Por Danilo Brito
Se você já assistiu ou pelo menos conhece a história dos Jetsons, família do sitcom da década de 60 que viviam em um futuro automatizado, você entenderá rapidamente sobre o que é esse artigo.
Embora o tema não seja sobre o desenho animado, essa família já conseguia prever algumas tendências do futuro das empresas. Uma delas, a automatização dos processos nas organizações. Nesse contexto, o que poderia ser um conceito bem futurista na época, está começando a se tornar cada vez mais real.
Desde a Quarta Revolução Industrial, no momento em que se fala em Gestão de Processos, logo se pensa em automação. Essa aplicação de tecnologias além de facilitar a rotina de trabalho, também contribui nas tomadas de decisões ao se fazer presente desde as tarefas mais simples — com auxílio dos softwares de gestão — até as mais complexas — com o uso do RPA (Robotic Process Automation).
Investir em processos automatizados traz inúmeros benefícios para qualquer empresa e isso é fato. Uma vez que você está investindo no aperfeiçoamento das suas habilidades para tornar o fluxo de trabalho mais inteligente.
Mas embora a automatização por si só já seja tão conveniente e fundamental para as empresas, essa estratégia pode ser potencializada.
Imagina ampliar a automação de processos empresariais e automatizar ainda mais os processos já automatizados.
Esse salto em desenvolvimento tecnológico, competitividade, produtividade e redução de custos já é possível. Trata-se de uma das principais tendências de estratégia tecnológica dos próximos anos. Eu estou falando da Hiperautomação, que tem como objetivo dimensionar as capacidades de automação em uma empresa, por meio de um conjunto de tecnologias.
Em um mundo cada vez mais digital, essa estratégia híbrida tecnológica que combina tecnologias RPA, Inteligência Artificial (IA), Intelligente Business Management (iBPMS) e Machine Learning, que foca no aprendizado e na tomada de decisão, permite a realização de praticamente todas as tarefas repetitivas a serem executadas, o que a torna uma peça indispensável na transformação digital das empresas, além de ser essencial para se destacar dos concorrentes.
O que hiperautomação?
A hiperautomação tem como base algumas tecnologias já utilizadas nas organizações. Mas há outros conceitos que precisam ser considerados. Além dos que eu já mencionei, há ainda o DigitalOps que serve para ter uma base de negócios digital; APIs: para o processamento de eventos; Chatbots e assistentes virtuais: para a conversação fluida com as máquinas.
Assim, por meio da combinação de todas essas ferramentas é possível substituir as chamadas capacidades humanas e ir além das tarefas operacionais. Na prática, as próprias máquinas seriam capazes de conduzir questões mais complexas, como por exemplo, as tomadas de decisões.
Em resumo, a hiperautomação automatiza o trabalho das máquinas, e permite que elas pensem e executem todo o processo, antes, durante e depois, sem precisar da ação do ser humano.
Mas cabe ressaltar que a chave da hiperautomação está na combinação dessas ferramentas, desse modo, mesmo que a sua organização trabalhe em todas essas frentes, não quer dizer que ela esteja hiperautomatizada. Por que? Porque isso só acontece quando todo o processo é considerado como um todo, de ponta a ponta. Além disso, é da combinação desses fatores que é possível atingir esse nível de maturidade e adicionar sofisticação e complexidade aos processos automatizados.
Em um mercado cada vez mais focado em facilitar e entender as pessoas, as empresas vão precisar identificar e automatizar todos os possíveis processos de negócio, de maneira rápida, por meio das ferramentas certas. Segundo o relatório da consultoria Gartner publicado no final de 2019, a Hiperautomação é inevitável e as organizações precisam entender isso e se adaptar para poder competir e se destacar. Assim, quando menos esperarmos, veremos um novo modelo de trabalho e uma nova realidade.
Danilo Brito
CEO da Agência Quantico, Agência Digital, e Idealista da Startup Yuupe, ferramenta de marketing.