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Empreendimentos que performam, o “ROI” oculto da sustentabilidade

(Freepik)

*ROI = retorno sobre investimento (return on investment, na sigla em inglês)

Por Luana Lousa

A cada momento, a régua da sustentabilidade atinge patamares mais elevados! Se antes nos conformávamos com itens como gerar a própria energia ou captar águas pluviais para rega de jardins, hoje, esse já não é mais um diferencial tão apreciado pelo investidor e pode ser tratado como um “item de série” dos empreendimentos sustentáveis. Os valores percebidos mudaram muito no mundo pós pandemia, e o que antes parecia surpreendente, hoje, é o “air bag” de ontem.

Os investidores do agora não somente olham os números atrelados aos custos operacionais, mas também os custos relacionados à manutenção em médio e longo prazo, à qualidade dos materiais especificados, à geração de saúde pelos materiais em contato com as pessoas e o meio e às estratégias utilizadas para melhorar a performance do edifício como um todo, considerando inclusive a performance alcançada pelas pessoas que dele usufruem. Hoje os números falam alto a esse respeito.

Um ótimo exemplo disso é a pesquisa feita por pesquisadores da Universidade de Harvard em edifícios com certificações ambientais ao longo de 16 anos em seis países, incluindo o Brasil, que mostram números significativos, em benefícios combinados Esses benefícios somados chegam à impressionante soma de US$ 6 bilhões, considerando a saúde humana e o clima, como mostra o relatório HEALTHfx.

Outro exemplo é uma pesquisa feita por uma instituição certificadora canadense , que constatou reduções de 9-50% na possibilidade de contrair doenças e uma redução na ocorrência de asma e alergias, na ordem de 18-25%, comprovando que ambientes sustentáveis podem colaborar com a disposição e pro atividade de seus ocupantes. Esses números, se convertidos em hora-trabalho de colaboradores, podem refletir diretamente nos resultados de uma empresa! Por outro lado, se esses mesmos números forem levados a empreendimentos habitacionais, hospitalares, hoteleiros, dentre outros, e convertidos em qualidade de vida, galgamos mais alguns degraus!

O investidor será conquistado não somente pelas vantagens de retorno, mas também pelas possibilidades em benefício próprio! Se posso escolher entre hospitais para uma cirurgia, seguramente escolherei aquele em que minhas possibilidades de recuperação são maiores! Ou que chance pode ter um hotel de corredores longos e escuros se o comparo a um lugar de bangalôs individualizados, inseridos em meio à natureza, cujas paredes podem melhorar a qualidade do ar durante minha estadia ou ao menos melhorar a alergia daquele filho asmático por tranquilos 7 dias?!

Cada vez mais, a conversão de sustentabilidade em fidelização de clientes, mídia espontânea em valores percebidos e apreciados, tem alcançado lugar expressivo na tomada de decisão das grandes marcas. E a sua, no que tem investido?

Luana Lousa

Bioarquiteta/Biourbanista em Arquitetura Viva

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