Mesmo com avanços sociais e legislação voltada à inclusão, a participação das pessoas com deficiência no mercado de trabalho e no empreendedorismo segue limitada no Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 26,6% das pessoas com algum tipo de deficiência em idade para trabalhar estão empregadas no Brasil. Além disso, mesmo para os profissionais que conseguiram uma colocação no mercado, há desafios e questões estruturais a serem enfrentadas, como: salário abaixo da média, informalidade, discriminação e falta de perspectiva e acessibilidade. E, mesmo com educação superior, pessoas com deficiência ainda enfrentam dificuldades: apenas 51,2% dos profissionais com deficiência e ensino superior completo estão empregados.
O presidente do Conselho Consultivo do Grupo Farmácia Artesanal, Evandro Tokarski, conhece bem essas dificuldades, pois é cadeirante. Ele comenta que empreender quando se tem alguma deficiência também é muito complicado. “Para ter uma empresa no Brasil existe uma série de dificuldades, agora você multiplica isso inúmeras vezes. Um dos aspectos mais importantes é a acessibilidade física e digital, além da capacitação profissional. Como é que você vai empreender se você não sabe o que fazer? Preconceitos existem ainda. São situações que acontecem todos os dias”.
De acordo com o empresário, essa parcela da população é mão de obra valiosa, mas está à margem da sociedade. “70% dessas pessoas são menos abastadas, que sequer tiveram oportunidade de possuir trabalho, pois não concluíram o segundo grau ou a faculdade, o que seria o desejado. Os empregos existem, mas a dificuldade de capacitação é bastante.”
Valorização e acessibilidade
Para o presidente do Conselho Consultivo do Grupo Farmácia Artesanal também faltam campanhas de valorização da pessoa com deficiência, mostrar exemplos daquelas que deram certo para incentivar outras em seus objetivos. O grupo possui mais de 130 unidades em 12 estados e também no Distrito Federal. Em Goiânia, uma das lojas que se destacam está localizada no Órion Shopping, no Setor Marista.
Evandro Tokarski comenta também sobre a falta de acessibilidade. “Goiânia ainda é uma cidade, em tese, acessível. Agora, a realidade, como deficiente físico, é muito complicada. Para quem precisa pegar dois ônibus, por exemplo, que não estão alinhados dentro do contexto de acessibilidade. Muitas vezes existe uma boa vontade em apoiar as pessoas, mas é ruim para quem está nessa situação. ‘Pode deixar que eu te carrego’. Eu não quero ser carregado, ninguém quer ser carregado, eu quero ter a liberdade de ir e vir garantida pela própria constituição”, afirma.
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