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Equipes especializadas identificam dois sítios arqueológicos em Mato Grosso

Divulgação/Rumo

Mais do que infraestrutura para o transporte de cargas, a Rumo investe e contribui com a descoberta, preservação e conservação do patrimônio histórico mato-grossense. Desde o início das obras de implantação da Ferrovia Estadual de Mato Grosso, em 2022, estão em monitoramento dois sítios arqueológicos, nomeados como Sítio Tugore, localizado no município de Juscimeira, e Sítio Miau, em Rondonópolis. Os materiais coletados em ambos os locais são encaminhados para o Instituto Ecoss, com sede em Cuiabá, onde são conferidos e arquivados. Até o momento, já foram coletados e entregues ao instituto mais de dois mil fragmentos.

De acordo com a gerente consultiva da Rumo, Paula Tagliari, o investimento em infraestrutura deve estar associado a ações de preservação e manutenção das identidades locais. “Vamos além das obrigações impostas à empresa. Entendemos que é preciso valorizar e preservar o patrimônio cultural e histórico da região. O desenvolvimento deve caminhar ao lado da preservação da memória e identidade locais”, enfatiza Paula.

Ainda segundo a gerente, a pesquisa arqueológica é fundamental para ampliar o conhecimento e preservar o patrimônio cultural e histórico de Mato Grosso. “Realizamos um estudo arqueológico detalhado, que assegura que cada descoberta seja devidamente preservada, analisada e protegida, reforçando nosso respeito pela história e cultura locais”, destaca Paula Tagliari.

Geógrafa e presidente do Instituto Ecoss, Enir Maria Silva explica que todo o trabalho de coleta, identificação e catalogação do material é feito por equipes da Rumo. “Nós, do Instituto, recebemos os materiais, fazemos a conferência e os guardamos. Importante destacar que tudo o que recebemos ficará disponível para pesquisa”, conclui Enir Silva.

História e Cultura 

Os dois sítios arqueológicos identificados em Mato Grosso pelas equipes da Rumo estão localizados na área de influência da bacia do Rio São Lourenço. O Sítio Tugore está no município de Juscimeira, enquanto o Sítio Miau está localizado em Rondonópolis. Ambos sugerem uma associação com a Tradição Uru, caracterizada pela presença de cerâmicas simples e sem decoração, além do uso intensivo de recursos locais para a confecção de instrumentos.

A proximidade entre os sítios e as semelhanças nas indústrias líticas (referentes a pedras ou rochas) e cerâmicas reforçam a ideia de uma continuidade cultural na região. Por outro lado, indicam também a possibilidade de múltiplas ocupações por diferentes grupos ao longo do tempo.

No Sítio Miau, foram registrados 287 vestígios concentrados em camadas superficiais do solo, com predominância de artefatos de pedra, como lascas e núcleos, sugerindo o uso do local como oficina para a confecção desses instrumentos. Já o Sítio Tugore revelou uma ocupação mais prolongada e diversa, com mais de 2 mil fragmentos coletados, incluindo materiais de rocha e cerâmica.

A análise do material recolhido destacou diferenças nas camadas rochosas e a presença de machados polidos, fabricados com técnicas avançadas, indicando um processo tecnológico mais elaborado. Após o trabalho de resgate, os vestígios foram higienizados, catalogados e entregues ao Instituto Ecoss, instituição autorizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) para receber e armazenar o material.

Mesmo após as coletas, os dois sítios continuam sendo monitorados por arqueólogos, garantindo que as obras da ferrovia não impactem essas áreas. Especialistas destacam que o empreendimento recebeu uma portaria autorizativa para dar continuidade aos estudos e resgates, com todos os procedimentos realizados com o apoio do IPHAN.

Ao longo do traçado da Ferrovia Estadual de Mato Grosso, que irá de Rondonópolis até Lucas do Rio Verde, com um ramal para Cuiabá, a Rumo dará continuidade ao trabalho arqueológico, seguindo sempre a metodologia aprovada pelo IPHAN. As atividades são monitoradas e alinhadas aos dados científicos já obtidos. “Dessa forma, garantimos a conformidade com a legislação vigente e a preservação do patrimônio arqueológico até a conclusão das obras, ao longo de todo o trajeto até Lucas do Rio Verde e Cuiabá”, ressalta Paula Tagliari.

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