Ícone do site STG News

Coluna do Freitas: A economia real

Freepik

Depois de toda especulação do mercado financeiro na semana passada, prevendo maior inflação e em consequência maior taxa de juros na tentativa de influenciar o Banco Central do Brasil a reduzir os cortes de juros básicos da economia, na sexta-feira, dia 26 de abril, foi divulgado o IPCA-15 pelo IBGE, indicador que antecipa o índice oficial da inflação, o IPCA.

A taxa divulgada para o mês de abril foi de 0,21%, abaixo das expectativas do mercado, que era de 0,29%. A taxa de abril foi menor do que a taxa de março em 0,15 ponto percentual, o acumulado do ano foi de 1,67% e no acumulado de 12 meses foi de 3,77%.

Portanto, a divulgação do IPCA-15 desmente as pirações do mercado financeiro e do presidente do Banco Central do Brasil.

Ainda na economia real, o que nos interessa, a ABRAS (Associação Brasileira dos Supermercados) divulgou o índice do consumo nos lares brasileiros. No mês de março o índice foi de 8,85% a mais em relação a fevereiro e em relação a março de 2023 o índice foi superior em 3,13%, todos os índices deflacionados, ou seja, as variações são variações reais, acima da inflação. E ainda sobre a economia real, foi divulgado o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) do FGV IBRE, avançou 5,1 pontos percentuais em abril, atingindo 95,5 pontos, em uma escala até 100. O indicador demonstra a melhora do consumo que começa a ser sentida pelos empresários indicando um certo otimismo.

Colaborando com as informações acima da economia real, o desemprego do trimestre finalizado em março, segundo o IBGE, foi de 7,9%, 8,6 milhões de desempregados. É o melhor índice para o período desde 2014 (7,2%). Comparado com o mesmo período de 2023 (8,8%), a taxa de desemprego foi menor em 0,9 ponto percentual. No ano houve aumento de 2,4 milhões de pessoas ocupadas.

ESSA É A ECONOMIA REAL!

As projeções realizadas no relatório Focus divulgado no dia 26 de abril trouxeram pequenas variações em relação à semana anterior. Para o PIB de 2024 foi mantida previsão de 2,02%, houve manutenção das previsões para os anos de 2025, 2026 e 2027 em 2%. Já para a inflação, a previsão de 2024 manteve-se em 3,73%; 2025 manteve-se em 3,60% e 2026 e 2027 mantiveram-se as projeções de 3,50%.

As projeções da Taxa Selic não sofreram alterações, 2024 em 9,50%, 2025 em 9,00%, e 2026 e 2027 em 8,5%. Com as previsões da Selic e o aumento da previsão da inflação para os próximos 12 meses manteve-se em 3,56 %, a taxa de juros reais da economia, calculada pela coluna aumentou para 6,06% ao ano. A taxa prevista para o final do ano, com Selic em torno de 9,50%, equivalerá taxa de juros reais de 5,80%, ainda acima da taxa de juros reais neutra divulgada pelo Banco Central que é de 4,5%. Portanto essa é a tendência das taxas de juros reais do Brasil, porém, para esta coluna é de que ela se estabilize em torno de 8% ao ano e não em 9,50% ao ano até o final do ano de 2024, desde que haja coerência pelos agentes financeiros.

Quando se analisa a curva de juros do Brasil para os próximos anos, o mercado oscilou para baixo as suas previsões: janeiro de 2025 em 10,25%; janeiro de 2026 em 10,555%; janeiro de 2027 em 10,915%; janeiro de 2028 em 11,22%; janeiro de 2029 em 11,43% e janeiro de 2034 em 11,75% (Cotações – Juros Futuros – Ferramentas | InfoMoney), os juros reais inclusos nessas taxas são de 6,83% ao ano.  Já as taxas dos títulos dos Estados Unidos foram negociadas para 2 anos é de 4,985% e para 10 anos é de 4,633% ao ano, apresentando aumento em relação à semana anterior. No dia 01 de maio haverá reunião do FED para discutir sobre taxas de juros, o mercado aguarda os novos caminhos dos EUA na questão de política monetária.

Ainda pelo relatório Focus as previsões do resultado primários foram, 2024 de -0,70% do PIB, 2025 de -0,68%, 2026 de -0,50% e 2027 de -0,25%.

Abaixo, a tabela das projeções dos indicadores econômicos para 2024 com a atualização do Relatório Focus e a manutenção das previsões da coluna.

Abaixo, quadro de projeção do IPCA para os próximos 3 meses, conforme relatório FOCUS para eventuais cálculos de projeções.

 

Por fim, abaixo, para efeito de consultas, a coluna divulga o quadro de indicadores econômicos e índices.

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

Marcos Freitas Pereira 

Natural de São Paulo, acumula mais de 40 anos de experiência no mercado. Doutorando em Turismo, Mestre em Finanças e economista. Fundador e atual sócio da AM Investimentos e Participações que investe em clínicas médicas, turismo, gastronomia e lazer e entretenimento. Foi também fundador da WAM Brasil maior comercializadora de multipropriedade turismo imobiliário do mundo.

Sair da versão mobile