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Estresse no trabalho: Pesquisa revela desafios para brasileiros

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Na última semana, foi divulgada a pesquisa State of the Global Workplace 2024, realizada pela Gallup, que traz um retrato preocupante da saúde emocional e mental dos trabalhadores brasileiros. De acordo com o estudo, 46% dos colaboradores no Brasil estão estressados, 25% se sentem tristes e 18% revelam sentir raiva em seu ambiente de trabalho. Esses números destacam uma realidade alarmante sobre a condição do trabalhador no país e levantam questões sobre os impactos desse cenário tanto para os indivíduos quanto para as empresas.

O estudo é baseado em uma pesquisa global anual realizada pela Gallup, que coleta dados de milhares de trabalhadores em 160 países, por meio de entrevistas presenciais ou telefônicas, buscando entender como eles se sentem em relação às suas vidas e ao ambiente de trabalho.

Um cenário de pressão constante

A pesquisa revela um dado central: quase metade dos trabalhadores brasileiros se encontra estressada. Esse índice elevado não é uma surpresa quando analisamos o contexto laboral no Brasil, marcado por instabilidade econômica, pressão por produtividade e a falta de um ambiente de trabalho equilibrado e saudável.

O estresse no ambiente profissional pode ser desencadeado por diversos fatores, como:

– Sobrecarga de trabalho: Funcionários são frequentemente demandados a realizar atividades além de sua capacidade, levando ao cansaço físico e mental.
– Falta de reconhecimento: Muitos trabalhadores sentem que seus esforços não são valorizados, o que gera frustração e diminui o engajamento.
– Pressão por resultados: O medo de não alcançar metas ou de perder o emprego é um gatilho constante para o estresse, especialmente em momentos de crise econômica.

Tristeza e raiva: Sinais de descontentamento

Além do estresse, a pesquisa aponta que 25% dos trabalhadores brasileiros relatam sentimentos de tristeza e 18% afirmam estar com raiva. Esses números indicam que os problemas emocionais vão além da pressão cotidiana; existe uma sensação de descontentamento profundo, que pode afetar a qualidade de vida e o bem-estar dos colaboradores.

Tristeza: Esse sentimento pode estar associado à falta de perspectivas de crescimento na carreira, relações interpessoais deterioradas e até mesmo à cultura organizacional tóxica, que não promove o bem-estar mental e emocional dos trabalhadores.

Raiva: O sentimento de raiva, por sua vez, pode estar ligado à sensação de impotência diante de injustiças no ambiente de trabalho, como assédio moral, favoritismo e falta de transparência nas decisões da empresa.

Desdobramentos para os colaboradores

Esses dados não apenas revelam a fragilidade emocional dos trabalhadores, mas também apontam para consequências mais graves se esses problemas não forem devidamente abordados. “Um dos principais impactos é a queda na produtividade. Colaboradores estressados, tristes ou com raiva dificilmente conseguem manter níveis elevados de desempenho. A falta de motivação e o desgaste emocional acabam por reduzir a produtividade, prejudicando tanto o trabalhador quanto a empresa”, afirma o CEO da Meta Especializados, Leo Moreira.

Além disso, outro desdobramento comum é o aumento do absenteísmo. O estresse e as emoções negativas impactam diretamente a saúde física e mental, levando a um aumento no número de faltas ao trabalho, muitas vezes devido a doenças relacionadas ao estresse, como ansiedade, depressão e problemas cardiovasculares.

Há também o risco crescente de burnout, um esgotamento físico e mental causado pelo estresse prolongado. “Esse problema tem se tornado cada vez mais comum entre trabalhadores brasileiros, e não só compromete a saúde do colaborador, como também gera maiores custos para as empresas, que precisam lidar com tratamentos e afastamentos prolongados”, pontua Moreira.

Por fim, um desdobramento emocional muito relevante é o desligamento emocional. O colaborador que se sente constantemente frustrado, triste ou estressado pode se desconectar emocionalmente da empresa. Isso gera desengajamento, afeta o clima organizacional e contribui para altos índices de rotatividade, comprometendo a estabilidade da equipe e o sucesso a longo prazo.

Um futuro de incertezas e oportunidades

A pesquisa da Gallup coloca em evidência o quanto é urgente rever as práticas corporativas no Brasil. Os dados devem servir como um chamado à ação para empresas e gestores, que têm a oportunidade de transformar o ambiente de trabalho em um espaço mais saudável e produtivo.

Leo Moreira ressalta que, além dos benefícios para os colaboradores, investir no bem-estar também traz ganhos para as empresas. “Empresas que priorizam a saúde mental e o bem-estar dos funcionários não só diminuem os índices de rotatividade e absenteísmo, como também aumentam a produtividade e o engajamento. No longo prazo, essas ações se traduzem em maior competitividade e um ambiente de trabalho mais sustentável”, conclui o CEO.

Em um mundo em que a saúde mental dos colaboradores tem ganhado cada vez mais importância, as organizações que adotam essas práticas contribuem para um mercado de trabalho mais humano e equilibrado.

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