Goiânia Empresas (GO) – A companhia italiana Enel está em negociações para vender sua distribuidora brasileira de energia Celg-D em um acordo que pode chegar a 2 bilhões de dólares, disseram três fontes com conhecimento do assunto.
Entre as empresas interessadas em adquirir a Celg-D, que distribui energia no Estado de Goiás e atende 3,27 milhões de clientes, estão a CPFL Energia, controlada pela State Grid Corporation of China, a Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola, e a EDP Brasil, da qual a portuguesa EDP é a maior acionista. Outras candidatas para a Celg-D, avaliada em cerca de 10 bilhões de reais (2,14 bilhões de dólares), incluindo dívidas, são as brasileiras Energisa e Equatorial Energia.
O valor patrimonial da Celg-D gira em torno de 5 bilhões de reais. A Enel e a Neoenergia não quiseram comentar. CPFL, EDP Brasil, Equatorial e Energisa não responderam imediatamente aos pedidos de comentários. O banco de investimento do Itaú Unibanco Holding SA está assessorando a Enel. A Enel pagou 2,1 bilhões de reais para adquirir a Celg-D dos antigos controladores, a Eletrobras e o Estado de Goiás, em um leilão de privatização em 2016. Em 2020, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, criticou a Enel pela qualidade do serviço da Celg-D.
A Celg-D está entre as piores distribuidoras brasileiras de energia em qualidade de serviço, segundo ranking publicado pela Aneel. No ano passado, a empresa foi a terceira pior entre 29 empresas.
A Enel possui no Brasil quatro empresas de distribuição de energia nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Goiás, atendendo 18 milhões de clientes. A EDP Brasil poderia ter sinergias se adquirisse a Celg-D. A empresa comprou no ano passado a transmissora Celg-T por 2 bilhões de reais em um leilão de privatização. O CEO da EDP Brasil, João Marques da Cruz, disse aos investidores na semana passada que a empresa avaliaria participar de processos competitivos por distribuidoras de energia à venda.