A saúde mental é um dos maiores desafios da atualidade, impactando milhões de pessoas globalmente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão afeta 280 milhões de pessoas globalmente, tornando-se uma das principais causas de incapacidade. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 11,3% da população sofre de ansiedade, enquanto 4,1% enfrenta quadros de depressão.
Um estudo publicado no periódico Journal of Psychiatric Research revelou que a prática regular de exercícios físicos pode reduzir em até 30% os sintomas de ansiedade e depressão, além de diminuir em 60% as chances de desenvolver transtornos ansiosos. “É urgente tratarmos a saúde mental com seriedade. Por muito tempo, falar sobre emoções e questões psicológicas foi considerado tabu. Precisamos mudar essa perspectiva, encarar o tema com naturalidade e priorizar o bem-estar emocional tanto quanto priorizamos o físico”, afirma o psiquiatra cooperado da Unimed Goiânia, Dr. Flávio Augusto Morais.
Segundo o psiquiatra, adotar hábitos saudáveis é uma das maneiras mais eficazes de prevenir e combater transtornos mentais. “A prática regular de exercícios físicos vai além dos benefícios para o corpo. Atividades como caminhadas reduzem o nível de cortisol, o hormônio do estresse, e estimulam a produção de serotonina e endorfina, neurotransmissores que proporcionam sensação de bem-estar. Com apenas 150 minutos de exercício por semana, já é possível observar mudanças significativas na saúde emocional”, afirma o psiquiatra.
O médico também reforça a importância do sono. “Vivemos em uma era de privação de sono, exacerbada pelo uso constante de dispositivos eletrônicos. A luz azul das telas interfere no nosso relógio biológico, dificultando o descanso. Recomendo desligar os aparelhos pelo menos duas horas antes de dormir e adotar uma rotina que inclua atividades relaxantes, como meditação ou leitura”, sugere.
Outro pilar essencial para o equilíbrio emocional é a alimentação. “O intestino é responsável por produzir cerca de 90% da serotonina do corpo, o que o torna essencial para o equilíbrio emocional. Uma dieta rica em frutas, vegetais e fibras contribui para uma microbiota saudável, impactando diretamente a saúde mental. Por outro lado, alimentos ultraprocessados podem desencadear inflamações que afetam o humor e a disposição”, explica o especialista.
O impacto das redes sociais e do excesso de informações
As redes sociais e o constante fluxo de informações têm gerado novos desafios para o bem-estar emocional. “Vivemos em uma era de comparação constante e busca incessante por validação nas redes sociais. Isso tem aumentado os casos de ansiedade, especialmente entre os jovens”, alerta o profissional.
Dr. Flávio Augusto alerta ainda que o excesso de informações pode levar ao esgotamento mental. “A sensação de estar sempre atrasado ou inadequado em relação ao mundo virtual cria um ambiente estressante. Desconectar-se regularmente é indispensável. Isso inclui estabelecer horários limitados para o uso de dispositivos e priorizar momentos off-line para relaxar e se reconectar com o que realmente importa”, orienta.
Reconhecer sinais e buscar ajuda
Mudanças comportamentais, como isolamento social, irritabilidade e perda de interesse em atividades cotidianas, são sinais de alerta que não podem ser ignorados. “Esses comportamentos podem indicar transtornos mais graves e requerem atenção profissional. Buscar ajuda cedo é crucial para prevenir complicações”, destaca o médico.
Entre os idosos, sintomas físicos sem causa aparente, como dores crônicas, podem estar ligados a questões emocionais. “É essencial olhar além do físico, investigando o contexto emocional que pode estar por trás das queixas”, afirma.
_______
LEITORES ESTRATÉGICOS
Participem do canal STG NEWS – o portal de notícias sobre estratégia, negócios e carreira da Região Centro-Oeste: https://x.gd/O20wi