Goiânia Empresas (GO) – O número de brasileiros que declaram à Receita Federal suas propriedades em criptomoedas chegou a 115.000, segundo matéria do portal Metrópoles.
Conforme apurado pelo Cointelegraph Brasil, a Receita recebeu 115.000 declarações pessoas físicas, além de três mil pessoas jurídicas também reportam posses em moedas digitais à Receita, com transações avaliadas em R$ 7,3 bilhões no país por mês.
Os números da Receita em 2020 confirmam o crescimento do mercado de criptomoedas no país. Segundo a Receita, entre janeiro e outubro de 2020, os brasileiros negociaram cerca de R$ 89 bilhões em criptomoedas.
Entre os fatores que trouxeram investidores ao criptomercado estão o avanço da adoção institucional, o surgimento de novos produtos, a desvalorização do real, a inflação e o bom desempenho das moedas digitais em comparação com ativos financeiros tradicionais.
O número, porém, contrasta com o reportado pelas plataformas de exchanges brasileiras em plataformas de monitoramento em blockchain, o que pode dar uma medida do número de investidores que não tem declarado suas criptomoedas à autoridade brasileira.
Segundo o Cointrademonitor, no ano passado foram negociados no país cerca de 351 mil Bitcoins (BTC), que reúnem em valores atualizados R$ 61 bilhões.
O número de usuários em plataformas de criptomoedas no Brasil também é muito maior do que aqueles que declararam criptomoedas à Receita. Só a Mercado Bitcoin, maior exchange do país, tem 1 milhão de usuários – número novamente quase dez vezes maior da média mensal de declarantes.
A declaração de criptomoedas à Receita Federal é obrigação dos investidores brasileiros, todos os meses, desde agosto de 2019, quando a Instrução Normativa 1.888 foi publicada pela autoridade financeira.
A Receita promete ainda aprimorar a IN/1.888 em 2021, impondo novas regras para os investidores de criptoativos no Brasil.
Como noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, a Receita também está de olho no uso de criptoativos para lavagem de dinheiro. No começo de janeiro, as autoridades estavam investigando o maior esquema de lavagem de dinheiro pelo crime organizado no país usando Bitcoin, em valores que ultrapassam R$ 10 milhões.