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Programa da PwC impulsiona startups do agronegócio

Crédito: PwC Agtech Innovation/Divulgação

O PwC Agtech Innovation, principal polo de inovação dedicado ao setor de tecnologia agrícola e alimentar (ag&food tech) na América Latina, abriu inscrições para o Intensive Connection 2024. As startups interessadas em participar do programa podem se inscrever, até 31 de julho, pelo link.

O programa de potencialização de startups chega à sexta edição com novidades entre as corporações participantes: a Microsoft, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, se soma à Bunge, empresa global do agronegócio e alimentos; Ceva Saúde Animal, companhia francesa com foco em saúde animal; Dexco, maior casa de marcas do Brasil para reforma, construção e decoração; John Deere, empresa global de tecnologia que fornece software e equipamentos para os setores agrícola, de construção e florestal, e à empresa marroquina de soluções de nutrição de solos e plantas OCP. No programa, cada Innovation Corporate apresenta seu desafio estratégico inerente às diferentes áreas de atuação.

Os principais critérios de seleção são identificação com a proposta do IC e adequação à demanda estratégica proposta pelo Innovation Corporate, além da participação permanente de um ponto focal da startup na construção do relacionamento com a grande empresa. A lista de startups selecionadas para participar do programa será divulgada em setembro. Ao final do processo, serão selecionadas 12 startups, sendo duas escolhidas para cada Innovation | Corporate (Bunge, Ceva Saúde Animal, Dexco, John Deere, Microsoft e OCP).

Entre as edições de 2018 e 2023, foram 48 startups participantes do Intensive Connection. O impacto do programa cresce a cada ano, consolidando a geração de valor para corporações e startups, promoção e validação de novos negócios e tecnologias, além do fomento à cultura de inovação aberta.

Desde o início da sua realização, o programa tem contribuído não somente para o fortalecimento de iniciativas de colaboração no agro, mas também para prover soluções em setores correlatos, como tecnologia da informação, energia e educação. O objetivo é atrair agtechs e startups de outros segmentos, que busquem se aproximar do mercado agro.

Os desafios propostos são particulares de cada Innovation Corporate envolvido, ampliando o leque de possibilidades para as startups do ecossistema. “A proposta do programa é ser plural, atendendo de forma personalizada as grandes empresas, o que gera uma diversidade de oportunidades para as startups. O Intensive Connection é a porta de entrada no agro para que as startups criem parcerias estratégicas com clientes em potencial e desenvolvam relacionamentos duradouros com o ecossistema de inovação”, destaca Dirceu Ferreira Junior, COO do PwC Agtech Innovation e sócio da PwC Brasil.

Gabriela Geraldi, gestora de Comunidade de Programas de Inovação Aberta, conta que a atual edição será composta de duas etapas. A primeira fase, a “Jornada”, tem como pressuposto criar as bases para que uma relação longeva e de confiança se estabeleça entre a corporação e a startup selecionada, por meio da capacitação, aculturamento e conexão do empreendedor com a empresa. Já a fase seguinte de  “Alavanca” coloca em prática desenhos de negócio, a exemplo das provas de conceito e outros tipos de oportunidades estratégicas.

De acordo com Gabriela, essas ações permitem que os Innovation Corporates assumam o papel de “parceiros de escolha” no ecossistema, sendo reconhecidos pelas startups como agentes que fomentam a colaboração. “Trazer o modelo de programa faseado, apostando na ‘Jornada’ como momento de aproximação entre empresas e startups, trouxe bons frutos no Intensive Connection 2023. Desse modo, seguimos apostando nesse modelo, para 2024. Estamos comprometidos em fomentar o ecossistema de inovação, apoiando a construção de relacionamentos longevos e ganha-ganha, promovendo a imersão dos empreendedores no universo agro, tech e florestal”.

Os desafios desta edição

Bunge

Agricultura regenerativa e a mensuração de seus impactos
A Bunge reforça seu posicionamento, na transição para uma agricultura de baixo carbono, sabendo que para atingi-la é necessário um esforço coletivo. Por isso, junto dos times de sustentabilidade e da Fundação Bunge, busca oferecer mecanismos para a definição de métricas relacionadas à adoção de práticas regenerativas. Por meio do programa, a empresa pretende encontrar parceiros no ecossistema que a suportem com ferramentas de agricultura de precisão, aferição de eficiência, gestão inteligente e mensuração de indicadores de práticas sustentáveis. O foco será na escolha de startups capacitadas na avaliação de resultados e na comprovação dos benefícios das práticas em propriedades rurais, independentemente da escala de produção. O poder de atuação junto à Bunge nessa temática pode ser exemplificado por projetos como o Programa de Agricultura Regenerativa da companhia no Brasil, que já abrange 250 mil hectares e será expandido para 600 mil hectares até 2026, e pelo “Semêa”, liderado pela Fundação Bunge – projeto de agricultura de baixo carbono com foco em práticas regenerativas para ampliar ações e conhecimentos que estimulem a preservação do solo, floresta e água, integrando agricultores familiares, povos tradicionais  e grandes produtores.

