Palmas Empresas (TO) – Apesar do fechamento total dos shoppings no período crítico inicial da pandemia de coronavírus em 2020, entre março e abril, a Aliansce Sonae (ALSO3) conseguiu continuar gerando caixa mesmo em meio à drástica queda do consumo — e fechou o ano passado com uma posição de R$ 1,4 bilhão.
Segundo Daniella Guanabara, diretora de estratégia e relações com investidores da companhia, isso se deve à estratégia de digitalização que a companhia intensificou durante a pandemia, além de a empresa ter conseguido reduzir seu custo de dívida, com baixa alavancagem.
“Mesmo no ano da pandemia, nós conseguimos ter uma geração de caixa operacional super forte, o que mostra a força do nosso portfólio e a resiliência do resultados dos nossos shoppings. Nosso custo de dívida e nossa alavancagem se mantiveram em níveis super saudáveis [1,2x]”, disse a executiva em live do InfoMoney na segunda-feira (29).
“Nós conseguimos reduzir muito nosso custo de dívida sobre o mesmo período do ano anterior, numa estratégia de gerenciamento de passivos que vem sendo feita há anos para ir trocando o indexador das dívidas, com ganho muito efetivo no resultado financeiro”, completou.
Daniella comentou sobre os esforços que a Aliansce Sonae fez para aliviar o peso sobre os lojistas na pandemia, praticando descontos e postergação do pagamento de alugueis, além do investimento na segurança dos clientes quando os shoppings começaram a ser reabertos na segunda metade do ano passado. “A pandemia piorou em 2021, mas já estamos preparados”, disse.
Ela citou ainda as inovações, como o projeto de hubs de logística em seus shoppings, com lockers onde os consumidores poderão retirar produtos comprados online ou devolver/trocar produtos sem ter contato físico com os vendedores e sem precisar entrar no estacionamento dos shoppings, com a segurança que a pandemia exige.
Quanto à possibilidade de a Aliansce Sonae colocar alguns de seus shoppings na carteira de fundos imobiliários (FIIs) para rentabilizar ainda mais esses ativos, a executiva disse que é uma opção que está sendo considerada. Ela citou ainda que os projetos que fazem parte do plano de expansão da companhia, por ora, são principalmente o Shopping Taboão, o Shopping Leblon (que a empresa comprou uma parte), o Carioca Shopping e o Shopping Campo Limpo.
Sobre o app, ela disse que 4.500 lojistas se cadastraram para facilitar as vendas online aos clientes da rede. A diretora afirmou que a inadimplência está um pouco mais alta, o que é normal para momentos de crise, mas que a Aliansce Sonae tem feito as provisões necessárias para lidar com isso.
Ela comentou ainda sobre as iniciativas de sustentabilidade da rede, como as fazendas urbanas dentro dos shoppings, e sobre iniciativas para ajudar a sociedade durante a pandemia, como ceder o espaço de alguns shopping para serem locais de vacinação contra a Covid-19 — além da ajuda financeira a regiões que foram bastante afetadas, como Manaus, onde fica um dos maiores shoppings administrados pelo grupo, o Manauara.
Ela comentou que a medida que a vacinação avança pelo país, alguns locais já vão começar a retirar medidas restritivas e a reabertura dos shoppings vai fazendo as vendas voltarem gradativamente. “A população idosa por exemplo já está se vacinando. É um público importante para nós porque consome em qualquer horário, seja de manhã ou de tarde ou de noite”, explicou.
Daniella citou que a taxa de ocupação dos shoppings da Aliansce Sonae em dezembro de 2020 estava bastante alta e que, quando a pandemia passar, os shoppings voltam a ter a importância que sempre tiveram para os brasileiros. “Os shoppings no Brasil são mais defensivos do que no restante do mundo. Aqui, as pessoas não vão ao shopping só para comprar, elas usam como ponto de encontro, lazer, entretenimento, alimentação”, disse.
A DRI do grupo disse ainda que todo investimento feito pela empresa é responsável e passa pela aprovação de uma comissão interna. A executiva falou ainda sobre a política de remuneração ao acionista, que prevê para este ano um percentual um pouco além do mínimo exigido, de 25% do lucro.
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