Ícone do site STG News

Pequenos negócios são responsáveis por quase 70% dos empregos gerados em MS

Crédito da imagem: Freepik

Campo Grande Empresas (MS) – Em março de 2021, as micro e pequenas empresas (MPE) foram responsáveis pela geração de 69,2% dos empregos formais em Mato Grosso do Sul (MS), o que corresponde a 3.568 vagas. O resultado é superior aos postos de trabalho criados pelas empresas de médio e grande porte (MGE), que registraram 1.613 oportunidades. Os dados são de levantamento do Sebrae com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia.

Entre demissões e contratações, MS fechou o mês de março com saldo positivo de empregos: 5.152 – o número inclui ainda o fechamento de 12 vagas na Administração Pública. O presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/MS, Jaime Verruck, avalia que o resultado é reflexo de ações que incentivam o empreendedorismo no Estado. Além disso, ele pontua que os pequenos negócios possuem uma facilidade maior em se recuperar de crises.

“As micro e pequenas empresas são a sustentação da nossa economia, por isso a importância de medidas emergenciais que amparem esse segmento, como acesso ao crédito. Devido ao porte e pela facilidade de abertura, quando comparados às grandes empresas, os pequenos negócios possuem uma recuperação mais acelerada. E em Mato Grosso do Sul, percebemos a existência de uma política de desenvolvimento econômico, que tem proporcionado maior competitividade, além do crescente desempenho do agronegócio e demais setores da economia, como Serviços e Comércio”, disse.

Nos pequenos negócios, os setores que mais contribuíram para a geração de empregos no Estado foram Serviços, com 1.728 oportunidades; Comércio, com 893; Agropecuária, com 372; Indústria da Transformação, com 370; e Construção, com 213 vagas.

Já no acumulado do ano, das 15.850 oportunidades geradas no primeiro trimestre de 2021, 13.366 (84,3%) foram criados pelos pequenos negócios, enquanto as médias e grandes empresas criaram 2.409.

Mais de 2 mil empresas foram abertas em MS no primeiro trimestre de 2021

Dados da Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul (Jucems) mostraram que 2.372 empresas foram abertas no primeiro trimestre de 2021, é o maior número já registrado pelo Estado neste período.

Em contrapartida, 1.039 negócios não resistiram as dificuldades econômicas causadas pela pandemia da Covid-19 e fecharam as portas nos três primeiros meses do ano.

A microempresária Luanna Peralta, de 35 anos, foi uma das comerciantes que sofreu para conseguir garantir o sustento de seus quatro filhos.

“Hoje eu moro no meu local de trabalho, precisei mudar de casa e vir para cá para tentar equilibrar as finanças”.

Mas mudar de casa não foi a única mudança que ela teve que fazer. “Tive que diminuir os eventos, como as batalhas de poesia, as feiras, por conta da pandemia, estamos tentando de tudo para não falir e não passar necessidades”.

Antes da pandemia, ela abriu um trailer voltado para eventos culturais. Na época ela era funcionária pública, mas o que era para ser uma renda complementar ganhou força e ela decidiu abrir mão da estabilidade do serviço público e ampliar os negócios. 

“Porém nos palcos do meu negócio cultural quem subiu, infelizmente, foi o coronavírus”, lamenta.

Com todos os percalços, a empresária não pensa em desistir. “Não é digno trabalhar só para sobreviver. Se tivéssemos algum auxílio do Governo, os pequenos empresários, os MEI’s, podemos em pensar em fomentar a cidade, inclusive, culturalmente”.

Cenário positivo em nível nacional

Em todo o país, as MPE foram responsáveis pela geração de 57,9% dos empregos com carteira assinada, o que corresponde a quase 107 mil vagas. O resultado é superior aos postos de trabalho criados pelas empresas de médio e grande porte, que foi pouco mais de 67 mil. No acumulado do ano, dos cerca de 837 mil empregos gerados no primeiro trimestre, 587 mil (70,1%) foram criados pelas micro e pequenas empresas, enquanto as médias e grandes empresas criaram 190 mil (22,7%).

