Por Raimundo Nonato Leite Pinto
O conceito de ESG (sigla para Environmental, Social and Governance, em tradução livre, Ambiental, Social e Governança) entrou na pauta do mundo corporativo nos últimos anos. De fato, é muito relevante como um dos principais direcionadores de estratégias empresariais e contribui muito na incorporação e gestão de práticas que conciliem sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e governança sólida.
Para muitas organizações, esse movimento representa uma mudança profunda na forma de conduzir seus negócios, exigindo revisão de processos, revisão de políticas internas e maior integração com as comunidades em que atuam. No entanto, para o cooperativismo financeiro, especialmente no modelo praticado pelo Sicoob, essa lógica não é novidade. Está no DNA do sistema desde a sua fundação. O que é uma recente evolução do processo de gestão integrada não é tão recente no Sicoob, que adota, desde sempre, estas práticas como condição de existência desde sempre.
O Sicoob nasceu com o propósito de promover inclusão financeira, estimular o desenvolvimento local e garantir que os resultados sejam reinvestidos nas comunidades que o sustentam. O compromisso com a responsabilidade socioeconômica antecede o próprio termo ESG — antes mesmo de ganhar espaço na linguagem corporativa, já estava presente nas assembleias, na gestão democrática e na distribuição justa dos resultados entre os cooperados.
Em um cenário global de transformações rápidas, em que empresas buscam se adaptar para atender às demandas de um mercado mais consciente, o cooperativismo financeiro apresenta um modelo maduro e consolidado, que combina estabilidade com impacto social. A relação de proximidade com a comunidade não é uma ação pontual de marketing, mas sim uma prática permanente, que orienta decisões estratégicas e o destino dos recursos.
Ao olhar para o futuro, é evidente que o ESG não se resume a relatórios bem produzidos ou certificações. Ele exige coerência entre discurso e prática, além de visão de longo prazo. É justamente nessa coerência que o cooperativismo financeiro se destaca: sua estrutura de governança garante participação efetiva dos associados nas decisões; suas ações sociais e ambientais são consequência natural do modelo de negócio; e sua sustentabilidade financeira é fruto da prudência na gestão e da reinversão dos resultados no próprio ciclo econômico local.
O que o mercado chama hoje de agenda ESG é, para o Sicoob, a confirmação de que o caminho trilhado nas últimas décadas estava correto. Mais do que aderir a uma tendência, trata-se de reafirmar um propósito: gerar valor compartilhado, fortalecer laços com a comunidade e contribuir, de forma consistente, para um desenvolvimento que seja econômico, social e ambientalmente sustentável.
Raimundo Nonato Leite Pinto
Presidente da Central Sicoob Uni
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