Brasília Empresas (DF) – A Sondagem Industrial do primeiro trimestre de 2022, feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que os empresários ainda demonstram grande preocupação com a queda no consumo e os juros altos no país.
No levantamento, a queda no consumo foi citada por 25,5% dos empresários industriais. Segundo a confederação, esse problema vem ganhando força há dois trimestres. No segundo trimestre de 2021, ele atingia 19,4%.
O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, explica que, isoladamente, o percentual não parece ser tão alto. No entanto, dado o momento em que a oferta começa a se ajustar, a demanda se mostra insuficiente.
“A dificuldade de acesso à matéria-prima começa a ter uma pequena redução e o problema de demanda fica mais evidente. É realmente uma situação muito complicada”, analisa Azevedo.
O aumento mais expressivo captado foi na parcela do empresariado que considera as altas taxas de juros um problema. Passou de 14,2% para 20,8%. É o quarto trimestre consecutivo que esse problema cresce. No fim de 2021, apenas 7,6% dos empresários consideravam os juros um obstáculo ao seu negócio.
Transporte
Outro problema apontado são as dificuldades na logística de transporte, que já afetam 13,8%, ante 11,8% no trimestre anterior. Esse é o terceiro trimestre seguido de alta.
Ainda, 58,8% dos empresários ainda consideram a falta ou o alto custo da matéria-prima o principal problema enfrentado pela indústria. No entanto, esse percentual caiu em relação ao período anterior e outros três problemas começaram a despontar: demanda interna insuficiente, taxas de juros elevada e dificuldades com logística. A pesquisa ouviu 1.842 empresas entre 1º e 11 de abril.
Em março, a produção industrial subiu pela primeira vez no ano. Desde dezembro, o índice encontrava-se abaixo do patamar dos 50 pontos, comportamento que foi revertido em março, indicando crescimento da produção. Além disso, o índice que mensura a produção industrial em março de 2022 foi 4 pontos acima de março de 2021.