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Pesquisador brasileiro, ex-Nasa, aponta caminhos para o clima

São Vendelino, no Rio Grande do Sul (Crédito: Mauricio Tonetto / Secom)

Nos últimos anos, o mundo tem testemunha do transformações climáticas significativas que não podem ser ignoradas, como enchentes, inundações, desertificação, aquecimento global, elevação do nível do mar, entre outras catástrofes. A ação humana tem desempenhado um papel crucial nesse cenário, influenciando diretamente a estabilidade ambiental do planeta. Para Saulo Ribeiro, físico brasileiro que atuou por 5 anos na agência norte-americana Nasa e é pesquisador no Instituto Nacional de Pesquisas (INPE), estes fenômenos estão acontecendo com mais frequência e com amplitudes maiores. “É possível ver em alguns lugares ondas de calor com temperaturas chegando a 50 graus e ondas de chuvas intensas como aconteceu no Rio Grande do Sul. Isso conjuga com uma questão urbana que não está planejada e isso intensifica o desastre em decorrência dos alagamentos”.

Saulo Ribeiro participou do debate Mudanças Climáticas e a Engenharia Civil, tema do episódio 6 do IPOG Cast, conduzido pelo CEO do IPOG, Ronan Maia, e que teve também como convidado Marlos Guimarães, professor da graduação em Engenharia no IPOG.

Para o físico brasileiro, a engenharia apresenta soluções relevantes: “É preciso atuar de forma efetiva, com bastante energia para mitigar esses eventos climáticos. Neste cenário eu vejo a engenharia com um papel fundamental que é de desenvolver novas tecnologias para reduzir esses efeitos adversos”.

Divulgação/IPOG

“A transição energética para produção de uma economia de baixo carbono é fundamental para limitar o aquecimento global a níveis toleráveis e proteger as gerações futuras”, salientou Ronan Maia.

Os debatedores discutiram as implicações das mudanças climáticas para o futuro da engenharia e da sociedade, a conexão entre essas áreas e como ela viabiliza respostas para resolver parte dos problemas climáticos. O vídeo está disponível no link.

Meteorologia e Engenharia Civil

Chuvas, ventos, calor, tempo seco, excesso de umidade, entre outros fatores relacionados a questões de clima podem ser determinantes para a qualidade da construção civil e para o cronograma de obras. Pensando nisso, os estudos meteorológicos são fundamentais para fornecer informações eficazes sobre a atmosfera, permitindo que os engenheiros tomem decisões assertivas, aponta Marlos Guimarães, professor da graduação em Engenharia no IPOG.

Para o especialista, a partir de subsídios mais precisos e personalizados da Meteorologia, a Engenharia Civil consegue ter um desempenho eficiente na execução de obras, como por exemplo, identificar a temperatura ideal do vento de forma que não haja impacto na qualidade do concreto, resultando em mais eficiência para o projetista em termos de confiabilidade e otimização. “Quando a Engenharia Civil foi aproximando da Meteorologia, percebemos potenciais de melhoria na avaliação de desempenhos das obras, como por exemplo, na modelagem de vento, planejamento, transportes e estabilidade de encostas”, enfatizou.

O físico Saulo Ribeiro complementou: “A meteorologia pode fornecer dados precisos para a engenharia civil projetar e construir obras mais seguras e resilientes. É importante que os engenheiros civis estejam atualizados sobre as últimas projeções climáticas para que possam levar isso em consideração no seu trabalho e investir em infraestrutura resistente que possa suportar os impactos das mudanças climáticas”.

Algumas das medidas emergentes apontadas pelos debatedores incluem:

• Redução da emissão de gases de efeito estufa, como CO2;
• Investimento em fontes de energia renovável, como hidrogênio verde;
• Captura e armazenamento de carbono

Para o pesquisador no INPE, Saulo, existe cada vez mais a necessidade reavaliar os cenários em função do que se observa agora, sendo importante colher as informações do passado, verificar o que está acontecendo hoje e sempre retreinar o sistema para prevê o que vai acontecer no futuro.

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