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Desafios para o setor de serviços no Rio Grande do Sul após as enchentes

Voluntários usam barco de pesca para resgatar moradores ilhados em suas casas na cidade de São Sebastião do Caí, no Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha/AFP

Por Leo Moreira

As recentes enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul trouxeram desafios significativos para diversos setores da economia. Empresas de tecnologia, saúde, logística, segurança privada, limpeza profissional e outros serviços, enfrentam a difícil tarefa de recuperar suas operações e assegurar a continuidade de seus serviços. Neste cenário, o Governo Federal anunciou um conjunto robusto de medidas para apoiar a recuperação dessas áreas vitais. Vamos explorar como essas ações poderão beneficiar as empresas e famílias afetadas.

Com uma opinião crítica e obviamente sem margens para polêmicas ou narrativas que possam envolver o momento delicado no cenário em que o Estado do Rio Grande do Sul se encontra, consigo mensurar superficialmente alguns impactos desta catástrofe no setor de serviços. Vejamos:

  1. Tecnologia

– Desafios: A infraestrutura de TI de muitas empresas foram danificadas, resultando em perdas de dados e interrupções nos serviços. Além disso, a conectividade em áreas afetadas foram severamente comprometidas.

– Oportunidades: As medidas governamentais incluem a recuperação da infraestrutura de comunicação, permitindo que empresas de tecnologia possam restaurar seus serviços rapidamente. Linhas de crédito facilitadas também estão disponíveis para a compra de novos equipamentos e atualização tecnológica.

  1. Saúde:

– Desafios: Hospitais e clínicas sofreram com danos estruturais como a perda de equipamentos médicos essenciais. A capacidade de atendimento foi reduzida em um momento crítico.

– Oportunidades: A criação de hospitais de campanha e a distribuição de kits de medicamentos são passos importantes para restaurar os serviços de saúde. Além disso, investimentos em novas unidades habitacionais e o apoio direto do Governo Federal ajudarão a estabilizar a situação.

  1. Logística:

– Desafios: A interrupção de vias e a perda de veículos e armazéns dificultaram a movimentação de mercadorias, impactando cadeias de suprimentos.

– Oportunidades: A recuperação de infraestrutura crítica, como estradas e pontes, é essencial para a normalização das operações logísticas. Linhas de crédito para a substituição de veículos e reconstrução de armazéns, também são parte das medidas anunciadas.

  1. Segurança Privada

– Desafios: Com a destruição de propriedades e aumento potencial de crimes oportunistas, as empresas de segurança privada precisam aumentar suas operações e melhorar equipamentos danificados.

– Oportunidades: As linhas de crédito emergencial podem ser usadas para a aquisição de novos equipamentos de vigilância e segurança, bem como para a contratação de mais pessoal para atender a demanda crescente.

  1. Limpeza Profissional

– Desafios: A remoção de detritos, lama e água contaminada requer um esforço intensivo e especializado, com muitas empresas de limpeza profissional enfrentando uma demanda extremamente alta, e obviamente a falta de mão de obra para tais finalidades.

– Oportunidades: Os fundos emergenciais permitem que essas empresas adquiram novos equipamentos de limpeza e produtos necessários para enfrentar a magnitude da tarefa de limpeza pós-enchente.

Contudo, algumas ações específicas que estão diretamente ligadas ao bem-estar social e familiar, cabendo salientar que alguns fatores demandam atenção do Poder Público são imprescindíveis para que o setor produtivo privado se recupere o quanto antes e retorne a posição de gerador de empregos e riquezas em toda região sul do nosso país. Podemos apontar algumas medidas que podem ajudar no curto prazo:

  1. Empresas de Tecnologia: As linhas de crédito emergencial podem ser usadas para restaurar servidores, adquirir novos equipamentos e reforçar a segurança de dados.
  2. Instituições de Saúde: Investimentos em infraestrutura, como a construção de novas unidades e a reposição de equipamentos médicos, são prioridades do Governo.
  3. Empresas de Logística: A recuperação das estradas e pontes, além de créditos para substituição de veículos, são essenciais para normalizar as operações.
  4. Segurança Privada: A aquisição de novos equipamentos e a contratação de pessoal adicional são suportadas pelos créditos emergenciais.
  5. Limpeza Profissional: As empresas podem investir em novos equipamentos de limpeza e contratar mais funcionários para atender à demanda.
  6. Famílias: Medidas como o saque emergencial do FGTS e a antecipação de benefícios sociais ajudam a aliviar a pressão financeira imediata sobre as famílias afetadas.
  7. Garantia de Emprego e Renda: Medida Governamental que possa flexibilizar e subsidiar temporariamente a relação de trabalho entre empresas e funcionários, garantindo assim o emprego e renda.

Enfim, as enchentes no Rio Grande do Sul representaram um desafio monumental para diversos setores, especialmente os de natureza essencial. No entanto, as medidas emergenciais e de recuperação que são de obrigação do Poder Público, devem oferecer um caminho para a consolidação da ordem pública, dignidade e respeito a todo povo gaúcho que sofreu e vem sofrendo com essa catástrofe. Com o apoio financeiro e logístico, as empresas podem não apenas reconstruir, mas também fortalecer suas operações para futuras adversidades, garantindo a continuidade dos serviços essenciais para a comunidade e a economia.

Leo Moreira

Empresário e professor, mestre em Gestão de RH e inteligência de Negócios, MBA em controladoria e finanças, MBA em Gestão Empresarial, MBA em Gestão Empresarial e Serviços. Cursou técnicas de negociação na Harvard University (EUA) e Gestão de riscos e tomadas de decisões na Chicago University (EUA). Diretor e 1º vice presidente do Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação e Serviços Terceirizados de Goiás – SEAC-GO.

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