O IBGE divulgou, no dia de ontem, 05 de dezembro, o PIB do 3º. trimestre de 2023. A economia no período cresceu 0,1% em relação ao trimestre anterior, contrariando as previsões de mercado que era de recuo entre 0,1% e 0,3%. O acumulado dos 4 trimestres encerrados em setembro ficou em 3,1% e o acumulado do ano foi de 3,2%. Portanto tudo indica que o PIB do Brasil em 2023 deve superar os 3%. Os resultados do setor externo até outubro apresentaram números significativos. O superávit comercial (exportações menos importações) foi de US$ 66 bilhões em relação ao acumulado até outubro de 2022, crescimento de 82%. Quando se analisa o balanço de pagamento, onde inclui as contas financeiras, o déficit acumulado até outubro de 2023 foi de US$ 21 bilhões contra US$ 40 bilhões do ano anterior, melhora de 49%. Esse déficit foi financiado pelos investimentos diretos de estrangeiros no Brasil, US$ 45 bilhões, mesmo em um período de altas taxas de juros nos E.U.A.. Por fim, as reservas internacionais totalizaram em outubro de 2023 US$ 340 bilhões, US$ 15 bilhões a mais do que o saldo de outubro de 2022. Essas reservas internacionais correspondem a quase 20% do PIB do Brasil.
As projeções realizadas no relatório Focus divulgado no dia 01 de dezembro trouxeram pequenas variações em relação à semana anterior. Para o PIB de 2023 manteve-se a previsão em 2,84%, que deverá ser revista para cima na próxima semana em função da divulgação do PIB realizado até o 3º. trimestre demonstrado acima; para 2024 manteve-se em 1,50%; 2025 uma pequena redução de 1,93% para 1,90% e 2026 manteve-se em 2,00%. Já para a inflação a previsão de 2023 foi elevada de 4,53% para 4,54%; para 2024 elevada de 3,91% para 3,92%; 2025 e 2026, manteve a projeção de 3,50%.
As projeções da Taxa Selic mantiveram-se as mesmas, para 2023 de 11,75%, para 2024 de 9,25%; para 2025 e 2026 de 8,50%. Com as previsões da Selic e a previsão da inflação para os próximos 12 meses de 3,92 %, a taxa de juros reais da economia, calculada pela coluna subiu para 6,45% ao ano.
Quando se analisa a curva de juros do Brasil para os próximos anos, o mercado continua reduzindo suas previsões: janeiro de 2024 em 11,844%; janeiro de 2025 em 10,33%; janeiro de 2026 em 10,035% e janeiro de 2027 em 10,15%, os juros reais inclusos nessas taxas reduziram para 6,45% ao ano, equiparando-se a taxa de juros calculada pela coluna. Já as taxas dos títulos dos Estados Unidos também reduziram, a taxa para 2 anos é de 4,645% e para 10 anos é de 4,251% ao ano.
Ainda pelo relatório Focus, a previsão do resultado primário para 2023 manteve-se em -1,10% do PIB, enquanto para 2024 em -0,80%, para 2025 em -0,60% e para 2026 em -0,50%. Nesse ano o resultado primário acumulado em 12 meses, finalizado em outubro de 2023, foi de -0,83% do PIB, ainda menor do que a previsão do relatório Focus que é de -1,10% para o ano até dezembro.
Marcos Freitas Pereira
Natural de São Paulo, acumula mais de 40 anos de experiência no mercado. Doutorando em Turismo, Mestre em Finanças e economista. Fundador e atual sócio da AM Investimentos e Participações que investe em clínicas médicas, turismo, gastronomia e lazer e entretenimento. Foi também fundador da WAM Brasil maior comercializadora de multipropriedade turismo imobiliário do mundo.