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Em MS, geração de empregos em agosto tem o melhor resultado dos últimos 17 anos

(Imagem: Freepik/gpointstudio)

Campo Grande Empresas (MS) – Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que, em agosto, Mato Grosso do Sul teve saldo positivo de 2.849 empregos, resultado de 23.509 contratações e 20.660 desligamentos. O melhor resultado para o mês desde 2004, quando a diferença entre admissões e desligamentos foi de 2.975.  

Assim como ocorreu nos últimos meses, em agosto o setor terciário foi responsável por 80% do saldo de empregos no Estado. Os serviços puxaram as contratações, com 1.464 vagas, e o comércio foi responsável por 816 postos formais. Na sequência, a indústria (473), a construção (404) e a agropecuária (-308).  

Para o doutor em Economia Michel Constantino, Mato Grosso do Sul vem mostrando que é resiliente. 

“Crescendo principalmente nos setores de serviços e comércio, que foram os mais impactados por causa das restrições. Mais os serviços do que o comércio, e a tendência é de que os serviços se mantenham sempre à frente no saldo de empregos. O setor terciário cresce sempre de forma mais linear, e não de forma sazonal, como a agropecuária, por exemplo”, analisa.  

De acordo com o economista Eugênio Pavão, a economia de MS tem no setor de serviços sua maior fonte de renda. 

“Por apresentar menos obstáculos à entrada, pois com pequenos investimentos é possível se tornar um prestador de serviços, como motoentregador, salão de beleza, barbeiro, guia turístico, entre outros. Isso faz com que esse setor propicie o maior número de ocupantes de vagas de trabalho, principalmente na área urbana”, avalia.

ACUMULADO

Em agosto, o saldo ficou positivo pelo oitavo mês consecutivo. Com isso, no acumulado de 2021 o Estado já registra saldo positivo de 34.032 empregos, diferença entre 180.582 contratações e 146.550 demissões. No mesmo período do ano passado o saldo era de 2.317 vagas no ano.  

“O estado de Mato Grosso do Sul tem demonstrado aquilo que temos falado sempre, que é o crescimento econômico diferenciado. Nós estamos crescendo na agricultura, na pecuária, na indústria e no comércio. Todos os dias temos a felicidade de lançar novos investimentos”, afirma o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck.

“E isso tem se replicado na geração de empregos, demonstrando que as políticas públicas têm dado resultado e que a retomada econômica é bastante consistente”, completa.

Os mesmos setores puxaram os dados positivos do ano. Os serviços foram responsáveis por 14.511 postos de trabalho, o comércio por 8.335, indústria (5.030), agropecuária (3.153) e a construção (3.003).

Pavão explica que a pandemia afetou todos os setores indistintamente.

“[A pandemia] trouxe resultados econômicos negativos no primeiro ano [2020], e agora em 2021, com a mudança nos paradigmas, com o crescimento do serviço de vacinação, observa-se a retomada de emprego por parte de vários setores”, afirma.

Segundo o economista Michel Constantino, o saldo positivo há oito meses demonstra justamente a recuperação econômica. 

“O emprego é o último indicador da economia que fica positivo ou negativo. Porque demitir e admitir tem um custo muito elevado e as empresas acabam deixando isso por último e só se tem o efeito disso quando realmente os empresários têm certeza de que a economia está crescendo, o negócio está crescendo”.  

Entre os municípios, Campo Grande lidera com saldo positivo de 11.531 vagas de janeiro a agosto, seguida de Dourados (3.573), Três Lagoas (2.115), Aparecida do Taboado (1.308), Corumbá (1.110), Chapadão do Sul (1.103), Rio Brilhante (1.032), Naviraí (953) e Ponta Porã (910).

TEMPORÁRIOS

Os especialistas acreditam que a tendência é de que o emprego se mantenha positivo até o fim do ano. Segundo o Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande (SECCG), a estimativa é de que mais de 6 mil funcionários sejam contratados até o fim do ano.

“Estamos otimistas e alguns fatores contribuem para isso, como o controle da Covid-19, por intermédio de uma vacinação maciça da população em todo o Estado e também pela própria recuperação da economia, que tem demonstrado, por meio de números, um crescimento significativo”, afirma Carlos Sérgio dos Santos, presidente do sindicato.

Dos mais de 6 mil temporários que serão contratados a partir de outubro, segundo o líder sindical, muitos acabarão sendo contratados permanentemente a partir de 2022.

“Para os próximos meses, [o saldo de empregos] vai continuar aumentando, porque estamos chegando ao fim do ano e é de praxe que tenhamos esse aumento. Com 70% da população do Estado já vacinada, isso mostra que já é possível aumentar as contratações e a movimentação econômica”, finaliza Constantino.  

Segundo o economista Eugênio Pavão, o comércio tem uma característica muito específica da economia regional. “Sempre apresentou bons números, com desempenho melhor no número de vagas nas datas comemorativas, principalmente no Natal, gerando vagas temporárias e que tendem a se tornar fixas para 1/3 em média dos contratados”, conclui.

O Brasil registrou saldo de 372.265 novos trabalhadores contratados com carteira assinada em agosto de 2021. O saldo é o resultado de um total de 1.810.434 admissões e 1.438.169 desligamentos. No acumulado no ano, o saldo passou a somar 2.203.987 postos ocupados, decorrentes de 13.082.860 de admissões e de 10.878.873 demissões.

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