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Como mulheres com dupla jornada podem vencer a violência e manter a produtividade

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Por Leo Moreira

A vida da mulher moderna é marcada por uma intensa dupla jornada, que envolve a conciliação de responsabilidades profissionais e familiares. Como mãe, esposa e profissional, a mulher enfrenta desafios significativos para manter o equilíbrio entre essas esferas. No entanto, um dos maiores desafios que muitas enfrentam é a violência, seja ela doméstica ou social. Pretendo explorar como as mulheres podem se proteger contra a violência e, ao mesmo tempo, continuar sendo produtivas em seus ambientes de trabalho.

A dupla jornada feminina impõe uma carga física e emocional significativa. Além de suas responsabilidades no trabalho, muitas mulheres são as principais cuidadoras em casa, administrando tarefas domésticas, cuidados com os filhos e, em muitos casos, sendo o pilar emocional da família. Esse acúmulo de funções pode gerar estresse, cansaço extremo e, em algumas situações, exposição a situações de violência doméstica, agravada pela pressão e sobrecarga.

Para mulheres que enfrentam a dupla jornada, é essencial não tolerar qualquer sinal de violência, seja ela física, psicológica, emocional ou financeira. Não se deve ignorar sinais evidentes de abuso, como controle excessivo, manipulação emocional, desrespeito ou qualquer forma de intimidação. Esses sinais, mesmo que sutis, são indicativos de um ambiente inseguro e potencialmente perigoso. Cultivar a autoestima e a autonomia é fundamental. Mulheres seguras de si tendem a reconhecer mais rapidamente situações abusivas e têm mais força para romper com elas.

É vital construir uma rede de apoio, seja no ambiente de trabalho, com amigos, familiares ou em grupos comunitários. Essas conexões podem oferecer suporte emocional, conselhos práticos e, em situações extremas, abrigos temporários. Conhecer seus direitos é outra forma poderosa de proteção. A Lei Maria da Penha, por exemplo, oferece mecanismos legais para que mulheres vítimas de violência doméstica possam buscar ajuda e proteção.

No ambiente de trabalho, é igualmente importante estar atenta a qualquer comportamento que possa ser considerado assédio, intimidação ou violência. As mulheres devem sentir-se empoderadas para denunciar qualquer tipo de abuso ou comportamento inadequado e cobrar providências dos líderes e da organização. Um ambiente de trabalho seguro e respeitoso é um direito, e as mulheres devem exigir isso sem hesitação.

Além disso, um bom planejamento das tarefas diárias pode ajudar a diminuir o estresse da dupla jornada, permitindo que a mulher tenha mais controle sobre seu tempo e energia. Isso inclui delegar responsabilidades quando possível e priorizar o autocuidado.

Mesmo diante de tantos desafios, é possível ser produtiva no trabalho. Usar ferramentas de gestão do tempo, como agendas e aplicativos de organização, podem ajudar a balancear as demandas profissionais e pessoais. Buscar um ambiente de trabalho que compreenda e respeite a realidade das mulheres que enfrentam dupla jornada é essencial. Isso pode incluir políticas de flexibilidade de horários, licenças maternidade/paternidade adequadas e programas de bem-estar. Continuar a investir no desenvolvimento pessoal e profissional, por meio de cursos, leitura e participação em redes de apoio femininas, podem fortalecer a capacidade da mulher a enfrentar desafios e contribui para o crescimento de sua carreira profissional.

As consequências de todo esse cenário na saúde mental das mulheres são profundas. A constante sobrecarga, combinada com a exposição à violência, pode levar a altos níveis de estresse, ansiedade, depressão e burnout. O esgotamento mental e físico afeta não apenas a capacidade de trabalho, mas também a qualidade de vida, prejudicando relações pessoais e a saúde geral. Por isso, é crucial que as mulheres busquem ajuda psicológica e emocional quando necessário, não apenas para lidar com os impactos da dupla jornada, mas também para preservar sua saúde mental a longo prazo.

As mulheres que enfrentam a dupla jornada têm um caminho árduo, mas não precisam enfrentá-lo sozinhas. A chave está em não tolerar qualquer sinal de violência, construir uma rede de apoio sólida, conhecer seus direitos e adotar estratégias para gerenciar sua rotina de forma eficaz. Dessa maneira, é possível se manter produtiva no trabalho, proteger-se contra a violência e viver uma vida plena e equilibrada, preservando sua saúde mental.

Leo Moreira

Diretor da Acieg e mestre em Administração de Empresas pela MUST University (EUA)

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