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Estratégia é um jogo de “E” e não de “OU”

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Por Ronaldo Guedes

A estratégia, no jogo complexo dos negócios, não se resume a escolhas binárias entre alternativas excludentes. Ao contrário, ela se revela como um jogo de “e”, onde a combinação inteligente e integrada de diversos elementos é fundamental para o sucesso. É nesse contexto que o planejamento estratégico ganha um papel crucial, exigindo uma visão holística e sistêmica da organização e do seu ambiente.

O quebra-cabeça estratégico

Imagine o planejamento estratégico como um gigantesco quebra-cabeça. Cada peça representa um aspecto da organização, seja interno (cultura, finanças, vendas, etc.) ou externo (sociedade, governo, concorrência, etc.). A chave para montar esse quebra-cabeça com sucesso está em enxergar o todo, em compreender como cada peça se conecta e influencia as demais. Ao focar apenas em algumas peças isoladas, corremos o risco de construir uma imagem incompleta e distorcida da realidade, comprometendo a eficácia da estratégia.

Um exemplo prático: De nada adianta uma empresa vender muito se não conseguir entregar os produtos no prazo acordado ou se a qualidade dos produtos não atender às expectativas dos clientes. Da mesma forma, uma empresa que vende bem e entrega bem, mas que enfrenta problemas de gestão de caixa, pode entrar em dificuldades financeiras.

Uma visão integrada para um futuro eficaz

Ao desenvolver um planejamento estratégico, é imprescindível adotar uma abordagem integrada, que contemple todos os aspectos relevantes do ambiente interno e externo da organização. Isso significa:

– Ambiente interno: Analisar em profundidade o propósito da empresa, sua cultura organizacional, o mercado alvo, a proposta de valor, os produtos e serviços, a saúde financeira, as estratégias de comercialização e marketing, o relacionamento com os clientes, os processos operacionais, a capacidade de inovação, a gestão de pessoas (RH), a infraestrutura de tecnologia da informação (TI), entre outros.

– Ambiente externo: Mapear as principais tendências da sociedade, as questões ambientais, as políticas governamentais e a legislação, a dinâmica competitiva, os relacionamentos com fornecedores, as oportunidades e ameaças do mercado, as inovações tecnológicas, etc.

A importância da análise sistêmica

Somente por meio de uma análise sistêmica e integrada do cenário atual, será possível:

– Compreender a complexidade do negócio: Identificar as interdependências entre os diversos elementos da organização e do ambiente externo.
– Antecipar as mudanças: Prever os impactos das tendências e dos cenários futuros sobre o negócio.
– Definir um cenário futuro desejável: Estabelecer uma visão clara e inspiradora para a organização.
– Traçar um plano de ação eficaz: Traduzir a visão estratégica em metas, projetos e ações concretas, com alocação de recursos adequados no planejamento orçamentário.

Em resumo:

A estratégia é um jogo de “e” e não de “ou” que exige uma visão sistêmica e integrada da organização. O planejamento estratégico, quando bem elaborado, traduz essa visão sistêmica em metas, projetos e orçamento, orientando as ações da empresa e garantindo que todos os esforços estejam alinhados com os objetivos estratégicos. Ao olhar para o quebra-cabeça como um todo, as empresas aumentam suas chances de alcançar resultados duradouros que contribuam para sua perenidade.

Ronaldo Guedes

Administrador pós-graduado em Gestão Financeira pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUCGO), especialista em Balanced Scorecard pela Strategy Management Collaborative (SMC), especialista em Planejamento Estratégico e Modelos de Excelência na Gestão pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), coordenador estendido do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) no capítulo Brasília/Centro Oeste, presidente do Conselho do Comitê de Empreendedorismo da AMCHAM Goiás, diretor da ACIEG, sócio-fundador da Lure Consultoria, uma das maiores consultorias de gestão do Centro-Oeste com atuação em todo o país, palestrante e professor de graduação e pós-graduação nos temas de Governança, Gestão, Estratégia, Controladoria e Finanças Corporativas, conselheiro, mentor e consultor empresarial tendo atuado por mais de 15 anos na melhoria de mais de cem empresas de vários segmentos e portes, contribuindo para a implantação de governança corporativa, planejamento e gestão da estratégia, controladoria e administração financeira, e conduzindo reestruturações empresariais, cisões, fusões e aquisições.

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