Por Danilo Brito
Ser um potencial para um novo tipo de economia digital parece o suficiente para ganhar holofotes. E foi justamente o que aconteceu com os NFTs. Eles ganharam as manchetes de diversos jornais mundialmente neste ano, após somas milionárias terem sido usadas para comprar esses ativos na Internet.
Talvez você não esteja familiarizado com esse termo, mas embora já exista há décadas, foi em 2021 que houve um boom desse tipo de negociação de ativos digitais exclusivos que pode ser extremamente rentável.
Quem não se lembra do meme da “Side-eying Chloe Clem” – uma garotinha que se tornou uma sensação na internet em 2013 quando uma foto dela não impressionada se tornou viral, ou o primeiro Twitter da história feito pelo CEO da própria rede, Jack Dorsey ou até mesmo um Gif animado de Nyan Cat – um meme de 2011 de um gato pop-art voador? Todos esses exemplos foram vendidos em formato NFT por milhões de dólares.
Os NFTs se tornaram uma das maiores tendências do mundo dos criptoativos este ano, mas se você ainda não sabe sobre o que eu estou falando, calma! Eu vou explicar o que eles são e como essa tecnologia que vem ganhando destaque funciona.
Primeiramente, vamos relembrar a revolução causada pelo Blockchain e pelo sucesso do Bitcoin. Pois é, depois disso, agora é a vez do NFT chamar a atenção na internet e ganhar espaço principalmente entre colecionadores, artistas, desenvolvedores de games e outros profissionais que lidam com trabalhos autorais.
O que é NFT
A sigla NFT significa non-fungible token (em tradução livre, token não fungível) e se trata de um tipo de chave eletrônica criptográfica usada de forma única. Por ser um token não fungível, isso quer dizer que os NFTs são ativos “únicos” no ambiente digital que podem ser comprados e vendidos como qualquer outra propriedade, mas não possuem uma forma tangível própria.
Em resumo, o proprietário de um NFT é dono de uma espécie de certificado de propriedade intelectual, o que garante sua autenticidade e unicidade. Ou seja, é algo que não pode ser trocado, devido suas especificações individuais, ao contrário de outros criptoativos, como Bitcoin, Ethereum e a maioria das outras criptomoedas. E é por isso que esses ativos possuem valores indefinidos, chegando a valer milhões de reais como os exemplos que eu citei acima.
Como funciona
Ao adquirir um NFT, o comprador possui um “token” que prova que ele possui o trabalho “original”. E mesmo que na maioria dos casos, o artista ainda mantém a propriedade dos direitos autorais de seu trabalho, para que possa continuar a produzir e vender cópias, a obra é de propriedade de quem a comprou.
Mas o que pode causar estranheza nesse tipo de comercialização é que embora milhões de pessoas ainda possam ver a arte, imagem, vídeo ou gif, uma vez que elas ainda podem ser copiadas e compartilhadas inúmeras vezes, a questão está no sentimento de pertencimento.
Com os NFTs, a arte pode ser “tokenizada” para criar um certificado digital de propriedade que pode ser comprado e vendido.Tudo isso é operacionalizado principalmente pela Ethereum, que registra cada transação através dos contratos inteligentes, ou smart contracts. O artista também pode adicionar royalties em cima de suas obras e receber toda vez que elas forem comercializadas.
Essa relação entre dados e valores – realizada pela NFT – é possível devido a uma tecnologia chamada blockchain que é uma base de dados descentralizada que serve de fundamento para criptomoedas, tais como a Bitcoin e a Ethereum.
Por sinal, a Ethereum, é a principal rede utilizada para registrar a maioria das NFTs, embora outros blockchains também esteja se popularizando como por exemplo, Binance Smart Chain (BSC), Flow, da Dapper Labs, Tron, EOS, Polkadot entre outros.
Para ser ter uma ideia do quanto vale esse mercado de NFTs, só os tokens emitidos pela Ethereum ultrapassaram US$ 14 bilhões em volume de transações, ante a US$ 340 milhões no ano passado, de acordo com a DappRadar, uma empresa que rastreia dados em aplicativos baseados em criptografia.
Por isso, acredito que esse frenesi dos NFTs está longe de acabar. Exemplo disso, é que grandes marcas e celebridades como o UFC, Visa, Budweiser, Coca-Cola e até artistas como Shawn Mendes e a banda Kings of Leon assinaram acordos para lançar seus próprios ativos não-fungíveis. Além do mais, o universo game e de metaverso no qual o NFT possui um espaço gigantesco de crescimento.
Se você achou esse mercado promissor, talvez agora seja um ótimo momento para garantir o seu espaço no mundo dos tokens não-fungíveis. Ainda mais conforme a presença de mais artistas, marcas e personagens icônicos entram para este espaço.
Danilo Brito
CEO da Agência Quantico, Agência Digital, e Idealista da Startup Yuupe, ferramenta de marketing.