Apesar do atual momento crítico da pandemia no Brasil, o primeiro trimestre de 2021, quando comparado ao mesmo período do ano passado, apresenta um cenário mais favorável. Entre os meses de janeiro, fevereiro e março de 2020, as MPE foram responsáveis pela criação de quase 118 mil vagas, número considerado cinco vezes menor, e, por outro lado, as MGE tiveram um saldo negativo de um pouco mais de 94 mil novos empregos gerados, pois demitiram mais do que admitiram. Sendo assim, no primeiro trimestre deste ano, o total de novas contratações das MPE teve um aumento de 398%.

Pequenos empresários destacam medidas para retomada da economia

Para superar os desafios ocasionados pela pandemia e assim atuar, de forma efetiva e rápida, o secretário de Infraestrutura do Governo do Estado, Eduardo Riedel, participará do encontro ‘Movimento pela Retomada da Economia’, na segunda-feira (17), às 19 horas, na Casa da Indústria, onde ouvirá das principais instituições representativas de as demandas dos segmentos econômicos mais afetados pelas restrições da pandemia de coronavírus.

“O Governo do Estado tem atuado para equilibrar não apenas a parte econômica, mas da saúde das pessoas, da área social também. Segmentos econômicos nos convidaram para participar de uma reunião para expor as dificuldades que eles vivenciam e vamos encontrar soluções, buscar alternativas para amenizar e buscar a recuperação. Somos o primeiro a buscar alternativa para o mais pronto retorno das atividades econômicas”, explica Riedel.

Para a Daniela, que é confeiteira, microempreendedora e que emprega mais duas famílias, com a venda de doces, bolos, etc. ouvir as demandas de quem está atrás do balcão, na luta de equilibrar as medidas de biossegurança e conseguir passar por essa crise é essencial. A ação conjunta entre as entidades precisa muito mais do que boa vontade para a resolver o problema, mas de uma alternativa eficiente e um senso de urgência para resolver o problema e amortecer os impactos da crise econômica.

“Qualquer medida efetiva para diminuir os estragos dessa pandemia no comércio passa por uma aproximação maior entre os setores. O diálogo é muito importante para que se tenha compreensão da nossa realidade e do que estamos passando. Muita dificuldade para manter nosso negócio de pé, pagar funcionários e fornecedores”, reforça Daniela, de 43 anos.

A microempresária Luanna Peralta, de 35 anos, mãe de quatro filhos, a pandemia fez uma reviravolta em sua vida financeira e literalmente bagunçou seus planos. Ela tem um espaço cultural e atualmente tenta sobreviver com esta que é a única renda da sua família. “Hoje eu moro no meu local de trabalho, precisei mudar de casa e vir para cá para tentar equilibrar as finanças”. Luana diz que mudar de casa não foi a única mudança que ela teve que adaptar. “Tive que diminuir os eventos, como as batalhas de poesia, as feiras, por conta da pandemia, estamos tentando de tudo para não falir e não passar necessidades”.

O negócio de Luanna aconteceu por acaso, mas cresceu por força de vontade, gestão e visão. Ela abriu um trailer em uma época em que era funcionária pública municipal, já nesta área de eventos culturais, porém o que era para ser uma renda complementar ganhou força e ela decidiu abrir mão da estabilidade do serviço público e ampliar os negócios. “Porém nos palcos do meu negócio cultural quem subiu, infelizmente, foi o coronavírus”, lamenta. Com todos os percalços, a empresária não pensa em desistir. “Não é digno trabalhar só para sobreviver. Se tivéssemos algum auxílio do Governo, os pequenos empresários, os MEI’s, podemos em pensar em fomentar a cidade, inclusive, culturalmente”.

O encontro com os empresários será realizado na sede da Fiems (Federação das Indústrias de MS), na próxima segunda-feira (17), às 19 horas, na Casa da Indústria. Também participarão do encontro o presidente da Fecomércio, Edison Araújo; da Faems, Alfredo Zamlutti; da Abrasel, Juliano Wertheimer; o superintendente do Sebrae/MS, Cláudio Mendonça e o secretário da Semagro, Jaime Verruck.

O objetivo do grupo de trabalho é encontrar alternativas viáveis, seguras e responsáveis para apoiar uma retomada ainda mais consistente, em especial dos setores mais atingidos pelas restrições sanitárias.

Sair da versão mobile