Com nove feriados nacionais em dias úteis, Copa do Mundo e eleições no calendário, 2026 promete ser um ano atípico para a economia brasileira. Ainda assim, o setor de Tecnologia da Informação deve iniciar um novo ciclo de crescimento, impulsionado pela retomada gradual dos investimentos, pela maturidade no uso da Inteligência Artificial e pela consolidação da governança de dados e de IA como temas centrais para os negócios. A avaliação é de especialistas da Runtalent e da Essence, que apontam o momento como decisivo para transformar inovação tecnológica em valor real e sustentável para as empresas.
Segundo Gilberto Reis, COO da Runtalent, o mercado entra em 2026 com projetos represados e uma demanda mais qualificada. “Em 2025, muitas empresas adotaram uma postura conservadora, priorizando investimentos ligados à Reforma Tributária, que eram inadiáveis. Como consequência, iniciativas estratégicas acabaram sendo postergadas e agora tendem a voltar ao planejamento de forma mais estruturada”, afirma.
De acordo com projeções do mercado, os investimentos globais em TI devem ultrapassar US$5,6 trilhões, com crescimento próximo a dois dígitos. “Não esperamos movimentos fora da curva, mas sim uma liberação gradual e consistente de projetos, o que já deve gerar demanda por serviços de tecnologia ao longo de 2026”, avalia Reis.
Para Jorge Monteiro, COO da Essence, a área de TI chega a 2026 definitivamente consolidada como um pilar estratégico das organizações. “A modernização de sistemas, a adoção de arquiteturas híbridas e a busca por eficiência operacional seguem como prioridades. Nesse cenário, cresce a demanda por serviços de suporte e sustentação dos ambientes corporativos, especialmente modelos de AMS, que garantem previsibilidade, estabilidade e continuidade operacional”, destaca.
A Reforma Tributária também aparece como um fator determinante para o ano, exigindo adaptações rápidas nos sistemas empresariais, sobretudo nos ERPs. “Isso reforça a importância da gestão contínua e da otimização de plataformas como o SAP, que se tornam ainda mais críticas para o funcionamento do negócio”, completa Monteiro.
Entre as principais tendências tecnológicas para 2026, os executivos destacam a expansão da automação inteligente, o avanço do edge computing e o uso crescente do processamento de dados em tempo real. “Essas tecnologias permitem respostas mais rápidas, decisões mais precisas e maior eficiência em ambientes corporativos e industriais cada vez mais complexos”, explica o executivo da Essence. Soluções voltadas à eficiência energética e à sustentabilidade também passam a integrar de forma definitiva a estratégia de TI das empresas.
No campo da Inteligência Artificial, o consenso entre os especialistas é que o período de hype ficou para trás. A tecnologia entra agora em uma fase de maior racionalidade e maturidade. “As empresas estão deixando de adotar IA apenas para não ficar para trás e passando a estruturar iniciativas com governança de dados, infraestrutura adequada e business cases sólidos, capazes de comprovar retorno sobre o investimento”, afirma Reis.
A IA passa a ser tratada cada vez mais como infraestrutura crítica de negócio, integrada aos sistemas corporativos para automação de processos, análises preditivas e ganhos de produtividade em larga escala. “O diferencial não será apenas inovar, mas garantir segurança, uso responsável dos dados e capacidade de explicar decisões tomadas por algoritmos, atendendo também às exigências regulatórias”, complementa o executivo da Runtalent.
Riscos da falta de governança em IA
Para Rogério Rutledge, DPO da Runtalent, 2026 marca uma mudança importante na forma como as empresas lidam com a Inteligência Artificial. “Estamos caminhando para um cenário em que a IA deixa de ser apenas uma ferramenta e passa a operar como infraestrutura, com agentes capazes de executar tarefas complexas, interagir com múltiplos sistemas e monitorar processos em tempo real”, explica.
Segundo Rutledge, esse avanço traz ganhos significativos de produtividade, mas também amplia os riscos. “Sem regras claras, critérios bem definidos e modelos de governança, a eficiência pode rapidamente se transformar em caos. A IA permite gerar inúmeras possibilidades em poucos minutos, mas mais opções nem sempre significam melhores decisões”, alerta.
Para os especialistas, o grande desafio de 2026 será equilibrar inovação e governança. As empresas que conseguirem integrar a Inteligência Artificial de forma estratégica, segura e responsável estarão mais preparadas para transformar o potencial tecnológico em resultados concretos, crescimento sustentável e vantagem competitiva no médio e longo prazo.
Sobre a Runtalent
A Runtalent conecta profissionais de tecnologia aos desafios e estratégias das empresas, unindo métodos ágeis a acompanhamento contínuo e suporte especializado para maximização de resultados. A empresa atua com alocação de profissionais de TI, serviços gerenciados e squads ágeis, mantendo uma cultura centrada em pessoas, refletida em uma avaliação de 4,7 no Glassdoor. Com mais de 20 anos de atuação no setor, já alocou mais de 8 mil profissionais em projetos de cerca de 200 empresas clientes, nacionais e multinacionais, além de contar com um banco de talentos com mais de 15 mil especialistas em tecnologia.
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