Campo Grande Empresas (MS) – Líder nacional em exportação de celulose, Mato Grosso do Sul será impactado diretamente pelos acréscimos incidentes sobre o valor de exportação e importação da commodity.
Cerca de 27% da matéria exportada pelo país, sai de Mato Grosso do Sul, e segundo a Semagro, mais de 60% da produção segue para a china. Nos últimos anos, o Brasil exportou mais de 3,3 bilhões de dólares em celulose aos chineses.
Conforme o mercado chinês, maior consumidor da commodity exportada pelo Brasil, as alterações de mercado estão previstas para o início de junho e ocorrem em função da oferta limitada de celulose.
De acordo com uma previsão do mercado, divulgada na última semana, a valoração na revenda da celulose de eucalipto passou de US$ 34,20, R$/ por tonelada, chegando a US$ 850,27, cerca de 4,04 mil reais em cotação atual.
No mesmo período, a fibra curta estável apresentou um leve acréscimo de US$ 0,40, e está orçada em US$ 812,29, aproximadamente R$3,8 mil por tonelada no mercado (à vista) chinês, valores aproximadamente R$200/tonelada abaixo do preço de revenda.
No mercado de fibra longa, a situação parece mais equilibrada, com contratos futuros avançando 1,2% na semana, equivalentes a R$ 4,5 mil por tonelada na importação. No mercado à vista, o preço líquido apresentou recuo de US$ 0,80, e está cerca de US$ 987,33 por tonelada, cerca de R$4,692.
O ajuste ocorre em razão das restrições e ofertas de commodities (programadas ou não programadas), em fábricas ao redor do mundo, além dos gargalos logísticos e traslado, limitadores do comércio internacional. O país que registra aumentos de 42% desde o início do ano.
A diferença de preço entre as fibras pode dar suporte a um novo reajuste da fibra curta. Com a fibra longa mais cara, as papeleiras devem migrar o consumo para a matéria-prima com preços mais atrativos, incrementando a demandas de compra e venda.
As ofertas limitadas de celulose, restrições logísticas, que podem ocasionar atrasos na entrega do mercado chinês, justificam a valorização da commodity.
Especialistas afirmam que as sanções impostas aos russos, além de greves no comércio de madeira e outros insumos da indústria de papel e celulose, atingem a disponibilidade mundial da celulose.
Entre janeiro e abril de 2022, segundo estimativa da Suzano, maior exportadora da commodity, mais de 1,5 milhão de toneladas de fibra saíram do mercado por paradas não programadas, valor acima da média histórica.
A percepção de produtores brasileiros é de que a oferta no mercado global tende a ser ainda mais apertada neste trimestre, em razão das inconsistências dos preços.
Fábrica no interior
A Suzano, realiza obras de sua nova fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo, cidade a 97 quilômetros de Campo Grande. A fábrica conta com investimentos de R$19,3 bilhões e, segundo o Governo Estadual, deve entrar em operação no segundo semestre de 2024.
De acordo com o Governo do Estado, a expectativa é de que durante o pico de construção da unidade, aproximadamente 10 mil empregos diretos sejam gerados.
Em dados apresentados pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) em 2018, o mercado de celulose apresentou crescimento de 11,5% nas exportações, com um total de 14.722 milhões de toneladas.
Já a produção alcançou 21.085 milhões de toneladas, representando 8% de aumento em relação ao ano anterior, que foi de 19.527 mil.