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Mercado do boi e manejo de pastagens marcam III Encontro Técnico da Pecuária

Foto: Joabe Amorim

O mercado do boi gordo, um dos pilares da economia mato-grossense, apresentou um início de setembro promissor, com os preços da arroba registrando um aumento de 5,3% em relação ao mês anterior, atingindo a cotação em torno de R$ 213,69. Essa valorização, segundo o indicador do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), traz boas notícias para os produtores, que podem encerrar 2024 com uma rentabilidade mais elevada.

Mesmo em um cenário positivo, Hyberville Neto, diretor da HN AGRO e consultor de mercados agropecuários, lembra que garantir preços mínimos é importante para quem tem gado com data para venda, como é o caso de confinadores.

“É fundamental que os produtores aproveitem essa fase de alta para fortalecer suas finanças e garantir preços mínimos futuros, especialmente aqueles que atuam no confinamento. A rentabilidade da cria é o motor da pecuária brasileira, e é preciso estar preparado para os ciclos de mercado”, afirmou Neto, durante o III Encontro Técnico da Pecuária, realizado pela Fundação MT, em Rondonópolis, no dia 19 de setembro.

O consultor orienta ainda que os pecuaristas não percam de vista que os ciclos do mercado são naturais e que essa fase de alta, embora ainda deva durar um bom tempo, também terá um fim. “Devemos ter bons anos de venda adiante, mas é importante lembrar de fazer caixa nesses anos positivos, para aproveitar as oportunidades que surgirem quando os preços estiverem mais baixos”, destaca.

Manejo de pastagens

O manejo adequado de pastagens foi um dos temas mais discutidos no encontro, especialmente entre os produtores rurais. Diante dos desafios enfrentados pela extrema seca e recentes queimadas que atingiram o país, a busca por práticas que otimizem o uso do recurso forrageiro tornou-se ainda mais urgente. Através de práticas bem definidas, como a rotação de pastagens, controle de plantas invasora, pragas das pastagens e a correção e adubação adequada e suplementação, o pecuarista consegue potencializar o uso da pastagem, melhorar o desempenho dos animais e preservar o ambiente.

O pesquisador de pecuária da Fundação MT, Thiago Trento, destacou a importância da adaptação das práticas de manejo após as queimadas. “É fundamental que o produtor tenha um plano para alimentar seus animais após as queimadas, seja através da compra de feno, silagem ou outros suplementos. Para as pastagens, é preciso avaliar a capacidade de rebrota após o período chuvoso. Caso a planta não consiga se recuperar, será necessário investir em novas formas de recuperação, como a reintrodução de espécies forrageiras adaptadas às condições locais”, afirmou Trento.

Segundo Trento, o tempo de recuperação da pastagem dependerá da intensidade do fogo, das características do solo e das condições climáticas. “É fundamental acompanhar a rebrota da pastagem, avaliar a densidade de plantas, produtividade e a qualidade da forragem para determinar o momento ideal para o retorno dos animais”, pontuou.

Oportunidade e desafios

O Imea destacou os desafios dos produtores rurais em relação aos custos de produção diante das grandes oscilações dos últimos anos. Entre as oportunidades identificadas pelos estudos do Instituto, destaca-se o aumento da demanda por carne bovina no mercado internacional.

De acordo com o superintendente do Imea, Cleiton Gauer, a rentabilidade na pecuária é resultado de um ciclo que interliga três fatores cruciais: preço da arroba, produtividade e custo de produção. “O produtor precisa entender como esses elementos se relacionam e como ele pode influenciar cada um deles para otimizar seus resultados”, afirma Gauer.

Gauer enfatiza a importância dos eventos técnicos promovidos pela Fundação MT, que auxiliam os produtores a superarem os desafios e aproveitar as oportunidades do mercado. “O produtor precisa estar atento às informações do mercado, investir em tecnologia e buscar constantemente a melhoria da sua gestão”, destaca o superintendente.

Encontro Técnico da Pecuária

Promovido pela Fundação MT, o encontro abordou diversos temas relevantes para a pecuária, como as perspectivas para o mercado em 2025, as tecnologias mais recentes aplicadas na produção e os desafios enfrentados pelos pecuaristas em um cenário de mudanças climáticas.

Em sua terceira edição, o evento reuniu cerca de 215 pessoas, entre pecuaristas, produtores, pesquisadores, técnicos e demais profissionais do setor.

O Head de Pesquisas e Operações da Fundação MT, Bruno De Conti, destaca que o Encontro Técnico da Pecuária oferece informações cruciais para que os pecuaristas otimizem a gestão de suas propriedades, priorizando a produção sustentável de carne a pasto.

“Ao reunir informações atualizadas sobre as melhores práticas de gestão, o evento capacita os produtores a tomarem decisões mais assertivas, mesmo em um cenário desafiador como o clima recente. Ao conciliar os aspectos econômico e produtivo, o encontro oferece ferramentas para otimizar recursos, reduzir custos e aumentar a rentabilidade, sem comprometer a qualidade da carne e o bem-estar animal. A Fundação MT, por meio de suas pesquisas, contribui para a geração de conhecimento e inovação, fortalecendo a cadeia produtiva da carne bovina em Mato Grosso”, reforçou.

As empresas parceiras do Encontro Técnico tiveram a oportunidade de contribuir para o desenvolvimento da pecuária sustentável e demonstrar seu compromisso com o setor. O Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), como patrocinador principal, marcou presença apresentando seus mais recentes programas para promover a carne bovina do estado e fortalecer a cadeia produtiva.

O diretor do Imac destacou a importância de eventos como este para fortalecer a cadeia produtiva da carne. “Participar de eventos técnicos da Fundação MT é fundamental para levarmos informações científicas sobre a carne e divulgarmos a qualidade da carne de Mato Grosso. Assim, podemos auxiliar os produtores a otimizar suas produções’, afirmou o analista de gestão da informação do Imac, Valdecir Junior.

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