Daniela Pizzolatto, gerente Global de Estratégia de Ecossistemas da Bunge, afirma que o entendimento da empresa é de que a tecnologia age como impulsionadora da sustentabilidade no agro e que o IC vem para complementar a robusta plataforma de agricultura regenerativa da empresa. “Esperamos que as startups inscritas apresentem soluções que potencialmente possam apoiar a avaliação dos resultados e na comprovação dos benefícios que as práticas regenerativas geram para as fazendas de todas as escalas, desde as grandes propriedades às terras de agricultores familiares e assentados, incluindo aspectos como saúde do solo, biodiversidade, segurança hídrica, produtividade, aferição de indicadores sobre a prestação de serviços ambientais, como polinização assistida por abelhas, entre outros”, completa.

Ceva Saúde Animal

Granja 4.0 a serviço da produção aves e suínos
A escolha do tema reflete o compromisso da Ceva Saúde Animal em levar inovação direto ao cliente, para fomentar o aumento da  lucratividade na produção de aves e suínos. Nesse sentido, a companhia busca startups que possam otimizar recursos e intensificar a análise de dados, visando administrar, monitorar e evoluir nos processos do dia a dia de forma inteligente e interconectada, a fim de construir as bases de um sistema de produção de precisão. Entre as tecnologias 4.0 aplicadas no contexto de granjas de precisão podem estar, por exemplo: sensores IoT para monitoramento do ambiente, sistemas de alimentação automatizados, dispositivos vestíveis e câmeras inteligentes que acompanham o comportamento animal, plataformas digitais de análise de desempenho dos animais, plataformas de gestão integradas. A busca é por um mínimo produto viável ou soluções comerciais que possam ser apresentadas aos principais produtores de suínos e aves do Brasil.

Denis Ferreira, Gerente de Contas-chave na Ceva Saúde Animal, destaca que  o tema escolhido vem ao encontro com o valor da inovação para a empresa, que está em seu DNA e pauta todas as ações desenvolvidas pelo time.  “Nosso propósito com essa temática é atuar como fomentadores da inovação, proporcionando aos nossos clientes acesso a novas tecnologias que gerem valor para o seu processo produtivo. Queremos ser uma ponte de conexão entre as startups e os produtores contribuindo para o fortalecimento da cadeia produtiva suinícola e avícola”, diz.

Dexco

Rastreabilidade de materiais genéticos da floresta plantada
A Dexco reforça o seu compromisso com a sustentabilidade do negócio florestal focando na rastreabilidade dos seus processos de melhoramento genético. A seleção de um material genético florestal, desde a semeadura das progênies até a recomendação para plantio semi-comercial, pode levar 16 anos, passando por sete macroprocessos principais. Por todas as características intrínsecas ao processo (que leva tempo, depende de trabalhos manuais e de transporte entre o campo e o viveiro), há um risco enorme de desvio de informações, problemas de identificação, falta de controle de estoque de mudas e perda de histórico. Por meio da colaboração com startups, a Dexco espera aumentar a confiabilidade do rastreamento de cada etapa do melhoramento genético de mudas florestais e obter também uma solução para melhorar o controle de mudas em estoque no viveiro de pesquisa. Serão selecionadas startups que já tenham validado suas soluções de rastreabilidade.

Lucas Machado Rodrigues, Gerente de Inovação e Corporate Venture Capital da Dexco, destaca que os programas de melhoramento genético são a raiz da inovação no setor florestal e a base estratégica de qualquer companhia que busque excelência em produtos derivados de biomassa. Mas, para que isto se transforme em inovação, é necessária uma cultura baseada em dados, tecnologia e automação, pontos que serão buscados junto às startups selecionadas pela Dexco na edição do Intensive Connection em 2024. “Buscamos parceiros que apresentem fit cultural com a Dexco, com nossos pilares voltados à pessoas, processos e tecnologia. Buscamos parcerias de longo prazo por meio do co-desenvolvimento e da melhoria contínua das soluções e, para isso, é fundamental que as startups selecionadas tenham abertura para possíveis integrações com outros sistemas e um roadmap de desenvolvimento bem definido”, complementa.

