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Como a linguagem visual pode contribuir para alfabetização financeira da Geração Alfa?

Divulgação/iStock

A educação financeira no Brasil é um tópico abstrato para a maioria dos adultos, e mais ainda para as crianças e adolescentes. O retrato anual do Serasa Experian mostra que mais de 70 milhões de brasileiros estão inadimplentes, o número de dívidas cresceu nos últimos anos e a quantidade de jovens que renegociam os valores devidos também aumentou. Este cenário impacta diretamente os mais novos, como a Geração Alfa, que inclui brasileiros nascidos a partir de 2010, mas que ainda estão aprendendo a lidar com dinheiro, compras e entrando no mercado de trabalho.

Nessa idade, eles não são apenas consumidores com poder de compra e de impacto no mercado, muitos desses pré-adolescentes e adolescentes são consumidores que gerenciam como gastam seu próprio dinheiro, por meio de estágios, pequenos serviços e até mesmo a famosa ‘mesada’.

A linguagem visual pode ser uma ferramenta importante para se comunicar com esse público, uma vez que a alfabetização financeira é uma habilidade crucial para a vida. Quando as marcas de serviços financeiros e bancários falam com esse público, elas se perguntam como uma estratégia visual avançada pode ajudar, influenciar positivamente e educar a geração mais jovem sobre como ganhar, economizar e gastar dinheiro?

Um levantamento do Serasa, em parceria com o Instituto Opinion Box, apontou que 56% dos pais e responsáveis pagam mesada para os filhos a partir dos seis anos no Brasil. Apesar dos dados, não é apenas a idade que impacta a vida dos brasileiros mirins, a “diferença salarial entre gêneros” já fica evidente nesta fase da vida. Segundo uma pesquisa feita pelo BusyKid, os garotos recebem aproximadamente US$ 13,80 (R$ 78,19) por semana, enquanto as garotas recebem US$ 6,71 (R$ 38,02).

Sendo assim, como podemos equilibrar a narrativa? A Getty Images, líder mundial em criação de conteúdo visual, conduziu uma análise por meio de sua plataforma de pesquisa VisualGPS , revelando que mulheres e meninas são, de fato, mais representadas em imagens publicitárias relacionadas a dinheiro do que homens. Entretanto, estereótipos comuns persistem—mulheres são frequentemente retratadas como “gastadoras”, enquanto homens continuam sendo mostrados como provedores, geralmente representados visualmente por pais carregando seus filhos nos ombros, sem apresentar imagens ou vídeos que mostrem os pais orientando ativamente seus filhos.

De acordo com especialistas em conteúdo visual da Getty Images, a análise do VisualGPS revela uma oportunidade significativa para as empresas não apenas mostrarem mais meninas em contextos econômicos, mas também emponderá-las nesse processo. Isso envolve mudar a narrativa de gastos materiais e compras com cartão de crédito para conceitos de segurança financeira, como poupança e orçamento. Além disso, as marcas devem reconsiderar como retratam os meninos em contextos financeiros, afastando-se da noção de que o dinheiro é o único símbolo de sucesso. Em vez disso, podem destacar meninos envolvidos em gastos relacionados ao seu bem-estar, saúde e compras de supermercado—áreas onde os homens adultos são menos frequentemente representados.

Economizar e gastar dinheiro 

Na vida real, embora a maior parte dos gastos e compras sejam digitais, a análise do VisualGPS revela que, no conteúdo visual mais popular, a ideia de economizar ainda é analógica. Metade das imagens e vídeos que mostram crianças com dinheiro apresenta um cofrinho, um porquinho, moedas ou notas bancárias. Gabriel Melo, especialista em Conteúdo Criativo na Getty Images, apontou que por mais que essa seja uma maneira eficaz de ensinar às crianças sobre dinheiro, ela é apenas um lado da moeda.

“As marcas financeiras que desejam contribuir para a educação financeira da Geração Alpha precisam repensar como representam visualmente o ato de poupar. É essencial expandir essas representações digitalizando o conceito de economia com símbolos que as crianças reconheçam e com os quais interajam em seus ambientes digitais”, destacou Melo.

A ferramenta VisualGPS também constatou que 78% dos pais – em comparação com 66% dos que não são pais – preferem ver imagens que destacam a facilidade oferecida pelos serviços bancários digitais. Em um mundo onde os cartões de crédito são salvos em contas de e-commerce e em aplicativos, e as carteiras digitais existem em dispositivos móveis e smartwatches, os hábitos de consumo estão se tornando cada vez mais digitais. Como resultado, a forma como as marcas financeiras representam dinheiro e gastos tende a se tornar ainda mais abstrato do que já é, especialmente para as crianças.

Para ajudar as empresas financeiras a navegar neste contexto e se envolver com a Geração Alpha para aproveitar o poder dos consumidores do amanhã, Melo recomenda usar uma linguagem visual que atraia as crianças. “Desde o óbvio—como empregar imagens caricaturais, coloridas e alegres para capturar seu interesse em aprender sobre dinheiro—até a utilização de vídeos para ilustrar os processos do dinheiro de maneiras que sejam fáceis para as crianças entenderem e para os pais e marcas explicarem. Considere como você pode mostrar crianças participando ativamente de conversas e cenários de gastos com seus pais, em vez de serem observadores passivos. Empondere-as ao retratar como podem ter controle sobre seu dinheiro—seja por meio de vendas de garagem, gastos ou compras online com seus pais. Além disso, considere como mostrar os responsáveis não como controladores, mas como guias que oferecem suporte e supervisão adequados, demonstrando orientação e cuidado.”

Metodologia:   

Os Relatórios VisualGPS da Getty Images oferecem inteligência visual e criativa incomparável, apoiada em uma metodologia rigorosa que combina insights visuais de mais de 60 especialistas em conteúdo visual e publicidade com insights culturais, pesquisas proprietárias e tendências de download da Getty Images e iStock (+ 2,8 bilhões de pesquisas anuais), além de perspectivas dos consumidores a partir de pesquisas globais contínuas sobre consumidores que cobrem mais de 250 tópicos. Em parceria com a MarketCast, uma empresa de pesquisa global de classe mundial, esta plataforma de pesquisa tem monitorado mudanças nas necessidades dos consumidores de forma consistente nos últimos cinco anos. Os dados do relatório “Construa Confiança na Era da IA” foram coletados em quatro estudos feitos de julho de 2022 a setembro de 2023. A amostra incluiu adultos com 18 anos ou mais, com um tamanho de amostra de 7.500 por pesquisa. A pesquisa abrangeu 25 países, incluindo Austrália, Brasil, França, Alemanha, Itália, Japão, Espanha, Singapura, Reino Unido, EUA e outros.

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