Por Jordan Jorge
Que a conta de energia só aumenta, todos nós já sentimos no bolso. Entra ano, sai ano. Muda governo, troca distribuidora e a tão sonhada solução não chega. Um levantamento realizado pela Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia) detectou no acumulado dos últimos oito anos, entre 2015 e 2022, que as tarifas elétricas residenciais registraram aumento de 70%, patamar mais elevado que a evolução do IPCA, índice oficial de inflação, que foi de 58% no período. Só em 2022, o reajuste médio da tarifa de energia elétrica para os consumidores residenciais foi de 11,35%, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
E assim deve ser o ritmo nos próximos anos. Conforme projeções da TR Soluções, 2023 deve ser marcado por reposicionamentos tarifários extremos. A empresa sugere que as tarifas de energia podem sofrer alta de até 31,9%, a depender da distribuidora. A Aneel, por sua vez, prevê aumento médio de 5,6% este ano no país. O serviço é essencial, não dá para optar por não ter. Então, qual seria a saída?
A solução buscada por empresas e pelo consumidor final é o investimento em energia solar. A fonte solar fotovoltaica tornou-se a segunda maior da matriz elétrica brasileira, ultrapassando a eólica. De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, alcançou 26 GW de potência instalada operacional. Goiás é o 8º estado que mais produz energia solar no Brasil. São mais de 700 MW de potência instalada. Só em 2022, o número cresceu 61% em relação a 2021. Foram instalados 26.927 sistemas de energia fotovoltaica contra 16.724 do ano anterior.
O retorno do investimento é mensurado numa economia mensal de até 95% na conta de energia. Com isso, em uma média de três a quatro anos, o valor investido na usina solar foi totalmente absorvido e os 20 anos seguintes de vida útil das placas solares fica no lucro. Considerando o valor economizado pela geração própria em relação ao investimento feito, é possível observar retornos de rentabilidade entre 2% e 3% ao mês. Não há nenhum produto financeiro de baixo risco disponível no mercado com retornos iguais a esses e me atrevo afirmar que é ainda melhor do que investir na bolsa de valores.
É vantajoso até mesmo para quem opta por financiar o valor necessário para a instalação da energia solar. Afinal, os juros são inferiores à rentabilidade da usina solar fotovoltaica. Sem contar que existem linhas de crédito por meio das quais é possível optar por substituir o valor da conta de energia pela parcela do financiamento da própria usina, também com possibilidade de negociação direto com a empresa.
Para quem deseja escapar dos aumentos na conta de luz, além de produzir uma energia limpa, investir em energia solar é a oportunidade para levar um alívio também ao bolso.
Jordan Jorge
Engenheiro eletricista e diretor comercial da Yellot, empresa goiana que atua no ramo de energia solar desde 2016