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Coluna do Freitas: Mercado financeiro ajusta a projeção do PIB para cima

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Ontem, dia 12 de setembro, o IBGE divulgou a inflação oficial, medida pelo IPCA, do mês de agosto de 2023. O resultado foi de 0,23% no mês, acima do resultado de julho, 0,12%, porém, bem abaixo das previsões do mercado financeiro, para variar, que chegavam a 0,52%. O principal fator do aumento da inflação foi a energia elétrica residencial que subiu 4,59% com o fim do bônus de Itaipu às de contas de luz, fato pontual que não ocorrerá novamente. O grupo alimentação continua caindo significativamente, queda de 1,26%, terceiro mês com queda, fator que poderá reduzir a inflação a partir de outubro, já que em setembro ainda, a inflação de 12 meses subirá como já explicado nessa coluna. O período de julho a setembro de 2022 foi de índices negativos em função do corte dos impostos dos combustíveis.  O IPCA acumulado do ano foi de 3,23% e o acumulado em 12 meses ficou em 4,61%, acima dos 3,99% do acumulado do mês de julho. Em setembro esse índice deve passar dos 5% e, previsão dessa coluna, finaliza o ano em menos de 4%, abaixo da previsão do mercado financeiro.

No Relatório Focus divulgado no dia 11 de setembro, o mercado financeiro ajustou todas as suas projeções em função da surpresa com o crescimento do PIB no 2º. trimestre anunciado há duas semanas e agora com a inflação menor do que a esperada. Para o PIB o relatório Focus aumentou a projeção para 2023 de 2,56% para 2,64%, para 2024, de 1,32% para 1,47% e para 2025, de 1,90% para 2,00% e para 2026 manteve a projeção para 2,00%. Para a inflação, como o relatório foi divulgado no dia 11 e a inflação oficial divulgada dia 12, o relatório Focus praticamente manteve as projeções da semana anterior, para 2023, de 4,92% para 4,93%; para 2024, de 3,88% para 3,89% e manteve as projeções para 2025 e 2026 em 3,50%.

As projeções da Taxa Selic continuaram as mesmas, 11,75%, 9,00%, 8,50% e 8,50% para os anos de 2023, 2024, 2025 e 2026, respectivamente. Com as previsões da Selic e com a previsão da inflação para os próximos 12 meses, a taxa de juros reais da economia, calculada pela coluna é de 6,67% ao ano.

Quando se analisa a curva de juros do Brasil para os próximos anos, constata-se que o mercado já se ajustou a inflação de agosto que veio menor do que o esperado, as taxas de juros estão menores do que na semana passada, janeiro de 2024 em 12,30%; janeiro de 2025 em 10,435%; janeiro de 2026 em 10,09% e janeiro de 2027 em 10,325%, os juros reais inclusos nessas taxas são de 6,55% ao ano, bem próximo da taxa de juros calculada pela coluna de 6,67%.

Com a inflação controlada e desemprego em queda, a confiança dos consumidores brasileiros atinge melhor nível em 9 anos. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) calculado pelo IBRE (FGV) registrou 96,8 pontos em agosto, o patamar mais elevado desde fevereiro de 2014 que foi de 97 pontos. Ressalta-se que o índice acima de 100 pontos representa um indicador de otimismo. Outro indicador importante anunciado na semana passada foi a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), conduzido pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), que registrou a marca dos 100 pontos atingindo o nível mais alto desde abril de 2015, quando chegou a 102,9 pontos, encerrando um período de pessimismo enraizado, com recessão, impeachment, crise econômica, pandemia, polarização política e eleições acirradas. Agora é bola para frente. O capitalismo vive de expectativas, se forem positivas os bons indicadores aparecerão.

Marcos Freitas Pereira

Natural de São Paulo, acumula mais de 40 anos de experiência no mercado. Doutorando em Turismo, Mestre em Finanças e economista. Fundador e atual sócio da AM Investimentos e Participações que investe em clínicas médicas, turismo, gastronomia e lazer e entretenimento. Foi também fundador da WAM Brasil maior comercializadora de multipropriedade turismo imobiliário do mundo.

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