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Coluna do Freitas: Mercado projeta maior PIB em 2023

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Conforme previsto na semana passada nessa coluna, o COPOM reuniu-se nos dias 19 e 20 de setembro. No final da reunião decidiu-se por mais uma redução da taxa básica de juros de 0,5%, de 13,25% para 12,75% ao ano, sinalizando novas reduções equivalentes nas próximas reuniões. As próximas reuniões serão 01 de novembro e 13 de dezembro de 2023. No dia anterior o banco central americano, o FED, manteve a taxa de juros e sinalizou para mais um aumento na taxa de juros americana. Os mercados não tardaram a reagir às ações dos dois bancos centrais, o mercado acionário do dia 21 veio abaixo, a Bolsa de Valores do Brasil teve queda de 2,15% e a Bolsa de Valores dos EUA caíram mais de 1%. O motivo da queda da bolsa de valores do Brasil, especificamente, deve ao fato de que o mercado acreditava na redução de 0,75% em uma das reuniões restantes do ano de 2023, porém, o Banco Central sinalizou que não haverá essa redução e sim mais duas de 0,50%. Vejam bem, se o próprio mercado se surpreende com a ação do Banco Central, imaginem, nós mortais que vivemos de produzir, de gerar emprego e de gerar renda. A economia está sendo sufocada pela maior taxa de juros do mundo. A insensibilidade do Banco Central parece não ter fim. Ideologia ou incompetência mesmo?

No Relatório Focus divulgado no dia 25 de setembro, o mercado financeiro continuou ajustando as suas projeções para os indicadores econômicos. Para o PIB o relatório Focus aumentou a projeção para 2023 de 2,89% para 2,92%, para 2024, manteve-se em 1,50% e para 2025, de 1,95% para 1,90% e para 2026 manteve a projeção para 2,00%. Para a inflação, o relatório Focus manteve a previsão para 2023 de 4,86%; para 2024,  manteve em 3,86% e manteve as projeções para 2025 e 2026 em 3,50%.

As projeções da Taxa Selic continuaram as mesmas, 11,75%, 9,00%, 8,50% e 8,50% para os anos de 2023, 2024, 2025 e 2026, respectivamente. Com as previsões da Selic e com a previsão da inflação para os próximos 12 meses em 4,04%, a taxa de juros reais da economia, calculada pela coluna é de 6,53% ao ano, pequena queda em relação as semanas anteriores.

Quando se analisa a curva de juros do Brasil para os próximos anos, o mercado elevou as suas previsões, impactadas pelas decisões dos Bancos Centrais do Brasil e dos EUA, janeiro de 2024 em 12,255%; janeiro de 2025 em 10,555%; janeiro de 2026 em 10,33% e janeiro de 2027 em 10,61%, os juros reais inclusos nessas taxas são de 6,76% ao ano, bem próximo da taxa de juros calculada pela coluna de 6,53%.

Foi divulgado na data de ontem, 26, o indicador preliminar da inflação oficial do mês de setembro, o IPCA-15 do IBGE, foi de 0,35%, acumulando no ano 3,74% e em 12 meses 5,00%. Com isso o acumulado de 12 meses ultrapassou em setembro a meta superior de inflação do Brasil, conforme o gráfico abaixo.

Como já previsto nessa coluna, a partir de outubro, o índice acumulado em 12 meses reduzirá em função do término do período comparativo de deflação de julho a setembro de 2022 ocorrido após a redução artificial dos preços dos combustíveis. A queda da inflação se constata em 7 grupos de despesas, dentre os 9 pesquisados, o grupo de despesa que teve maior aumento de inflação foi de transporte, de 0,23% em agosto para 2,02% em setembro, resultado do aumento dos combustíveis, o grupo alimentação teve queda significativa mais uma vez.

Marcos Freitas Pereira

Natural de São Paulo, acumula mais de 40 anos de experiência no mercado. Doutorando em Turismo, Mestre em Finanças e economista. Fundador e atual sócio da AM Investimentos e Participações que investe em clínicas médicas, turismo, gastronomia e lazer e entretenimento. Foi também fundador da WAM Brasil maior comercializadora de multipropriedade turismo imobiliário do mundo.

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