Ícone do site STG News

Redescobrindo o Brasil: A ascensão do turismo regional

O Mirante da Janela fica no alto de um morro e tem vista privilegiada para os dois saltos do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Crédito: Bora pra Goiás/ Goiás Turismo)

Por André Ladeira

O mercado turístico brasileiro, duramente impactado pela pandemia de COVID-19, atravessou uma transformação significativa nos últimos anos. Um dos aspectos mais marcantes dessa mudança foi a migração do turismo aéreo para o terrestre. Essa tendência se consolidou com as restrições nas viagens aéreas, o receio de contaminação em espaços fechados, como aviões, e o aumento dos preços das passagens. Diante disso, muitos brasileiros passaram a optar por destinos mais próximos, acessíveis por carro.

Antes da pandemia, o turismo aéreo dominava o mercado, especialmente em regiões com atrativos turísticos de renome nacional e internacional. Entretanto, com a necessidade de distanciamento social e as incertezas quanto à segurança nos aeroportos e aviões, muitos viajantes redescobriram a beleza das viagens terrestres. Esse movimento não apenas alavancou o turismo regional, mas também proporcionou um novo olhar sobre destinos que, embora próximos, eram menos explorados.

As viagens de carro, em particular, ganharam destaque por oferecerem maior controle sobre o trajeto, permitindo paradas seguras e a possibilidade de evitar aglomerações. Além disso, o conforto e a flexibilidade de viajar em um veículo próprio se tornaram atrativos importantes para famílias e grupos de amigos que buscavam segurança e tranquilidade em suas escapadas.

Além disso, o aumento significativo nos preços das passagens aéreas após a pandemia foi um dos fatores decisivos para essa migração. A seguir, um comparativo entre os preços médios das passagens aéreas no Brasil antes e após a pandemia:

Antes da Pandemia (2019):

Após a Pandemia (2023-2024):

Consequentemente, o impacto dessa transformação no mercado turístico regional é notável. Municípios que antes não faziam parte do mapa turístico nacional passaram a receber um número crescente de visitantes, impulsionando a economia local e fomentando o desenvolvimento de infraestrutura turística. Pequenas pousadas, restaurantes típicos e atrações culturais regionais experimentaram um crescimento na demanda, o que incentivou investimentos em melhorias e a criação de novos serviços para atender a esse público crescente.

Além disso, essa tendência reforçou a importância do turismo sustentável. Com a maior proximidade e o contato mais direto com a natureza e as comunidades locais, muitos turistas passaram a valorizar práticas de turismo responsável, que respeitam o meio ambiente e promovem o desenvolvimento socioeconômico das regiões visitadas. O turismo de natureza, em especial, viu um aumento expressivo, com os viajantes buscando destinos como parques naturais, cachoeiras, trilhas e áreas de preservação ambiental.

A migração do turismo aéreo para o terrestre não apenas ampliou o horizonte dos turistas brasileiros, mas também redefiniu a maneira como as viagens são planejadas e executadas. Essa mudança trouxe à tona o valor das experiências locais e da redescoberta das riquezas naturais e culturais do Brasil, ao mesmo tempo em que apresentou novos desafios e oportunidades para o setor turístico.

Em resumo, o mercado turístico regional se reinventou e se fortaleceu durante e após a pandemia. A tendência das viagens terrestres demonstra que o turismo de proximidade veio para ficar. Essa nova realidade não só diversificou as opções de destinos para os brasileiros, mas também democratizou o turismo, tornando-o mais acessível e sustentável, e consolidando o Brasil como um país de múltiplas possibilidades para os amantes de viagens.

André Ladeira

Empresário e sócio da AM Investimentos, que administra um pool de empresas no Brasil e nos Estados Unidos

_____________________

LEITORES ESTRATÉGICOS
Participem do canal STG NEWS – o portal de notícias sobre estratégia, negócios e carreira da Região Centro-Oeste: https://x.gd/O20wi

Sair da versão mobile