Campo Grande Empresas (MS) – Municípios de Mato Grosso do Sul que sempre se destacaram pelo rebanho bovino e pela boa produtividade na pecuária, têm ampliado a área de cultivo de soja. É mais um dos sinais da expansão da área plantada da oleaginosa, em função da alta demanda externa pelo grão.
Levantamento feito pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que os municípios que mais aumentaram suas áreas plantadas com soja são Nova Andradina (39,05%); Nioaque (36,29%); Angélica (34,81%); Bodoquena (33,34%) e Anastácio (26,98%).
Alguns deles, caso de Nova Andradina (17º), Nioaque (14º) e Anastácio (25º), se destacam como grandes produtores de bovinos.
Se sobressai na lista Ribas do Rio Pardo, que é o segundo maior município em produção pecuária do Estado, e um dos principais produtores do Brasil. Lá, a área de soja foi ampliada em 5,6% na última safra.
Uma das explicações para a expansão, além da alta demanda no mercado internacional, estão os investimentos em infraestrutura. O secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel, por exemplo, lembra das pontes de concreto que o governo está construindo.
“Ao implantá-las é possível e facilitado o transporte de grãos e isso estimula produtores, indústrias a fazer a ampliação de soja, representando desenvolvimento e, mais do que isso, empregos, oportunidades que chegam até a mesa da população”, lembra.
Na última safra colhida, a 2020/21, Mato Grosso do Sul produziu um recorde de 13 milhões de toneladas do grão. Os números são da Associação dos Produtores de Soja de MS (Aprosoja), e demonstram um resultado 17,5% superior às 11,3 milhões de toneladas do ciclo anterior.
A área colhida somou 3,5 milhões de hectares e a produtividade em 62,83 sacas por hectare.
“Os dados mostram um setor produtivo fortalecido, o que tem garantido ao Mato Grosso do Sul, assim como as iniciativas do Governo do Estado, a competitividade e o crescimento”, lembra Riedel.
Contexto
As informações do Sistema Famasul confirmam que, desde o surgimento do Projeto SIGA/MS, em 2009, vem sendo observado um avanço das áreas de grãos sobre as áreas de pastagens, principalmente com algum nível de degradação.
“Isso é evidenciado pelo maior número de crescimento proporcional das áreas agrícolas em municípios tradicionalmente pecuários”, explica a Famasul.
Segundo a instituição, a evolução da produção agrícola traz incrementos na geração de empregos, na demanda de serviços e na arrecadação dos municípios, o que movimenta a economia da região, no âmbito privado e público.
“Sem dúvida o crescimento das áreas agrícolas tem acontecido conforme se avança em infraestrutura, como melhorias de estradas vicinais, pavimentação de rodovias estaduais, manutenção de pontes, entre outras ações. Ao mesmo tempo, a soja e milho são produtos que contribuem na arrecadação do Fundersul, destinado também à manutenção e expansão das rodovias estaduais. Portanto, é uma via de mão dupla, setor privado cresce e gera arrecadação, e o setor público investe e potencializa ainda mais novos investimentos privados”, afirma o relatório.