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O Agronegócio Brasileiro – Terra, Humildade e a Subsistência Humana

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Por Kelson Costa 

A palavra “humildade” tem sua origem no grego antigo, e não representa somente os conceitos atuais de modéstia e simplicidade.  Humildade tem sua origem no grego antigo que vem de HUMUS, que significa “terra”, que deu origem a palavra “homem e humanidade”.

HUMILIS, na Grécia antiga era a palavra para definir humilde. Que significava literalmente “aquele que fica no chão.”  Este binômio “HUMUS HUMILIS” era a definição para o grego antigo de “terra fértil ou criatura nascida da terra”.

Na nossa relação com a Terra o cinema também tem seus conceitos e “premonições”. O filme The Martian (Perdido em Marte no Brasil e Portugal) escrito por Andy Weir, a tripulação da missão espacial Ares 3 recolhem material em Acidalia Planitia no planeta Marte para estudo da subsistência de vida neste planeta, quando são surpreendidos por  uma forte tempestade sendo obrigados a abortar a missão. Na evacuação, um deles, Mark Watney (Matt Damon), é atingido por destroços, os outros tripulantes acreditam que ele morreu e partem rumo a Terra. Mas, Mark Watney sobreviveu, e “Perdido em Marte”   utilizando-se dos seus conhecimentos como Botânico,  improvisa uma estufa no interior do alojamento, iniciando em solo marciano uma jornada para produzir batatas, água através de hidrazina e energia através de biocombustíveis, buscando a sua sobrevivência e a espera do seu resgate.

Já no filme O Livro de Eli (no original em inglês The Book of Eli) do gênero de ação e ficção científica dirigido pelos irmãos Albert e Allen Hughes e estrelado por Denzel Washington, a história se passa na Terra em um futuro não muito distante, depois que um evento solar cataclísmico matou a maioria das pessoas, queimou plantações e reduziu em quase sua totalidade os recursos naturais.  A celebre frase proferida por Eli (Denzel Washington) ao longo do filme “Do pó vieste e ao pó retornarás” encontrada em (Gênesis 3.19), nos remete a nossa origem, futuro e a nossas relações de respeito com a Terra.

Estudos científicos demonstram que a Terra não é um “objeto inanimado”, sendo formada por milhões de microrganismos que interagem entre-se, e pelas ações do homem pode se degradar ou se renovar. A Subsistência humana dependerá da Humildade com que o homem trata a Terra.

Para o aprofundamento deste tema da relação do homem com a terra, sugiro o best-seller de Ellen Davis.  Davis, Ellen F., Scripture, Culture, and Agriculture: An Agrarian Reading of the Bible (Cambridge: Cambridge University Press, 2009) (“Escrituras, Cultura e Agricultura: uma leitura agrária da Bíblia”).

O Agronegócio Brasileiro busca resgatar a origem do respeito do homem com a Terra e a sua Sustentabilidade, capaz de suprir as demandas atuais de alimentos, energias renováveis e a preservação da água, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das gerações futuras.

Em 2015 a ONU lançou a Agenda 2030 com 17 objetivos para o Desenvolvimento Sustentável. Segundo estudos da ONU as maiores demandas da humanidade serão: alimentos, água e energia. Neste mesmo ano paralelamente a COP 21 o Brasil já apresentava o Plano ABC, (Agricultura de Baixo Carbono), um projeto inovador e hoje uma referência para o Agronegócio Sustentável de vários Países. Estes 17 objetivos visam atender uma população mundial que chegará em 2050 a 9,6 bilhões de pessoas.

Para atender a esta demanda, segundo a FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, precisamos aumentar até 2050 a produção mundial de alimentos em 69%, promover o desenvolvimento de Profissionais da Cadeia do Agronegócio em 28%, e reduzir em 24% os impactos ao meio ambiente.

As exportações do agronegócio somaram US$ 159,09 bilhões em 2022, com alta de 32% em relação ao ano anterior. De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura e Pecuária, os preços internacionais das commodities agrícolas influenciaram o desempenho. O índice de preços dos produtos exportados pelo agronegócio teve um incremento de 22,1% relativo a 2021 e o volume embarcado cresceu 8,1%. Com esses aumentos, as vendas externas do agronegócio representaram 47,6% do total exportado pelo Brasil em 2022.

O crescimento dos volumes exportados dos produtos agropecuários foi reforçado pelo aumento da produção da safra de grãos 2021/2022, que alcançou 271,4 milhões de toneladas. Milho e soja foram as principais culturas, com quase 113 milhões de toneladas e 126 milhões de toneladas, respectivamente.

Os setores exportadores que se destacaram entre janeiro e dezembro de 2022 foram: complexo soja (US$ 60,95 bilhões, 38,3% do total); carnes (US$ 25,67 bilhões, 16,1% do total); produtos florestais (US$ 16,49 bilhões, 10,4% do total); cereais, farinhas e preparações (US$ 14,46 bilhões, 9,1% do total) e complexo sucroalcooleiro (US$ 12,79 bilhões, 8% do total). 

As importações de produtos do agronegócio no ano passado registraram US$ 17,24 bilhões. O resultado é explicado pela alta dos preços médios (+13,8%), já que o volume importado caiu no período analisado (-2,4%).

Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária


Os desafios ainda são grandes, como infraestrutura logística, investimentos em agroindústria, custeio de produção e o desenvolvimento profissional. Segundo a Consultoria Michael Page, houve um aumento de 25% na busca de Profissionais para as Organizações do Agronegócio, entretanto, as oportunidades são para profissionais que atuam em Gestão Estratégica, que possuam um MBA e tenha o domínio da língua inglesa como diferencial.

O Brasil ainda deverá aumentar a sua produção em até 40%, entretanto as projeções apontam que o País em poucos anos se tornará o maior produtor de alimentos do mundo. O Brasil continuará sendo um país Agroexportador.  Mas, é na Humildade que estreita as relações do pequeno produtor brasileiro com a terra, na Humildade das pequenas cooperativas, no respeito que a agricultura familiar tem com a terra é que o Agronegócio Brasileiro se faz grande, gerando alimentos, recuperando pastagens degradadas, protegendo nascentes, gerando biomassas para energias renováveis e promovendo a Subsistência para as Futuras Gerações.

Kelson Costa

Mestre em Desenvolvimento Regional Sustentável, superintendente financeiro na Milhão Ingredients, diretor da ACIEG-GO e coordenador da FranklinCovey Education Brasil.

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