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Brechós em Campo Grande unem moda, consumo consciente e sustentabilidade

Crédito da foto: Reprodução/@coletivodebrechos

Campo Grande Empresas (MS) – Sabe aquela blusa que foi usada pouquíssimas vezes e que está esquecida em algum canto do guarda-roupa? Isso pode mudar e o consumo consciente é a melhor resposta. Mas, essa peça ainda pode ser reutilizada e ao mesmo tempo ser relevante na preservação do meio ambiente, sabia?

Não faltam alternativas ecológicas que contribuem com a nossa cidade e com o nosso planeta, o brechó é uma delas. Na Capital, o aumento desse mercado está diretamente relacionado com a demanda da sociedade por sustentabilidade. Mas, o que é sustentabilidade?

Sustentabilidade significa, sobretudo, sobrevivência. Sobrevivência dos recursos naturais e da própria sociedade. A sustentabilidade busca suprir as necessidades do presente sem afetar as gerações futuras. De fato, o termo ‘consumo consciente’ tem caído no gosto popular sobre como comprar gerando um menor impacto ambiental.

A indústria da moda é uma das maiores contribuintes para esse impacto, o gasto de recursos naturais na produção em larga escala dessas peças é enorme. Com essa indústria de grande impacto socioambiental, valorizar o que já existe é a nova tendência, e tem gente desenvolvendo alternativas ambientalmente responsáveis de consumo em Campo Grande. 

Os modelos fazem muito sucesso entre o público

É o caso da Val Reis, jornalista, publicitária e uma das fundadoras do Coletivo de Brechós, espaço que trabalha com o reuso das peças, sustentabilidade e geração de renda. Ao Ligth, Val contou dos impactos da indústria e como o consumo em brechó implica em uma prática de responsabilidade e empatia com o meio ambiente.

“A relação do brechó com a sustentabilidade é bem ampla, por exemplo, para produzir 1 kg de fibra de algodão, são necessários mais de 20 mil litros de água, isso sem falar nos outros processos de produção da peça”, explicou. “Reutilizar uma peça é dar uma nova vida a ela, é evitar o acúmulo de lixo na natureza”, ressaltou.

O espaço, que já existe há quase 7 anos e costumava realizar exposições na Plataforma Cultural, surgiu a partir da iniciativa de mulheres empreendedoras divulgarem o consumo sustentável na cidade, atuando contra o preconceito às roupas usadas e na causa de frear o consumismo.

Respeitando as medidas de segurança, hoje, o Coletivo realiza bazares virtuais em datas previamente definidas pelas expositoras. E, tem dado certo. As vendas on-line cresceram e algumas peças estão indo para outros lugares do país.  

“São muitas peças que ganham uma nova vida, acaba indo parar no brechó o que poderia parar na natureza. A pessoa faz o descarte correto da peça no brechó, uma outra pessoa reutiliza, e quando cansa dela, volta para o brechó. Com esse ciclo de vida mais longo da peça, o consumo consciente boicota a demanda de uma nova produção”, contou Val.

Quando falamos da demanda de uma nova produção, estamos nos referindo a um modelo de criação e distribuição de peças baseado no consumo rápido e ecologicamente incorreto. Apesar de vivermos num mundo majoritariamente consumista, já vemos novos ideais surgindo a partir do acesso à informação desse horizonte de possibilidades de consumos responsáveis.

A desenvolvedora do Coletivo também falou de como esse acesso à informação sugestiona a consciência no consumo e reflete no estilo de cada um. “É notório a mudança de comportamento, cada vez mais as pessoas estão engajadas na luta contra o consumismo desenfreado e na proteção ao meio ambiente, os brechós estão juntos trabalhando nessa questão”, concluiu.

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