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Grandes Nomes de Goiás: José Mendonça Telles

(Foto: Reprodução/elizabethcaldeirabrito.blogspot.com.br)

A coluna Grandes Nomes de Goiás, que vou assinar e publicar mensalmente no portal STG News, é um tributo aos homens e mulheres que estiveram a frente de seu tempo, que tiveram ousadia e persistência, que dedicaram parte de suas vidas a construção que se mostram hoje pilares do povo goiano. Com três séculos de existência, a goianidade pode ser considerada uma cultura ainda jovem, mas que já tem seus marcos em várias áreas da sociedade brasileira. Eu, de forma humilde e consciente, busco apenas demonstrar a nossa gratidão a todos que, em algum momento, serão relembrados nesta coluna. O objetivo é este, relembrar, trazer à memória e valorizar nossos grandes nomes.

José Mendonça Teles abre esta série de memórias. Além de um baluarte da sociedade e da cultura goiana, é com muito orgulho que, atualmente, ocupo sua cadeira, a 41ª, da Academia Goiana de Letras Ciências e Cultura dos Militares.

Aliás, em meu discurso de posse, destaque a minha honra e responsabilidade diante deste patrono. José Mendonça Teles, a quem a vida me presenteou com seu conhecimento e convivência pessoal, é uma figura essencial para a história da cultura, das letras e do magistério superior do nosso Estado.

Tive a oportunidade de estar com José Mendonça Teles em diversas ocasiões, seja por meio de eventos culturais e da convivência com sua amiga, colega poetisa, artista plástica e professora universitária, Yeda Schmaltz, avó materna dos meus filhos, Frederico e Pedro Schmaltz. Convivemos ainda por conta de amigos em comum, meus professores na Faculdade de Direito da UFG, Nelson Lopes de Figueiredo e Vilmar Rocha. Inclusive acrescento ao meu modesto currículo o fato que me deixa muito orgulhoso, ter sido motorista do José Mendonça Teles em algumas idas ao encontro do professor Vilmar Rocha, quando este ainda era Deputado Federal por Goiás, o que muito nos orgulhou por sua atuação parlamentar.

Sobre a extensa obra de José Mendonça Teles, destaco o discurso do ilustre Antônio Celso Ramos Jubé, sócio titular do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG), cadeira nº 42, sobre José Mendonça Teles: “O Instituto Histórico e geográfico de Goiás homenageia o seu ilustre presidente advita Dr. José Mendonça Teles na sua data natalícia em reconhecimento a toda sua dedicação a instituição não somente pelas reformas e adequações realizadas em sua sede própria, mas também pela sua incansável luta na conservação do patrimônio histórico de nossa capital, Goiânia bem como de todo o acervo dos estudos e trabalhos históricos geográficos realizados pelos seus integrantes”.

Cronista, poeta, historiador, ensaísta dicionarista, contista, professor, presidente e administrador da Academia Goiana de Letras, cadeira número 32, por 10 anos, e do IHGG por 12 anos. Durante longos mandatos, esse goiano de Hidrolândia, nascido aos 25 dias do mês de março de 1936, nos contemplou com inúmeras obras em que me atrevo a destacar: A Cidade do Ócio; Dicionário do Escritor Goiano; A imprensa Matutina; Vida e Obra de Silva e Souza; Quando os Flamboyants Florescem e Crônicas da Campininha e de Goiânia, dentre outras, sendo que é autor de 33 obras relacionadas com a cultura.

Presidiu o Instituto Cultural José Mendonça Teles, localizado na Rua 24, Centro, local em que tive o privilégio de ser recebido por ele, juntamente com um amigo e confrade Ubirajara Galli, ocasião em que me autografou um exemplar do seu Dicionário, com certa dificuldade, pois contava com a saúde um pouco debilitada. Em nossa prosa e, ao notar vários artigos e fotografias daquele acervo, observei a sua paixão pelo Atlético Clube Goianiense, haja vista que era um desportista.

Foi ainda fundador e ex-diretor geral do Instituto de Pesquisa e Estudos Históricos do Brasil Central, da Sociedade Goiana de Cultura, presidente da Aliança Francesa em Goiânia e cronista do jornal O Popular. José Mendonça integrou inúmeras instituições culturais pelo Brasil, a exemplo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Academia Paulista de História e Ordem Nacional dos Bandeirantes de São Paulo, bem como atuou como sócio correspondente dos Institutos Históricos e Geográficos de Santa Catarina, Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Alagoas, Bahia, Paraná e Rio de Janeiro.

Lecionou no Colégio 5 de Julho, de Goiânia, no Centro de Formação de Oficiais da Polícia Militar, na Faculdade de Ciências Econômicas de Anápolis, na Universidade Federal de Goiás, na Faculdade Cora Coralina, da cidade de Goiás e, durante 33 anos, exerceu o cargo de professor titular de Direito Constitucional na Universidade Católica de Goiás, hoje Pontifícia Universidade Católica (PUC), instituição educacional em que se Bacharelou em Direito, tendo recebido título honorífico de Doutor Honoris Causa.

Foi, também, condecorado com a Medalha João Ribeiro, pela Academia Brasileira de Letras. sediada na Cidade do Rio de Janeiro, pela publicação do ensaio a Imprensa Matutina, assim como Medalhas Tiradentes e Anhanguera, grau de Comendador, outorgadas pelo Governo de Goiás e Troféu Jaburu, concedido pelo Conselho Estadual de Cultura.

É de sua autoria a letra do 2° Hino Oficial de Goiás, musicada pelo Maestro Joaquim Jayme, em que registra as riquezas de nosso estado e do Hino Oficial do Cinquentenário de Goiânia. Em 2001, pela Lei estadual nº 13.907 de 21 de setembro, o hino foi substituído por um de autoria de José Mendonça Teles e melodia de Joaquim Jayme.

No setor público, exerceu os honrosos cargos de presidente do Conselho Estadual de Cultura por dois mandatos, Secretário de Cultura de Goiânia, membro do Conselho de Cultura de Goiânia, Assessor Cultural da Fundação Cultural de Goiás e Assessor Cultural da Vice Governadoria de Goiás.

Ao partir desta vida para a celestial, no dia 28 de abril de 2018, deixou órfão, duas filhas Alessandra e Giovana e uma imensidão de admiradores de sua pessoa, de sua obra e de sua luta incansável pelo Patrimônio Histórico Cultural de Goiás, que certamente, manterão viva para sempre a sua memória.

Também importante ressaltar que, em 2005 José Mendonça Teles, autor do livro: Atlético – Sentimento & Glória, compôs a letra de um novo Hino do Atlético Clube Goianiense, juntamente com o maestro Joaquim Jayme, que fez o arranjo musical. “Sou goiano e me orgulho da raça, Sou Atlético, bandeira na mão a gritar, no campo, na luta, Sou Dragão, sou Dragão, sou Dragão”.

Juscimar Ribeiro

Advogado especialista em direito administrativo e direito constitucional; presidente do instituto de direito administrativo de Goiás-Idag; conselheiro do instituto brasileiro de direito administrativo- IBDA.

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