John Deere

Soluções emergentes para ampliar a adoção de tecnologia no campo
Em seu desafio no Intensive Connection, a John Deere explora como soluções emergentes podem apoiar a adoção tecnológica no agronegócio. Nesse sentido, a companhia busca inovações já aplicadas no agro ou originárias de outros setores. Essas inovações incluem gestão de frotas autônomas, drive coach, além de realidade aumentada e gamificação, que têm potencial de transformar a forma como os agricultores operam as atividades no campo.

Débora Rodrigues, Open Innovation Lead da John Deere no Brasil, cita o exemplo do “drive coach”, que já é tendência na gestão de frotas de transportadoras ao redor do mundo e prevê a orientação de motoristas em tempo real para melhoria da dirigibilidade de diferentes veículos. “O drive coach pode ser aplicado aos equipamentos agrícolas, e ilustra como inovações específicas de outros setores podem agregar para o agronegócio”, diz. Outros exemplos, com múltiplas aplicações, são a IA e a realidade aumentada, que têm potencial de transformar a forma como os agricultores operam as atividades no campo, criando interfaces mais intuitivas na comunicação homem-máquina. “O objetivo da John Deere com esse desafio é buscar startups que desenvolvam tecnologias inovadoras e que contribuam para acelerar a adoção tecnológica no campo”, afirma Débora.

Microsoft

Soluções para maior eficiência produtiva aliada ao desenvolvimento sustentável
A Microsoft reforça seu compromisso com o agronegócio trazendo para o programa sua cliente Belagricola, que reconhece os desafios dos produtores rurais e trabalha dia após dia para superá-los. Juntas, as duas empresas desejam explorar possibilidades de tecnologias que apoiem o produtor rural na conquista de maior eficiência produtiva aliada ao desenvolvimento sustentável.

“Nossa estreia no Intensive Connection vem com a premissa de, em conjunto com a Microsoft, conhecer startups que apresentem soluções voltadas para solo, carbono, clima e gestão de dados relacionados à sustentabilidade. Estes são pilares importantes, não só para o agronegócio e os produtores, como são estratégicos para nós ao se conectarem ao projeto Rota da Produtividade”, diz Lílian Suzuki, Analista de Inovação da Belagrícola. O projeto Rota da Produtividade foi criado pela Belagrícola com o objetivo de trazer seus clientes para perto, por meio da participação ativa da empresa na evolução do processo produtivo. Com a visão de impulsionar a produtividade, rentabilidade e sustentabilidade dentro das fazendas, a empresa apoia a construção do perfil do solo nas propriedades dos clientes, a capacitação profissional e tomada de decisão baseada em dados, graças ao uso de uma plataforma digital e da gestão precisa de informações.

OCP Brasil

IA para identificação de desafios dos produtores e geração de insights no manejo de fertilizantes
A OCP Brasil está comprometida com o aumento sustentável da produção agrícola e entende que a inteligência artificial (IA) pode oferecer benefícios para o(a) produtor(a) rural. A empresa deseja explorar possibilidades de coleta e análise de dados gerados nas fazendas, de modo que eles tragam insights para a construção de novas soluções digitais. O objetivo é contribuir para o uso de fertilizantes de modo cada vez mais racional e eficiente, o que irá resultar em altas produtividades e um maior cuidado com a preservação do meio ambiente. O foco desse trabalho colaborativo será a escolha de startups que atuam dentro da porteira e têm expertise em transformar desafios e sinais vindos do campo em diagnósticos, análises e planos de ação.

“A escolha da inteligência artificial como tema reforça e materializa o compromisso da OCP com o produtor rural e suas necessidades. Por meio do Intensive Connection, vamos explorar tecnologias capazes de atender de forma mais assertiva e eficiente os produtores, traduzindo os sinais do campo e as dores de dentro da porteira em informações relevantes para a tomada de decisão da indústria e a evolução constante da aplicação de fertilizantes, o que resulta em uma agricultura mais produtiva e sustentável. Nosso objetivo é aumentar nossa capacidade de customização para atender cada vez melhor as necessidades dos clientes”, destaca Ademir Bazzotti, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios e Inovação da OCP Brasil.

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