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“O começo do fim”

Crédito da imagem: Pixabay

Por Marcos Freitas Pereira

Dia 08 de dezembro de 2020 ficará na história como o dia “mundial da ciência médica”, nesse dia iniciou-se no Reino Unido a vacinação contra Covid-19. Há um ano apareciam os primeiros casos na China desse vírus que provocou a maior crise sanitária e econômica dos últimos tempos. Os primeiros casos no Brasil começaram a aparecer há 9 e 10 meses.

Graças aos pesquisadores do mundo todo, seguindo critérios científicos, hoje podemos dizer que estamos no “começo do fim” desse desastre que foi o ano de 2020. Diversas vacinas de diversas nacionalidades foram desenvolvidas e estão em testes finais e em aplicação no caso do Reino Unido.

Nesse período vimos de tudo, profissionais da saúde colocando a sua vida em risco em prol de outras pessoas, solidariedade às pessoas que foram afetadas não só pelo vírus, porém, também pela crise econômica, um respeito aos protocolos de saúde, uso de máscara; distanciamento; isolamento e até lockdown, ações que visaram colocar a vida acima de qualquer coisa, dentre outras. A esses profissionais o nosso maior respeito e a nossa maior gratidão.

Agora chegada a hora de vacinar as pessoas, nessa hora, competência, agilidade, planejamento e urgência serão necessários, não se pode perder tempo. O Reino Unido saiu na frente, esse ano ainda outros países sérios e preocupados com a sua população seguirão o mesmo caminho.

Infelizmente não podemos enquadrar o Brasil como um desses países sérios, o mesmo ocorre com os Estados Unidos. Os dois países são campeões em números de casos e em números de mortes. Os Estados Unidos vivem o pior momento da crise sanitária advinda da 2ª. onda, no Brasil há um expressivo aumento de casos e mortes nos últimos meses e se não bastasse esse cenário, não temos um plano de vacinação, muito menos, contrato firmado de compras de vacinas suficiente para a nossa população.

A ANVISA, Agência de Vigilância Sanitária, deve atuar rigorosamente com critérios técnicos e científicos, não pode deixar ser usada como instrumento político pelo governo Bolsonaro contra o governo do Estado de São Paulo, João Dória, ela deve agilizar a aprovação dos testes das vacinas para imediata aplicação à população brasileira.

O que nos torna descrente, nesse momento, é a incompetência do governo do Brasil em ter um plano de vacinação que possa agilizar a aprovação e a imediata aplicação.

Muitos fatos ocorridos nos levam a esse pessimismo, desde quando o Presidente insinuou que a crise sanitária não passaria de uma gripezinha, passando pela não recomendação do isolamento e distanciamento, passando pelo não uso da máscara e pelas ofensas às pessoas chamando-as de maricas e frouxos. Tudo isso não nos deixa otimistas com as futuras ações desse governo que sempre negou a gravidade da crise.

As respostas a essas atitudes estão vindas das urnas, nos Estados Unidos, o governo Trump foi derrotado na sua reeleição, e um dos fatores foi a maneira e as atitudes que ele teve frente ao
Covid-19. E no Brasil, as eleições municipais de 2020 demonstraram também o descontentamento da população com o governo Bolsonaro. Os candidatos apoiados por ele, prefeitos e vereadores foram “surrados” no processo eleitoral de 2020.

Para exemplificar, em três cidades que o Presidente teve votação importante e decisiva nas eleições de 2018, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, nas eleições de 2020, em duas delas o candidato dele nem chegou ao 2º turno, na única cidade que o candidato chegou no 2º. turno foi simplesmente “arrasante” a sua derrota.

Vivemos em uma democracia, o povo, elege, reelege e troca o governo, principalmente aquele que desdém da população, como ocorreu no Estados Unidos e começa a ocorrer no Brasil.

Para finalizar demonstrando como esse governo é nefasto, em pesquisa realizada pelo professor Carlos Pereira, da FGV, dos 20% da população brasileira que considera o governo ótimo e bom, 84% desse pessoal é contra a vacinação obrigatória, enquanto, os 71% que acham que o governo é ruim ou péssimo 74% defende que a vacinação seja obrigatória. Por um lado, uma notícia boa, o percentual que não defende a obrigatoriedade da vacina corresponde apenas a 16,8% (20% x 84%) da população, um pouco acima da faixa dos 15% dos apoiadores incondicionais do Presidente, por outro lado, uma notícia ruim, como uma autoridade, um presidente que deveria ser líder, pôde influenciar negativamente outras pessoas quando deveria agir de forma contrária.

Acho que o título desse artigo ele pode ser dirigido tanto para o Covid-19, como para o governo Bolsonaro.

Marcos Freitas Pereira

Sócio da WAM Brasil

Natural de São Paulo, Marcos Freitas Pereira acumula mais de 25 anos de experiência de mercado. Doze destes anos foram como administrador em cargos de comando na Pousada do Rio Quente Resorts.

Exerceu as funções de Gerente de Orçamento e Finanças, Controller, Diretor Estatutário Administrativo Financeiro e Diretor de Relações com o Mercado. Além disso, dois anos como Diretor Superintendente, principal executivo da empresa. 

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