarecido o custo dos financiamentos, dificultando o acesso a capital por parte de empresários e empreendedores. Essa situação mina as expectativas de investimento em projetos de expansão e desenvolvimento de novos mercados, especialmente em um momento em que a economia necessita de estímulos para crescer. A falta de linhas de crédito acessíveis e incentivos fiscais agrava ainda mais esse cenário, prejudicando principalmente pequenas e médias empresas.
Outro desafio significativo é a falta de mão de obra qualificada. Apesar do potencial humano do Brasil, a lacuna na formação técnica e profissional continua a limitar a capacidade de inovação e crescimento de setores estratégicos, como tecnologia e indústria. Investimentos em educação e capacitação são essenciais para superar essa barreira.
Além disso, a insegurança jurídica, com constantes mudanças na legislação e interpretações conflitantes, contribui para um ambiente de negócios instável. Essa imprevisibilidade desestimula investidores, que buscam condições mais estáveis e transparentes.
Apesar desses desafios, o Brasil ainda oferece oportunidades consideráveis para quem consegue inovar e se adaptar. A superação dessas barreiras passa por reformas estruturais, planejamento estratégico e uma maior colaboração entre o setor público e privado. Com um esforço conjunto, é possível transformar o potencial do país em realidade, consolidando-o como um ambiente favorável ao desenvolvimento econômico e social.
Leo Moreira
Diretor da Acieg e mestre em Administração de Empresas pela MUST UNIVERSITY (EUA).
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