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Materiais escolares sobem 25% e podem faltar nas papelarias nos próximos meses

Crédito da imagem: Pixabay

Campo Grande Empresas (MS) – Com a mudança no formato das aulas e a adoção do ensino híbrido em muitas escolas, a lista de materiais escolares também mudou.

Comerciantes de Campo Grande informaram que os pais que se anteciparem nas compras de matérias escolares conseguirão garantir toda a lista de volta às aulas dos estudantes. Conforme as fontes ouvidas pela reportagem do Correio do Estado, foi registrada alta de 25% no valor dos artigos escolares, além da falta de alguns itens nas prateleiras.

Levantamento da Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor (Procon-MS) aponta que em um ano – no comparativo entre dezembro de 2019 e o último mês de 2020 –, dos 189 itens comparados, 151 registraram aumentos, 59 reduziram os valores e quatro apresentaram estabilidade na média de preços.

O item com maior variação positiva foi o metro do TNT, que passou de R$ 1,70 em 2019, para R$ 2,63 em 2020, aumento de 35,61%. Já a maior queda nos produtos de papelaria foi percebido no caderno quadriculado espiral da marca Tilibra, que reduziu 88% no período de um ano – saindo de R$ 13,28 em 2019 para R$ 7,06 em dezembro de 2020.

Assim como outros produtos, como embalagens e insumos da construção civil, a papelaria sofreu com a parada da produção das indústrias em decorrência da pandemia.

O consultor de vendas e gerente da Livraria Lê, Gabriell Trefzger, explica que os preços dos artigos de papelaria foram impactados por essa falta de produtos e consequentemente pela alta nos preços.

“Alguns produtos tiveram uma maior porcentagem de aumento do que outros, no entanto, se somarmos todas as altas teremos uma média de 25% nos artigos de papelaria, como as pastas, que registraram uma alta de 60%, já os cadernos, apenas 5%. Os preços podem ser maiores em algumas lojas e menores em outras, porque o comerciante vai escolher a melhor maneira de trabalhar com os novos valores, seja repassando para o consumidor final ou diminuindo o markup [índice utilizado na formação do preço de venda de um produto ou serviço]”, explicou o consultor.

Segundo Trefzger, em decorrência da pandemia da Covid-19, fabricantes registraram falta de insumos para a produção de materiais escolares. 

Alguns itens já não estão na prateleira há dois meses e outros poderão se esgotar rapidamente com as compras de volta às aulas.  

“As empresas fabricantes estão com falta de insumos para a produção de materiais, estamos sem conseguir comprar a caneta fosca há dois meses, o giz de cera pode faltar também, pois a fabricante também está com falta de matéria-prima, além de um atraso no faturamento das notas”, explicou o consultor.  

MUDANÇA

Com o período de pandemia, medidas foram adotadas pelas lojas de papelaria, que intensificaram seus atendimentos por meio da internet, com site, atendimento via WhatsApp e Instagram, fazendo com que os consumidores pudessem realizar suas compras de maneira cômoda e segura.  

Proprietário da papelaria Shop Tudo, Lucas Fernandes, explica que o movimento das compras para o ano letivo de 2021 está menor que em anos anteriores.  

“Tentamos inovar pensando no fim do ano, modificamos a loja, fizemos site, mídias sociais, que não mexíamos tanto, WhatsApp, para facilitar de todas as maneiras possíveis para o consumidor. 

O movimento já vem melhorando, mas mesmo assim não chega nem perto do que era nos outros anos, houve um atraso neste ano para a divulgação das listas escolares, então estamos nos preparando com base nas listas de anos anteriores”, disse Fernandes.  

Ainda de acordo com o empresário, é fundamental que os responsáveis não deixem para fazer as compras na última hora, porque poderão não conseguir tudo que precisam.  

Para isso, táticas de compras podem ser usadas, como a antecipação das compras, pesquisas de preços e, em caso de falta de tempo, optar por atendimentos personalizados on-line.  

CONSUMIDOR

O consultor de vendas Gabriell Trefzger, pontua que uma ótima tática para garantir todos os materiais e com bom custo-benefício, ainda mais em tempos de preços altos, é a criação de um grupo de responsáveis.  

“Esses grupos existem e funcionam da seguinte forma: geralmente mães criam um grupo no WhatsApp, e lá compartilham as pesquisas de preços em lugares que foram aqui em Campo Grande, entram em um consenso do lugar que mais as agradou e todas se reúnem para comprar lá, com isso, negociam um valor com desconto especial”, explicou.  

Mãe de dois estudantes, Kárita Sena, 34 anos, diz sempre se antecipar nas compras de materiais, ela relata que habitualmente faz as aquisições em dezembro.  

“A escola ainda não entregou a lista, mas já fui na papelaria comprar alguns materiais para este período de férias. Não sou muito ligada a preços, mas pude perceber uma alta nos valores”, salientou a mãe.  

Ainda sobre os materiais, ela explica que neste ano o consumo foi menor. 

“Alguns artigos escolares que não foram muito utilizados pelas crianças e sem dúvidas esses eu vou reutilizar em 2021, acredito que talvez para o próximo ano a lista seja menor, quando eu a recebê-la, vou fazer o pedido on-line e só retirar no lugar, é muito mais seguro e prático”, ressaltou Kárita.

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