Campo Grande Empresas (MS) – Mato Grosso do Sul tem mais de quatro mil empresas do setor de embalagens que fazem a destinação correta de resíduos sólidos. E o trabalho, considerado modelo no País, tende a crescer, já que o Estado condiciona a renovação ou o pedido de licenciamento ambiental à estratégia do reaproveitamento dos resíduos.
Na semana passada, a técnica adotada pelo Mato Grosso do Sul foi destaque no jornal Estadão, de São Paulo, que mostrou que, além de MS, somente dois outros estados condicionam o licenciamento à estratégia de logística reversa: São Paulo e Paraná – ambos para empresas dos setores alimentícios, de agrotóxicos e eletroeletrônicos.
“Temos desmistificado a ideia de que desenvolvimento e meio ambiente são antagônicos e inimigos. Isso está sendo estratégico para o Mato Grosso do Sul”, disse o secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel. MS pretende zerar a emissão de carbono até 2030. “Isso com metas claras, com programas muito bem definidos”, reforçou o secretário.
Aqui no Estado, o Sistema de Logística Reversa de Embalagens em Geral (Sisrev-MS) foi implantado em 2018, por meio de pacto firmado entre a Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), o TCE-MS (Tribunal de Contas de MS) e o Ministério Público (MPMS).
Por meio do Sisrev-MS, cerca de 17 mil toneladas de embalagens em geral retornaram para o ciclo produtivo e não foram indevidamente depositadas em aterros sanitários, proporcionando uma economia de R$ 7 milhões aos municípios em ações de coleta seletiva.
Segundo o titular da Semagro, Jaime Verruck, o sistema “tem uma forte linha ambiental, mas também implanta uma economia circular, fazendo com que o responsável pela emissão de embalagens, no caso a indústria, recoloque-as no sistema econômico, de forma adequada, sem ser excludente, incluindo os catadores, promovendo ganhos econômicos e sociais”.
Logística Reversa
A logística reversa consiste no retorno do material reciclável ao ciclo produtivo, reduzindo dessa forma os resíduos destinados aos aterros sanitários. Trata-se de um dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), que, no Mato Grosso do Sul, começou a ser delineada pelo Plano Estadual de Resíduos Sólidos, em execução desde 2017.