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Depois da “A Venezuela está mais próxima do que se imagina” (1), agora, “Aporofobia”

Pedras evitam que moradores de rua permaneçam debaixo do Viaduto Dom Pedro I, localizada na Avenida Praia de Belas, em Porto Alegre (Foto: Agência O Globo)

Por Marcos Freitas Pereira

Tudo indica que as eleições de 2022 terão como pano de fundo a proposta de redução da fome no Brasil. Em todas as pesquisas divulgadas, a fome é a principal preocupação do povo brasileiro. Com ela, o desemprego, a inflação e a saúde. A corrupção, que foi a bandeira da última eleição, não aparece entre as principais preocupações do brasileiro para a próxima eleição – talvez seja um sinal de que o combate à corrupção não será através de promessas eleitoreiras e sim através de uma mudança comportamental do brasileiro. A solução para esse problema é muito mais profunda e estrutural do que se pensa.

Tendo o povo desiludido com a problemática da corrupção que atinge o país desde a sua descoberta, ele se volta para problemas que o atinge direta e diariamente. Entre eles, o principal: a fome.

O Jornal o Popular do final de semana dos dias 4 e 5 de dezembro divulgou matéria jornalística de uma página sobre as instituições não governamentais que estão socorrendo os necessitados na cidade de Goiânia, com destaque dado à Fundação do Tio Cleobaldo, que tem distribuído 2.500 refeições por semana e já tem mais de 5 mil famílias inscritas para recebimento de cesta básica. Nesse momento tão difícil que uma grande parte da população brasileira está passando, a ajuda dessas instituições é muito bem-vinda. Que a oferta de alimentos aumente cada vez mais, pois os dias futuros não são nada promissores e hoje já são mais de 63 milhões de pessoas com falta de alimentos no Brasil.

Se não bastasse esse quadro desolador, esse quadro triste, esse quadro que não se vê “luz no final do túnel”, associam-se a ele o preconceito e o ódio aos pobres. A esse preconceito e a esse ódio dar-se o nome de “aporofobia”, que significa fobia, pavor e ódio aos pobres. A expressão foi cunhada pela filósofa espanhola Adela Cortina. A palavra vem do grego á-poros, que significa pobre, desamparado, sem recursos, unido a fobia.

No Brasil, o principal nome que tem denunciado a prática da aporofobia é o Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo. Em abril, no meio da pandemia, um projeto da Prefeitura de Curitiba (PR) previa multar grupos que distribuíssem comida aos pobres de rua, em Londrina (PR), em novembro, a Câmara Municipal aprovou a lei “antivadiagem” para proibir colchões, barracas ou similares em logradouro público, incluindo marquises de prédios públicos e privados e impedir repasses financeiros sem prévio exame negativo de uso de droga. Em Porto Alegre, pedras pontiagudas foram instaladas na frente de uma agência da Caixa Econômica Federal e retiradas depois que o padre Julio Lancellotti, divulgou fotos do caso. Foi o padre Júlio responsável em denunciar e por quebrar, à marretadas, os paralelepípedos colocados sob viadutos na Zona Leste de São Paulo para impedir moradores de rua de transformá-los em teto.

O autor desse artigo acredita que não teremos, por parte dos nossos políticos do Estado de Goiás e da cidade de Goiânia, qualquer ação/atitude desse tipo fomentando a aporofobia, apesar de sabermos que há denúncias de ações e crimes contra moradores de rua praticado por outras pessoas.

Não teremos um mundo melhor adotando essas posturas de fobia contra os pobres, pelo contrário, as ações devem ser de solidariedade. O momento de pandemia e pós pandemia exigem isso de nós. Sejamos solidários, sejamos humanos.

O próximo governo do Brasil deve comprometer-se com ações de inclusão social, que essas pessoas sejam colocadas em prioridade zero nos primeiros cem dias do ano de 2023

Que Deus nos ajude!

(1) Artigo publicado nesse espaço no dia 25 de outubro de 2021. A Venezuela está mais próxima do que se imagina – Goiania Empresas (stgnews.com.br)

Marcos Freitas Pereira

Natural de São Paulo, acumula mais de 25 anos de experiência de mercado. Doze destes anos foram como administrador em cargos de comando na Pousada do Rio Quente Resorts.

Exerceu as funções de Gerente de Orçamento e Finanças, Controller, Diretor Estatutário Administrativo Financeiro e Diretor de Relações com o Mercado. Além disso, dois anos como Diretor Superintendente, principal executivo da empresa. Atualmente atua como Sócio da WAM Brasil.

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