Palmas Empresas (TO) – A previsão de inflação para este ano chegou a 6,79% e as micro e pequenas empresas são impactadas diretamente com esse resultado. Com o aumento de preços nas contas de energia, luz, combustíveis, alimentação, dólar e aluguéis, que acabam influenciando nos preços das matérias primas, aliados aos efeitos da pandemia e às sequenciais perdas de faturamento, os donos de pequenos negócios precisam de muita organização e de jogo de cintura para negociarem com fornecedores, controlarem gastos e diminuírem os repasses dos custos para seus clientes, que também sofrem com a alta de preços.
“É um problema que afeta a todos, não somente os empreendedores. Além de ficar muito atento a esses indicadores econômicos como a taxa de inflação, é recomendável ter um controle cuidadoso e detalhado sobre os gastos para saber onde se pode diminuir custos, além de sempre procurar negociar”, observa o analista de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae Giovanni Beviláqua. Ele também indica que os empreendedores coloquem os custos em ordem de prioridade. “A gestão financeira e o fluxo de caixa devem ser feitos com muita atenção. Isso ajudará o empreendedor a conhecer a sua real situação e a elaborar estratégias para evitar, quando possível, os repasses ao consumidor”, complementa.
Beviláqua ainda recomenda que após uma análise da situação da empresa, os donos de pequenos negócios devem negociar dívidas, preços com fornecedores, aluguéis, taxas e financiamentos com instituições financeiras e o que mais pesar no orçamento da empresa. “As negociações são sempre boas práticas a serem realizadas, mas é importante deixar claro para as partes a real situação e para isso a qualidade das informações é muito importante. Todos estão sendo impactados com a alta de preços e isso ajuda no processo de negociação”, diz o analista. Outra dica de Giovanni é que os empreendedores fiquem atentos aos movimentos macroeconômicos, como o aumento da Selic, bem como as tendências do mercado para que possam estimar mais adequadamente os custos, receitas no futuro e evitar o repasse de custos ao consumidor.
De acordo com o analista, repassar de imediato os custos da inflação e o aumento da taxa de juros pode não ser uma boa estratégia.
“Para que o repasse não seja de imediato é muito importante que haja um controle cuidadoso da gestão financeira em relação aos custos e sobre as receitas”, alerta. Ele ainda destaca que, nesse momento, as empresas devem analisar bem os investimentos que farão. “A economia ainda está se recuperando e os investimentos têm um prazo de maturação para que passem a dar retorno. Um cenário econômico incerto tende a deixar as pessoas receosas de empreenderem alguns investimentos e na expectativa e, por isso, é preciso avaliar bem e realizar ações bem planejadas”, pontua.
O Sebrae recomenda ainda que os empreendedores revisem custos, margens e preços; negociem sempre que possível; fiquem atentos aos estoques para não exagerar na dose e comprometer o fluxo de caixa; e tentem conquistar novos clientes, traçando estratégias de marketing eficientes e conscientes.