A Thymos Energia, uma das maiores consultorias de negócios do país especializadas no setor de energia, projeta reajuste médio de 2,64% para conta de luz no Brasil em 2025. Os percentuais variam conforme a região do país, com o maior aumento médio no Sul, estimado em 7,16%, seguido pelo Norte, com previsão de alta de 4,73%. O Nordeste deve registrar acréscimo de 1,42%, enquanto o Centro-Oeste terá uma elevação de 2,91%. No Sudeste, tradicionalmente a região com tarifas mais altas, a estimativa é ter o reajuste mais baixo, de 1,10%.
A recente Medida Provisória nº 1.300/2025 não impactará os reajustes tarifários a serem homologados pela Aneel no segundo semestre de 2025. Embora entre em vigor em julho, seus efeitos imediatos limitam-se à alteração nas regras da Tarifa Social de Energia Elétrica. As demais regulamentações – como repartir entre todos os consumidores os custos dos descontos da geração distribuída e das usinas nucleares Angra I e II – passam a valer apenas a partir de 1º de janeiro de 2026.
“Apesar de não afetar diretamente os reajustes de 2025, a mudança nas regras da tarifa social impõe desde já desafios operacionais às distribuidoras, que precisarão adaptar seus sistemas de cobrança para os consumidores elegíveis. Como os descontos passam a valer imediatamente, a CDE deve realizar os repasses às distribuidoras para cobrir essas perdas de receita. No entanto, a arrecadação correspondente – feita por meio das tarifas pagas pelos consumidores – ainda não foi atualizada, o que pode gerar um desequilíbrio temporário no fluxo de caixa da CDE”, afirma a head de Utilities e Regulação Econômica na Thymos Energia, Ana Paula Ferme.
A estimativa da Thymos Energia para as tarifas leva em conta uma série de fatores estruturais e conjunturais. “No caso do Norte, o principal impacto vem do aumento do custo de distribuição que inclui despesas com operação e manutenção das redes, além da remuneração dos ativos e outros custos regulatórios das distribuidoras”, diz Ana Paula Ferme.
Já no Sul, o percentual de reajuste de 2025 ficou acima da média nacional, influenciado por questões locais. Em 2024, a região recebeu suporte significativo do Programa Nacional de Apoio aos Atingidos pelas Mudanças Climáticas (Pronamc), em decorrência das graves enchentes no Rio Grande do Sul. O auxílio extraordinário no ano anterior faz com que, ao comparar os valores de 2024 com os de 2025, o percentual de aumento para o Sul pareça mais acentuado.
Em relação à média nacional, dois fatores tiveram peso relevante na readequação tarifária deste ano: a quitação dos empréstimos da CDE contratados durante a pandemia (CDE COVID) e a crise hídrica de 2021 (CDE escassez-hídrica), além do repasse de créditos tributários relacionados a decisões judiciais sobre PIS e Cofins.
Para Ana Paula Ferme, o reajuste médio de 2,64% nas contas de luz pode ser considerado moderado. “É um percentual que, embora represente aumento, está dentro de uma faixa razoável, especialmente se lembrarmos de anos em que os reajustes superaram dois dígitos, chegando em média até 15% em algumas regiões. Ainda assim, é importante que o consumidor fique atento: parte da redução observada agora se deve a ajustes pontuais que, por regra, acabam sendo revertidos no ano seguinte, pressionando novamente as tarifas”, alerta.
A Thymos Energia destaca que o reajuste de 2,64% representa uma média nacional, considerando todas as distribuidoras de energia. Cada concessionária poderá ter um percentual específico, de acordo com seu contexto local e necessidades operacionais.
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