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Replantio e atraso no plantio podem salvar cerca de 30% da produção de soja no Mato Grosso

(Rawpixel)

Produtores dos municípios de Campo Novo do Parecis, Diamantino, Nova Mutum, Sapezal, Brasnorte, Porto dos Gaúchos, Tapurah, Santa Rita do Trivelato, Feliz Natal, São José do Rio Claro, Santo Antônio do Leste, Guiratinga, Poxoréu, General Carneiro, Jaciara que optaram por realizar replantio e/ou atrasaram a janela de cultivo da soja tiveram cenários climáticos mais favoráveis e devem reverter a tendência de quebra ou limitar suas perdas em até 5% de sacas por ha. Produtores que não realizaram replantio ou atrasaram sua janela de safra podem ter perdas acima de 15% de sacas por ha.

Para produtores destes municípios é correto inferir que o “produtor médio” não será uma boa representação da realidade já que o cenário mais comum será o de produção “salva” por replantio ou atraso, e, quando nenhuma das práticas foram adotadas, alta probabilidade de produção reduzida.

Já nas cidades de Canarana, São Félix do Araguaia, Paranatinga, Tabaporã, Água Boa, Gaúcha do Norte, Nova Maringá, Tangará da Serra, Itanhangá, Marcelândia e Novo São Joaquim, o padrão de quebra permanece, podendo chegar em pelo menos 10% de redução. A estimativa de redução da safra de soja 2023~2024 é de pelo menos 5% e podendo chegar até aproximadamente 10%. (*redução estimada com base na safra de soja 2022~2023).

Tendência positiva para quem optou pelo replantio ou atrasou a janela de safra

O monitoramento de safra baseado em inteligência artificial sinalizou um alívio em virtude da diminuição do déficit hídrico na região centro-oeste. No entanto, as elevadas temperaturas ainda podem influenciar negativamente a produtividade agrícola. Entre o final de dezembro e início de janeiro o cultivo de soja tem um desafio significativo no Mato Grosso, já que nesse período ocorre a fase crucial do desenvolvimento dos grãos de soja, a qual impacta diretamente a produtividade final. Em outras palavras, a falta de chuvas nesse momento crítico torna a soja extremamente vulnerável, podendo afetar negativamente a produtividade.

Apesar desses desafios, pela primeira vez desde o início das observações, foi identificado alguns padrões positivos nos resultados dos modelos. Portanto, boas notícias para credores e agricultores impactados por um dos dois padrões:

Padrão 1: agricultores que optaram pelo replantio ou decidiram semear uma safra de soja tardia encontraram condições ambientais melhores em comparação com o início do ciclo habitual. Nestes casos, é esperada uma produção levemente abaixo da média, mas ainda suficiente para cumprir compromissos e evitar uma quebra significativa na safra.

Padrão 2: a normalização das chuvas no período mais delicado para a soja mitigou a tendência de perdas significativas e, em alguns casos, até reverteu esta tendência em diversas cidades do Norte do Mato Grosso.

Com base nesses dois padrões, a expectativa é que a variação negativa para as cidades a seguir seja inferior a 10%, sendo que os produtores que plantaram na janela tradicional são mais propensos a enfrentar maiores perdas: Campo Novo do Parecis, Diamantino, Nova Mutum, Sapezal, Brasnorte, Porto dos Gaúchos, Tapurah, Santa Rita do Trivelato, Feliz Natal, São José do Rio Claro, Santo Antônio do Leste, Guiratinga, Poxoréu, General Carneiro, Jaciara.

Nessas cidades, os agricultores que realizaram o plantio tardio ou o replantio terão perdas menos expressivas, enquanto aqueles que mantiveram o calendário convencional poderão sofrer reduções superiores a 15% em sua produção.

Estes dois padrões foram observados em regiões que correspondem a aproximadamente 30% da produção total de soja do Estado de MT, fazendo com que a produção total diminua o padrão de perda.

Além disso, é importante ressaltar que há cidades onde os padrões 1 e 2 não surtiram efeitos positivos na produtividade devido à escassez hídrica e às altas temperaturas em momentos delicados do desenvolvimento da soja. Estas localidades abaixo podem liderar a perda de produtividade no Estado e, como representam quase 20% da produção de soja em toneladas na região, podem contribuir para a diminuição da produção total do estado: Canarana, São Félix do Araguaia, Paranatinga, Tabaporã, Água Boa, Gaúcha do Norte, Nova Maringá, Tangará da Serra, Itanhangá, Marcelândia, Novo São Joaquim.

Um último padrão encontrado que deve ser levado em consideração por poder impactar na produtividade final é detalhado a seguir:

Padrão 3: Agricultores que plantaram já no início da safra, quando houve relativa regularidade hídrica e temperaturas adequadas a média histórica, contudo, no momento mais delicado do desenvolvimento da soja  sofreram perturbações climáticas relevantes, impactando na produtividade da soja.

Foram identificados, ainda, três municípios impactados pelo padrão 3: São José do Xingu, Comodoro, Novo Mundo.

Em resumo, embora o Mato Grosso tenha apresentado uma recuperação no final de dezembro e início de janeiro, a escassez hídrica do início da temporada afetará negativamente aqueles que não optaram pelo replantio ou por atrasar a janela de plantio. Por outro lado, aqueles que adotaram essas medidas podem mitigar ou até mesmo reverter suas perdas.

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