Ícone do site STG News

Diversificação na alimentação dos bovinos mato-grossenses aumenta em 45% produção de leite

Crédito da imagem: Freepik

Rondonópolis Empresas (MT) – Os agricultores familiares Roberto Roseghini e Cleonice Roseghini, tiveram um aumento de 45% na produção de leite com o ajuste nutricional e assistência técnica da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer). A produção média passou de 235 litros para 340 litros de leite por dia. A média diária de produção de leite por animal teve um aumento de 13%, passando de 11 litros para 12,4 litros animal/dia.

Segundo a zooctecnista da Empaer, Jéssica Coutinho, os produtores estavam preocupados com o baixo desempenho de suas vacas de leite no período da seca. A produção média nos meses de maio a julho era de 235 litros de leite/dia. Após o diagnóstico na propriedade foi constatada a necessidade de mudanças na alimentação.

“Uma dieta mal formulada pode contribuir com a baixa produção de leite das vacas. Foram feitos ajustes e análise bromatológicas para composição nutricional dos ingredientes utilizados e o balanceamento correto da ração concentrada”, explica.

Os produtores e proprietários do Sítio Santo Antônio, localizado na Comunidade Agrovila Ponce de Arruda, município de Campo Verde (131 km ao Sul de Cuiabá), estavam utilizando na alimentação bovina um concentrado de milho e resíduos da pré-limpeza das máquinas com produtos de soja e milho.

Após a zootecnista observar o desbalanceamento da dieta total na ausência de teores de energia, proteína e minerais adequados, ela sugeriu o acréscimo com mais dois ingredientes, torta de algodão e farelo de soja.

“Os ingredientes foram necessários para aumentar o valor nutricional da dieta, principalmente o nível de proteína, energia e definido o nível de inclusão correto de cada um dos ingredientes, levando em consideração sua composição, preço e disponibilidade na região”, explica.

As dietas passaram a fornecer maior nível de proteína e energia com a finalidade de aumentar a densidade nutricional. Para alimentação do rebanho bovino o custo por animal/dia era de R$ R$ 5,01. Com o ajuste nutricional o custo passou para R$ 6,33 vaca/dia. Jessica ressalta que mesmo com um aumento de 50% no custo do quilo do concentrado, a nova dieta atendeu às exigências do rebanho e aumentou a eficiência leiteira.

Ainda de acordo com a zootecnista, a alteração na alimentação proporcionou melhor aporte nutricional e aumento considerável de produção, que além de cobrir os gastos gerados pelos investimentos na dieta, proporcionou um lucro adicional ao produtor de R$ 4,28 por cabeça/dia.

“É comum no início o produtor apresentar certa resistência em mudar a dieta dos animais, seja pelo receio de elevar os custos de produção ou por inserir ingredientes na qual eles não estejam familiarizados. Mesmo com o baixo custo na alimentação, ele se queixava por obter pouco retorno financeiro”, comenta.

Para a produtora Cleonice, responsável pela coleta dos dados e anotações no Sitio Santo Antônio, o ajuste na alimentação dos animais trouxe resultados positivos e retorno econômico num período de três meses. “A produção de leite chegou a 363 litros de leite por dia, com 28 vacas em lactação e uma produção média de 12,9 litros por animal”, complementa a produtora.

Unidade de Referência

A adoção de tecnologias é o diferencial da área dos produtores rurais. A propriedade abriu as portas para os técnicos da Empaer, da Secretaria Estadual de Agricultura Familiar (Seaf), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Prefeitura Municipal para a implantação da Unidade de Referência Tecnológica (URT) do Leite. A Unidade faz parte do Programa de Governo que tem como objetivo desenvolver a cadeia produtiva do leite e melhorar a eficiência da atividade através de ações para melhorar a alimentação do gado e índices zootécnicos, minimizando os custos de produção para aumentar a renda da unidade familiar, dentre outros.

Sair da versão mobile